30 julho 2007
Tem em tamanho S?
29 julho 2007
Portugal vs Mexico
A única vez em que Portugal é referido nos Simpsons...
27 julho 2007
Macacadas
Voyerismo naturalista não me move. Tenho o mesmo interesse na programação do canal Odisseia como pelo Televendas. Por isso o que sei dos Bonobos aprendi pela revista New Yorker. O artigo é uma crónica de um jornalista que toma notas sobre primatologistas que tomam notas sobre Bonobos. (Aos puristas: sei que os Bonobos não são macacos. Sentiram o impulso de me corrigir, não foi?)
Os Bonobos são nativos da densa floresta da República Democrática do Congo. E como outros mistérios do coração africano são um objecto de mitologia. No contraste com os seus primos genéticos, os Chimpanzés, diz-se que o Bonobo não é violento, com uma sociedade matriarcal onde a resolução de conflito se faz pela partilha de alimentos, sexo e mais sexo. Será o único animal além do homem que fornica por prazer, face para face, em posição de missionário e com sexo oral. A descoberta deste desvio à moralidade judaico-crista fez grande furor nos anos 70 e 80, e colocou o Bonobo nos posters dos movimentos gay e feminista. Para justificar notícia, o ensaísta da New Yorker reporta que nem tudo é cor-de-rosa. A nova primatologia revela que o animal é inclemente e sanguinário na caça, mesmo quando a presa é o seu semelhante entre assassínios e mutilações várias.
Depois de descontar a “realidade” recém descoberta, porque a malta antes não sabia o que sabia, ficamos com um défice cultural. Conclui-se que o Bonobo foi feito exemplar de virtude por engano. O entusiasmo publicitário foi promovido por quem queria encontrar na natureza animal um argumento contra a moralidade conservadora. (Sacana da sociedade a intrometer-se onde não devia.)
É para mim dificil entender o fascínio pelo Bonobo. Parece sugerir que nos movimentos progressistas há um recuo: uma busca de uma ordem natural que desautorize a ordem metafísica das religiões. A padralhada evangeliza que Deus criou o mundo como está, os emancipadores respondem que a natureza animal exige novas regras. Aos movimentos da contra-cultura não bastou dizer “quero ser assim” e crer na possibilidade que a sociedade humana é o que inventamos e criamos. É um jeito de ansiedade. É um temor antecipado de que a comunidade de afectos e partilha resulte em desastre. É assim que a liberdade permanece reprimida e vacilante.
Comida = combustível ?
Era tão óbvio que isto ia acontecer, que não é surpresa a notícia de hoje no Público.
O uso de alimentos como fonte de energia encarece aqueles, independentemente do uso que lhe seja dado. Isto já gerou protestos no México, onde o milho é o ingrediente básico para a população.
Agora ameça também a Europa. Qualquer dia passa a haver mercado negro para alimentos básicos como o trigo e o milho...
A Padaria
Numa pacata rua alemã, que até acaba por ser aquela onde vivo, mora numas quantas casas
abaixo uma família portuguesa. Bandeirinha colada na janela, bandeirinha no carro, é
difícil deixar escapar. Fim-de-semana sim, fim-de-semana não, há sessão de Quim Barreiros
a altos berros, interrompendo a sagrada "Sonntags-Ruhe" (vão ver ao BabelFish). Durante
a semana, por vezes ouve-se o grito de guerra e uma expedição de oito-doze pessoas
a saltar para dentro de um bus. O pelotão está em movimento, com ordens de comando
a vir de cada um dos soldados raso.
O comportamento com as crianças também não passa despercebido. Não só são os pequenos
com mais pulmão aqui do bairro, como os mais kamikaze de todos, esquecendo as germânicas
regras de trânsito sempre que possam. No entanto, sempre que acontece uma destas,
sempre que conseguem fugir às regras de inabalável sossego, ordem e ponderação, não
deixo de me alegrar com o acidente civilizacional que somos, e de pensar no CD
do Quim Barreiros que devia ter há muito na minha colecção...
26 julho 2007
À grande e à francesa!
Aqui está a tradução automática do BabelFish (Alta Vista) do último post para inglês e francês. A francesa até que tem algum mérito...
Francês
Ils fassent comme je dis...
Tu conduises plus maintenant conduisent conduits, comme le général en dirigeant leurs troupes ou au moins en les suivant dans leurs interstices. Les chefs de l'actualité sont gérants. Eux et elles conduisent par télécommande et réservent pour elle de l'indépendance et privilège qui les distinguent de la lie, sont une nouvelle royauté. Ainsi répondent les candidats Démocrates au Président à la question se sont voyagés de jaillissement privé pour le débat public...
Inglês
They make as I say...
You lead them already do not lead the led ones, as the general heading its troops or at least following them in its interstices. The leaders of the actualidade are managers. They and they lead for telecomando and reserve for itself independence and privilege that distinguishes them from ralé, is a new royalty. Thus the Democratical candidates answer the President to the question if they had travelled of private spurt for the public debate...
Façam como digo...
Os lideres já não conduzem os liderados, como o general encabeçando as suas tropas ou pelo menos seguindo-as nos seus interstícios. Os líderes da actualidade são gestores. Eles e elas lideram por telecomando e reservam para si independência e privilégio que os distinguem da ralé, são uma nova realeza. Assim respondem os candidatos Democratas a Presidente à questão se viajaram de jacto privado para o debate público...
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24 julho 2007
Uma das minhas experiências preferidas…
2X (s) + 2H2O (l) → 2XOH (aq) + H2 (g)
X = Li,Na,K,Rb,Cs,... (Fr)
Levada ao extremo num programa de televisão…
Imagens
Os anos passam e levam consigo o pudor. Estou disposto a admitir que tenho os meus momentos de peito pesado, ventre contrito e até discreto olhar humedecido. Vou cultivando um apetite por literatura ou cinematografia introspectiva, sagas sobre emoções e a sua anatomia. Todos estes são crimes contra a minha masculinidade e racionalidade. Afinal, nada se aprende com “imaginação.” Este mundo emocional é espectacular e alienante. Verdade?!
Entre as minhas despudoradas obsessões está uma expressão ou expressões que me assombram no seu inglês original: “Live with abandon.” “Make love with abandon.”
Quero traduzir, que é querer anunciar a minha descoberta. Mas o português resiste à conclusão. Será que os portugueses por genética incapacidade linguística não podem viver “with abandon.”
“Abandono” é curto de significado. É o desprezo da casa decrépita, ou do desgraçado descalço à berma da estrada. Devia ser a liberdade heróica e negligente, sem cálculos ou sentido de consequências. Devia ser o movimento total.
A queda livre ou a dança são as imagens que mais reflectem a coragem deste estado de alma. Mas em ambos perde-se a simplicidade e força da máxima no inglês original.
Caramba, sou tão pequeno-burguês!
23 julho 2007
Meter água
Primeiro, o óbvio: a Grã-Bretanha é em quase todos os dias de todos os anos, uma ilha. Hoje é um arquipélago de aldeias isoladas, como denota a imagem, consequência de cheias anormais.
Segundo, o controverso: são as cheias anormais por motivos antropogénicos? Os cientistas dizem um “sim” impulsivo, seguido de um “ou sopas”. Estes admitem a possibilidade e sublinham a urgência de a investigar em detalhe, estão disponíveis para receber financiamento para novos estudos.
A modéstia é um valor simpático e delicado mas que não serve o interesse colectivo. A dúvida perante a emergência é negligente.
Mais por retórica do que por epistemologia, os cientistas encenam um enredo de “certeza adiada”. Funciona assim: a ciência é a única certeza. Todas as reclamadas e passadas certezas são véus sobre ideologias e misticismos. E o garante da certeza científica é ser perpetuamente provisória, em fuga constante, no horizonte.
Entretanto, enquanto esperamos pela “certeza financiada”, as águas sobem, as secas sufocam, e as tempestades abanam o mundo.
Separados à nascença
O da esquerda é o Primeiro Ministro do Hamas, Ismail Haniya; o da direita é o George Clooney no filme Syriana. ... pera, não! é ao contrário...
21 julho 2007
A colónia interna
A Austrália nasceu como uma prisão e persiste como uma prisão. A meses das eleições, Howard volta-se (de novo) numa cruzada contra as comunidades aborígenes. Desta vez, para invadir e ocupar os territórios com os seus soldados e polícia.
No dia 21 de Junho, o governo australiano declarou “emergência nacional” sobre os abusos sexuais às crianças aborígenes. John Howard decidiu então que todas as crianças aborígenes serão sujeitas a exames médicos regulares. A venda de pornografia e álcool foi proibida em todas as comunidades aborígenes. O governo australiano vai assim ditar o que eles podem ou não comprar com os seus baixos salários. Estas medidas aplicam-se indiscriminadamente a todos os aborígenes, mesmo àqueles que com grande esforço conseguem cuidar das suas crianças com recursos muitíssimos limitados.
Howard está no governo há mais de 10 anos e nunca fez nada para reduzir a pobreza ou o desemprego nem para melhorar a saúde e a habitação dos aborígenes. A taxa de suicídio nestas comunidades é tragicamente alta (4.3% do total de mortes). A esperança média de vida é 17 anos inferior à dos outros australianos. O governo gasta menos per capita no sistema de saúde dos aborígenes do que no resto da Austrália.
Meias-ajudas não ajudam
Sócrates é o pai babado do programa de apoio à natalidade. É também um pai padrasto. As prestações de abono de família são miseráveis e uma publicidade a uma ajuda que não é.
Para os mais pobres de todos, aqueles que vivem com menos de 40 contos por mês, o subsídio será de 130 euros no primeiro ano depois do nascimento. Isto até ajuda, pelo menos para pagar fraldas e papas, que por contas rápidas e poupadinhas devem ficar à volta de 145 euros mensais. Mas e depois? A criança continua a precisar de fraldas, que com a idade ficam cada vez mais caras, come mais, vem da creche com viroses, precisa de medicamentos e de uma roupinha para não andar nua. Os 32 euros mensais que o governo dá para estes anos seguintes não chegam para as fraldas. Dispensadas as fraldas, não chegam para os livros escolares ou para um passe social nos transportes de Lisboa.
Com esta generosidade toda é caso para dizer, nem o pai morre nem a gente almoça.
20 julho 2007
Fazer esquecer a Palestina
Notícias na rádio. Ontem, uma repórter da BBC World Service introduzia uma discussão sobre a Palestina. Disse que o Presidente Abbas declarou o Hamas ilegal quando este ocupou Gaza (“Abbas outlawed Hamas when the movement took over the Gaza strip”). Hoje um repórter da National Public Rádio reflectia sobre a decisão da Casa Branca de financiar a Fatah, e introduz que Abbas sacou o controlo da Cisjordânia ao Hamas.
Apelar a enredos conspirativos é supérfluo para descrever como o jornalismo se casa com o poder. Basta fazer notícias do género: “Ele disse …, Ela disse…, Ele respondeu…” Chega exorcizar o espírito crítico e ler do papel oficial. É suficiente subscrever a história revista pelos assessores de imprensa.
Não é a história longa que se pede, é a história curta, a actual. Não esconder que a Fatah durante meses tentou (e conseguiu) assassinar líderes do Hamas, incluindo duas tentativas ao Primeiro-ministro eleito. Convém notar que Abbas demitiu o governo de unidade nacional e com a polícia palestiniana perseguiu o Hamas, e que foi só em resposta que o Hamas tomou controlo total de Gaza. O grande embaraço na Palestina não é que o Hamas esteja encurralado em Gaza mas que a Fatah tenha perdido controlo da região de forma tão rápida e definitiva. O grande escândalo é o desejo expresso de Abbas de realizar eleições sem o partido mais eleito no último plebiscito e seus directos adversários políticos, o Hamas.
O jornalismo está senil? O jornalismo está infantil? O jornalismo está imbecil?
Analidades
Agradeço a atenção de André Abrantes Amaral, por me indicar finalmente a resposta a toda uma série de questões que me tinham passado pela cabeça desde que tive o (des)prazer de deparar com a Cruzada Anti-Sodomita da Sra. Lança (sim, já confirmei, é mesmo Lança). Com base no facto de ter dirigido a maior parte da sua argumentação anti-gay e anti-sexo anal em material dos anos 90 (ou repescagens do mesmo), havia duas hipóteses:
1- ou estariamos perante alguém que já tinha cessado funções de investigação/dissertação há uns aninhos,
2- ou alguém que baseava a sua investigação nas revistas da lista de espera do consultório.
A resposta veio a ser a 1. Tudo bem. Confesso, surgiu-me a imagem de uma octagenária à frente e tremi um pouco, agradeçam à capacidade correctiva de alguns padres que infelizmente tiveram a sua vez no meu ensino. "Respeita os mais velhos" acho que fazia parte dos Mandamentos, vinha antes do "Não matarás os teus pais sem cobiçares a perna da tua vizinha ao domingo"... Mas agora o nevoeiro já passou.
Lendo o texto no Portolani, revendo isto, isto e isto, só me resta o seguinte. Nada. Não há nada a pôr ou a tirar ao que já foi dito. A Sra. Lanca (escrevi mal de propósito) enquanto se dedicar à Cruzada que ela própria iniciou não vai deixar de ser mais do que uma Velha do Restelo com uma ligação à Internet. E que terá de ganhar o respeito como todos os outros que para aqui escrevem, com base em argumentos e em factos, não a contar como aprendia informática em Inglaterra, ou como sabe de mais coisas do que os badalhocos que para aí andam. Tal argumento já não ouvia há muito, e aliás, os últimos a dizer tais coisas foram os mesmos padres que citei há bocado.
E se a Sra. Lanca (pimba, lá estou eu outra vez) quer falar sobre vocabulário moderno ou sobre a praga gay, então que actualize as suas fontes. Até lá, pode continuar a fazer trabalho de arquivo de História da Medicina, ou mais do mesmo, a folhear os trabalhos científicos dos assessores pela Saúde do regime Bush.
Canções da liberdade
No ano em que se assinala o 20.º aniversário da morte de José Afonso, Francisco Fanhais, José Mário Branco e Tino Flores, amigos do cantor da liberdade, apresentam um espectáculo em que interpretam muitas das músicas que marcaram a luta contra o fascismo e o pós-25 de Abril.
Hoje às 21h30 no Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal.
Organizado pela Associação José Afonso
A afiada Lança da Modernidade
Patrícia Lança (ou será Lanca?), que há semanas despoletou uma das maiores discussões na blogosfera sobre sexo anal, vem agora descobrir a roda:
a miudagem e a juventude, sempre irreprimíveis nas suas inovações linguísticas, começaram a adoptar a palavra 'gay' num sentido pejorativo.
Aparentemente trata-se de "um processo que já dura mais de doze meses e foi noticiado primeiro no Times de Londres e comentado pela própria BBC em Junho do ano passado." . Para quem passou os últimos anos fechado numa cave a comer Bollycaos (ainda na altura em que vinham com os autocolantes do He-Man, e antes de terem aumentado a proporção de leite), realmente é preciso recorrer à BBC para perceber o que a "miudagem" anda para aí a dizer. Para os outros, basta ver um episódio de South Park (os primeiros episódios surgiram em 1997) para poder esbarrar contra um "that's completely gay". Sim, 9 anos antes da BBC e 10 antes da Patrícia Lança (ou será Lanca?).
Bem, esta miudagem, irreprimível na sua inovação linguística, reprimível em tudo o resto não para de nos surpreender. Gays, acautelem-se, que a modernidade vos vai passar a ferro. E isto é para levar a sério, que a comentadora mais baril e modernaça, sempre à frente da blogosfera já topou a cena toda como esta coisa tá a andar de mota. 'Tás a piscar?
Cuidado com as férias!
Não, não se alerta aqui para o marasmo na blogosfera, as insolações, congestões ou peixe-aranha.
Nada disso.
Apenas para o que se adivinha ser um Verão nada famoso para os trabalhadores. Para além das tristemente famosas histórias de trabalhadores que vão de férias e quando voltam a empresa onde trabalhavam faliu convenientemente, muitas vezes com as máquinas já fora das instalações e administradores a milhas, há coisas estranhas no ar.
Parece que agora as entidades patronais querem ter a possibilidade de despedir por razões ideológicas. Para além das outras coisas todas a que nos habituaram, como quererem acabar com a contratação colectiva e outras coisas que tais, agora também podemos perder o emprego por não sermos da mesma cor política do patrão?!
Isto ainda vai acabar mal...
É impressão minha...
19 julho 2007
He's dead Jim
Às quintas feiras, na página 3 da Business Section, o New York Times convidava economistas para escreverem liberalmente sobre a actualidade. Sem grande faro para esta caça, a actualidade frequentemente chegava atrasada e a prosa era gaguejada entre o palavrão técnico e o exemplo infantil. E assim foi durante dez anos com graus variados de (in)sucesso. A última trupe: Tyler Cowen, Hal Varian, Robert Frank e Austan Goolsbee foi tão inepta que se terminou com a brincadeira. Este painel junta-se a outros tantos para produzir uma coluna Domingueira no suplemento Your Money. Na quinta não há mais.
A justificação dada foi: "Ao mover os economistas para o Domingo, quando a nossa secção não está recheada de notícias, acreditamos que damos mais protagonismo aos seus textos." ("By moving the economists to Sunday, when our section isn’t filled with news, we think we can give their writing more attention.") Esqueceram-se de acrescentar, que se é para ser sermão, antes ao Domingo.
Viagem absolutamente grátis!
Maravilhosa Visita a Lisboa
Venha passar o dia à capital do nosso país
Venha passar o dia à capital do nosso país
E como prenda leve uma bandeirinha para casa!
Domingo, 15 de Julho de 2007
Horários e Pontos de Partida das excursões
Saídas do Norte:
5.00 Mirandela
6.00 Cabeceiras de Basto
7.30 Teixoso, Covilhã
Programa:
- Saída dos pontos indicados em Autocarro Grande Caciquismo;
- Pequeno-almoço em Vila Franca de Xira com a Rosinha;
- Chegada a Lisboa e visita à famosa azulejaria dos Túneis por João Só Ares;
- Almoço (Sopa, prato de Carne com Guarnição, Pão, Água, Vinho, Refrigerante, Sobremesa e Café);
- Visita à grande EXPO guterrista;
- Tempo livre;
- Jantar leve (para evitar congestões) seguido de apresentação publicitária a cargo do PARTIDO SOCIALISTA com artigos de alta qualidade para a Câmara Municipal de Lisboa;
- Regresso a nossas casas.
E se o Hulk quiser fazer o Homem-Aranha em papa...
...a que Deus é que ele vai rezar? Neste link encontram-se listadas as religiões da maior parte dos Super-Heróis (não só Marvel e D.C. Comics).
Fica-se a saber que o bom Capitão América (protestante) não vai à mesma igreja que o Bush. O Super-Homem está um pouco isolado na sua fé metodista, enquanto os maiores grupos parecem ser os católicos e os judeus (bem mais do que protestantes). Alguns têem a sua própria religião, outros aparentemente acreditam no Comunismo (não sabia tratar-se de uma religião), mas o trabalho de investigação não deixa de ser interessante. Voltando ao Aranha (protestante) e ao Hulk (católico), pouco há a dizer, ambos podem gritar "Ai meu Jesus" quando a coisa ficar preta...
18 julho 2007
Nuvens heróicas
O poder é uma expressão da rede. Chegamos a esta conclusão levados pelo doce encanto da internet. Esta semana vi-me inscrito no facebook, após ter estado no orkut e no hi5 sem grande entusiasmo. Já se sabia que a informação viajava em rede, mas agora descobrimos que a par de sermos elementos da rede somos por esta definidos. Facebook é uma sociedade virtual onde a distância entre amigos é refeita, a nossa indentidade é descrita pelas comunidades a que nos associamos, e pelos testemunhos dos membros da nossa rede. Eu sou agora um nódulo (fraquinho, com poucos amigos).
Para que estes mapas de rede representem poder exige-se uma definição muito estreita de poder. Pede-se que vectores e relações tenham igual peso (que cada amizade seja comparavelmente idêntica), que cada vector seja recíproco (que A amigo de B, seja também B amigo de A). O poder destas redes é comunicacional, quem tem mais vias de contacto mais comunica. A mafia é uma rede. Um partido é uma rede. Mas estes ultimos são redes que não se representam nestes mapas.
Vamos a um exemplo. A companhia de cartunes Marvel decidiu mapear a sua enciclopédia de super-heróis. Cada super-herói é ligado a eventos e a outros heróis ou vilãos. As nuvens do Homem Aranha e do Hulk seguem em imagem.
Este exemplo demonstra os limites desta representação em rede. A rede do Homem Aranha é bem mais densa que a do Hulk, mais poder? Jamais! Ninguém duvida que o Hulk fazia o Aranha em papa.
HOJE: concentração bolseiros 17h30 junto ao MCTES
Aqui fica o apelo lançado hoje pela ABIC - Associação dos Bolseiros de Investigação Científica para a participação numa concentração em frente ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
«Caro colega
Apelo a tua participação na concentração de bolseiros, hoje, às 17h30, junto ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), em Lisboa. Iremos entregar a nossa Proposta de Alteração do Estatuto dos Bolseiros, as milhares de assinaturas no nosso abaixo-assinado (mais de 3200), e demonstrar a nossa contribuição para a produção científica nacional.
A comunicação social regional e nacional tem dado uma atenção sem precedentes a esta iniciativa [ver aqui e aqui, por exemplo], fruto do trabalho contínuo da ABIC e bolseiros em chamar a atenção para os seus problemas. Confirma também a importância social dos bolseiros no sistema científico e tecnológico nacional e para o país. É preciso termos uma presença significativa de bolseiros presente na concentração. Vêm colegas de Aveiro, Braga, Coimbra e Porto. Mas faço um apelo especial aos colegas da área de Lisboa, para virem até ao MTCES para tornarmos este evento um marco no nosso trabalho de valorização e dignificação da actividade dos jovens investigadores e técnicos.
O MCTES fica localizado perto do Jardim Zoológico. Virado de frente para o Zoo, a Estrada das Laranjeiras é a estrada do lado direito. O MCTES fica algums metros do lado esquerdo.
Acessos: Estação do Metropolitano do Jardim Zoológico; Autocarros 16, 31, 46, 54, 58, 63, 68, 202, 205; Estação CP Sete Rios.
Aproveito para vos informar que teve lugar na passada sexta feira um reunião ente Painel Consultivo e o Prof. João Sentieiro (Presidente da FCT) e o secretário de estado do MCTES, Manuel Heitor. (O Painel consultivo é constituido por 2 docentes universitários e um bolseiro.) O tema da revisão do estatuto foi um dos temas abordado (iremos colocar brevemente um resumo no fórum), mas não foram revelados detalhes sobre os resultados do estudo da tutela sobre a revisão. É de assinalar que fomos convocados de véspera para a reunião, i.e., o formato desta reunião mais alargada foi claramente em antecipação da concentração de hoje. Porém este tipo de encontros não substituem um diálogo directo que deve existir entre a tutela e os bolseiros. Devemos insistir em sermos recebidos pela tutela para apresentar a nossa proposta e sabermos quais as linhas orientadoras do processo de revisão da tutela.
Até logo à tarde!
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Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC)»
17 julho 2007
DemoKracy
"Abjee" é gíria para irmãs em persa... e irmãs é o que Safoura (voz, guitarra e música) e Melody Safavi (voz e letras) são.
Via MRzine
A Guerra Civil Espanhola contada por Franco
A 17 de Julho de 1936 começou a guerra civil espanhola. O Bitoque tem por hábito assumir uma posição clara, de compromisso com diversas causas, longe dos meias-tintas tão em uso. Numa atitude invulgar, damos a palavra ao outro lado.
Saramago allez, allez
O "novo" Diário de Notícias lança os foguetes e apanha as canas. Não basta fazer sensação da entrevista com José Saramago onde o Nobel admite óbvio - Portugal é pequenino, pequenino - fazem no dia seguinte espalhafato das reacções à entrevista. Aliás foi o Diário de Notícias que solicitou reacções. Para se fazerem "caixas" é preciso empurrar o pais à reacção, que esse por si não se agita.
A maioria dos inquiridos preferiu dispensar comentário mas há sempre voluntários para a alarvidade nacionalista. Martins da Cruz tendo sido Embaixador e Ministro dos Negócios Estrangeiros sentiu-se particularmente ofendido pelas palavras de Saramago, certamente porque sem nação não haverão cargos de honorífica diplomacia para o dito encher a pança. Vasco Graça Moura insurgiu-se contra a "engenharia de racionalidade", e eu fico confortado por saber que o eurodeputado dispensa uma e outra e se compromete talvez com um "artesanato do emocional".
Mas o grande prazer do escândalo que esteve quase para ser, e que o Diário de Notícias não publicou, foi o contraditório pelos amigos do Zero de Conduta, que em poucas linhas fazem o Martins da Cruz em fanicos.
16 julho 2007
A vida é uma correria
Provavelmente a mais eficaz metáfora económica é o ciclismo. O seu uso original é de ingrata tradução. "Cycle" (bicicleta) em inglês denota ciclo, como por exemplo um ciclo económico. Foi com esta evocação que a bicicleta entrou no imaginário económico dos anos 30 (ver os cartunes do David Low, em baixo).
Depois, a metáfora ganhou novos adeptos e usos. Nós por cá tivemos um Primeiro Ministro Cavaco, político de superfície e economista de substância, a abusar da expressão "pelotão da frente" para vulgarizar o debate sobre a UE. Nesse uso já não é o isomorfismo semântico, a circularidade ou o pneu cheio e vazio que explicam o sucesso da metáfora, é a corrida. Em apelo nacionalista, que elucida as contradições liberais do nosso Cavaco, deviamos todos pedalar com mais esforço para avançar no ranking económico. Competir é um esforço fisico, manual, laboral.
Não foi o Cavaco que inventou a roda. A economia política clássica (A. Smith e afilhados) entendia a competição como uma corrida, embora a locomoção fosse outra. O papel do capitalista era antecipar os seus adversários. Esta mensagem cultural permaneceu inalterada. A visão económica está fundada numa demarcação de vencedores e vencidos, de rankings e contabilidades, uma infernal Volta (Vuelta, Tour) ao Mundo. E regista assim a sua pobreza. Afinal que desperdício estar sentado nesta bicicleta a correr para chegar a primeiro, olhos fixos na roda do adversário, enquanto as paisagens e as gentes se escapam numa indefinida mancha periférica. É uma péssima forma de viajar.
Vidinha triste...
Alinhando os "independentes" com as suas respectivas cores políticas, as eleições em Lisboa teriam o seguinte aspecto:
PS 39,75%
PSD 32.44%
PCP-PEV 9.53%
BE 6.81%
CDS-PP 3.70%
Ou seja, o velho quadro político que se conhece, mais de 70% de votos para PS e PSD, os restantes partidos lá vão flutuando de cabeça mais ou menos fora de água. O PS sai sem grande mossa, apesar do estado actual do Governo. O PSD, apesar dos casos de corrupção na Câmara e não conseguir fazer oposição (ou não querer), ainda consegue reunir um forte segundo lugar.
Talvez o uso de "independentes" nesta eleição tenha sido uma tábua de salvação contra o que seria de resto uma pura catástrofe. Os desiludidos do PS e do PSD tiveram porto seguro em Roseta e em Carmona (ou seria Negrão?, neste caso não sei quem andaria a resgatar os desiludidos). Talvez a verdadeira mensagem esteja nos números da abstenção. Ou talvez seja mesmo a vidinha do costume,
PS e PSD com sinal verde para jogar o jogo das cadeiras. Venham mais ou menos votos, são eles que abanam as bandeirinhas no final e sorriem. Seja qual fôr o resultado, dali a uns tempos a música volta a tocar.
15 julho 2007
Lisboa : votos abstencionistas
14 julho 2007
Também o jornalismo precisa de serviço público
O programa Larry King Live de ontem teve edição especial para interrogar se há uma crise de saúde pública nos Estados Unidos, que para nós é proxy para discutir o modelo privatizado de saúde, por Portugal admirado. O tenebroso Larry King teve como adjunto o incompetente Dr. Sanjay Gupta (a tentar recuperar o verniz de objectividade que estalou nos debates com Michael Moore) e os intervenientes foram: familiares das vítimas das seguradoras, os seus advogados, um jornalista do New Republic, um especialista da era Clinton em saúde pública, uma representante das seguradoras e o presidente de uma associação de médicos.
Perante este aparato esperava-se algum progresso no debate sobre a saúde nos EUA, talvez o desenho de propostas, talvez algumas acusações que revelassem negligência ou culpa. Em vez disso, nos últimos segmentos das 6 partes de 4 minutos que compunham o programa, Larry King deu coragem à voz e admitiu o óbvio: “podemos agora dizer com confiança que há um crise.” 24 minutos de programa que estão resumidos nos primeiros 2 minutos de um filme de 2 horas e meia, Sicko.
E entre os pedaços desta lenta progressão de ideias, atrapalhada pelos constantes avisos do Dr. Gupta que o “problema é complexo”, a publicidade sorridente, musical, animada das seguradoras e farmacêuticas anunciava novos projectos não lucrativos de apoio aos seus segurados e clientes. Durante a totalidade do programa, nos intervalos que duraram quase tanto como o debate, só se assistiu a publicidade médica. Dizem eles que isto é informar.
13 julho 2007
Fear and Loathing in Economics
De vez em quando vejo passar uns economistas à porta do blogue a espreitar timidamente cá para dentro. Convido-os a entrar para uma reportagem sobre a infâme profissão económica. Tiro o gorro de A. Cabral e enfio o panamá de Hunter S. Thompson.
Uma livraria de montra ampla brilhando com o colorido das capas é como um obstáculo na estrada. É uma lomba para os pedestres que são forçados a abrandar convidados pela curiosidade. Dois títulos pontificam do outro lado do espelho: Happiness: Lessons from a New Science, e Freakonomics. Depois de décadas de recluso esquecimento há economistas no topo de vendas de livros.
Foi a teoria económica que se tornou popular? Ou foram os economistas que aprenderam a comunicar?
Entre dentes afiados, a revista Economist proclama uma "renascença" e vai dizendo que a teoria económica descobriu os temas da emoção e da irracionalidade. Para trás ficaram as penitentes afirmações da razão e da frugalidade. Quem acha que pouco mudou na Babel do pensamento económico assinala a presença de "heróis renascentistas" como Paul Krugman, que é gigante da teoria e da comunicação pública. Para estes é o charme individual que explica a cor da montra livreira. Ambas as justificações parecem dispensar leitura do texto, a atenção vai ou para o sistema ou para os protagonistas.
Comprei um Freakonomics baratito para fazer a prova e confirmar o sono em noites de insónia. Com surpresa descobri que é legivel e quase me convenci que economistas sabem escrever, não fosse a muleta do co-autor ser jornalista na New York Times Magazine. Quem abre Freakonomics a meio encontra o "paradoxo do traficante de droga." Os autores explicam-nos que na actividade do tráfico só o lider do gangue tem acesso a riqueza e privilégio, enquanto os seus soldados vivem com as mães e recebem menos que o salário mínimo. Contudo, não faltam aspirantes a traficante, enamorados pela quimera de um dia dominar a matilha e ocupar o lugar cimeiro. Para um economista à antiga esta observação seria motivo para um sermão sobre a irracionalidade dos agentes, enquanto permanecia confiante que com tempo o mundo se auto-corrigia. Mas para o novo elenco económico não há utopias mercantis. Basta-lhes contar a estória em termos inesperados, como em improviso. O primeiro tema da peça evoca imaginários sombrios de moralidade ofendida, a criminalidade e o guetto. Mas o economista reduz o ritmo, troca a escala, introduz uma distonia: a criminalidade transforma-se em empresarial e o guetto em praça financeira. Robert Frank no New York Times anotou que a ambição dos seus alunos em serem gestores de hedge funds é semelhante à dos aprendizes de traficante. É de cortar a respiração!
Entre o velho e o novo erege-se a diferença entre ser engenheiro ou ser músico. Lamentavelmente, estes intérpretes são todos maestros. Não abandonam o expresso desejo da ditadura, ao querer suplantar os sociólogos, psicólogos e cientistas políticos na análise social. Sem esse vício de autoridade o improviso seria mais desprendido, e a teoria económica podia ser até ser como o jazz.
A Maldição da Palavra Escrita
Já há saudade da geração MTV e dos anos 80.
Porque a geração Harry Potter não é tão sedutora.
Falta-lhes dar sentido ao corpo. Os tipos lêem com avidez: um milhão e meio de copias estão pré-encomendadas do novo livro, e contam-se 365 milhões de exemplares vendidos mundialmente da série. E como é de cultura geral e senso comum, a palavra escrita nunca iluminou decentemente os temas da carne.
Moda Primavera-Verão
A Primavera começou quente mas arrefeceu. Não só porque a temperatura baixou e só há uns dias deixou perceber que o Verão tinha começado, mas também porque parece que temos que andar caladinhos.
Pelo menos duas situações vieram relembrar a falta de liberdade de expressão e o sistema de bufaria que vigorava antes do 25 de Abril: o caso do professor da DREN suspenso por ter feito um comentário jocoso sobre o Sócrates, e o caso da directora de um Centro de Saúde que não retirou "a tempo" um cartaz que contestava a política do governo na área da saúde. Casos mais há que têm vindo a lume, que demonstram o conceito de liberdade de expressão deste governo (ver por exemplo aqui).
Dadas as tendências que se avizinham para mais uma "silly season", apresentamos então a nossa proposta Primavera-Verão.
12 julho 2007
Festas - descubra as diferenças
Há a Festa do Avante, que re-encena a festa do L'Humanité. Acrescenta-se agora o Socialismo 2007 do Bloco de Esquerda que re-encena a Marxism 2007 do Socialist Workers Party do Reino Unido.
As festas portuguesas, à semelhança da francesa, são em Setembro, a dos Britânicos foi recentemente em Julho. As festas do PCP e do PCF são uma malha de concerto, festim, exposição, e comício. As festas do BE e do SWP são um congresso de multi-sessões temáticas em módulo académico-partidario.
O que distingue as portuguesas é que seguem - a adaptar o modelo à dimensão e à psique nacional. Assim o Marxism 2007 teve mais que 4000 pessoas a assistir e 10 sessões em paralelo durante 5 dias, mas o Socialimo 2007 prevê 6 sessões paralelas e 3 dias de encontro. É preciso re-dimensionar, mas mantendo a densidade de convicção revolucionária entre o Reino Unido e Portugal, esperamos 1400 pessoas para a festa do BE?
Como eterno pessimista da coisa nacional, porque não estou no programa, e porque tenho prazer em meter o bedelho na vida dos outros, parece-me que 6 sessões e 3 dias é muita fruta. Ficamos demasiado próximos do padrão académico de uma convenção de salas vazias, mas com um programa grosso para insuflar importância. Talvez por isso o simbolo é um balão?
You're no fun anymore
"O que isto precisa são de uns 12,354 Salazares"
Sobre a troca de galhardetes que anda por aqui, aqui, e aqui,... só me lembro de citar o Pedro Arroja, da altura em que ainda escrevia no Blasfémias (11.02.07):
O advogado Ricardo Sá Fernandes aceitou colocar-se ao serviço da polícia para denunciar um seu concidadão. No tempo do Estado Novo ele teria prontamente recebido um epíteto de quatro letras e teria sido objecto de condenação generalizada por parte da população.
Agora não, aparece quase como um herói, na primeira página do Expresso.
pois é, pouca vergonha...
Dia-a-dia I
"De mãos no ar, uma criança iraquiana assiste às buscas que soldados norte-americanos e iraquianos fazem de manhã cedo à casa da sua família em Baquba, a norte de Bagdad, onde centenas de rebeldes continuam a combater a presença das forças internacionais em território iraquiano. Foto: Goran Tomasevic/Reuters"
(in Público)
11 julho 2007
Filosofia Política
"Um homem pequeno chicoteia sempre um homem grande se o homem pequeno ficar pela direita e continuar a avançar.
[Little man whip a big man every time if the little man's in the right and keeps a'comin.]"
Motto of the Texas Rangers
O único homem...
O nadir dos tempos
"Qual a segunda maior força militar na grande coligação que ocupa o Iraque, com 125.000 soldados (25 vezes mais que o Reino Unido) ?
Forças mercenárias contratadas das quais a mais numerosa é a Blackwater, USA."
Tudo isto retirado de mais um blog que desabrocha na blogoesfera. Bem-vindo, Tárique!
10 julho 2007
Vidas em saldo
Sabemos que no capitalismo, a vida humana, tal como as bananas, tem um valor monetário. Também sabemos que esse valor depende de quem és, onde nasceste, que cor de pele tens. Mas qual é a variação de preços? Algum palpite?
As guerras mais recentes ajudam-nos a fazer as contas. Quando as tropas americanas mataram 19 civis e deixaram feridos outros 50 em Jalalabad no Afeganistão por “uso excessivo de força”, o Pentágono pagou 2000 dólares por morto a cada família. No Iraque, a média é de 2500 dólares por cada inocente. Esse foi o pagamento pelo massacre em Haditha, fossem as vítimas bebés, homens ou mulheres. Para conhecer o valor da vida de um americano podemos olhar para o 11 de Setembro de 2001. O governo calculou que cada morto valia 1.8 milhões de dólares. Mas até neste caso, o custo variou, dependendo da estimativa dos rendimentos futuros perdidos com o falecimento da vítima.
Apesar do baixo custo da vida dos iraquianos, o total dos “pagamentos de consolação” (o nome é oficial) já vai em 32 milhões de dólares. Portanto, o número de vítimas colaterais... é fazer as contas, como diria o agora Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados.
É com estas contabilidades que o Estado americano pensa a guerra e elimina qualquer consideração sobre as pessoas e locais. Gerir a guerra é como gerir um negócio e o lucro faz-se com cadáveres. É arrepiante.
Complemento
A reportagem que passou antes da entrevista a Michael Moore (exibida em baixo)
CNN, Saúde e Iraque
O que liga a CNN, a Saúde e o Iraque?
A resposta é Michael Moore.
Michael Moore é entrevistado pela CNN sobre o seu último filme "Sicko" (que parece tem andado a incomodar em terras do tio Sam). É o mesmo programa que 3 anos antes tinha ridicularizado "Farenheit 9/11" como um monte de mentiras. Antes de Moore ter a palavra, a CNN passou um peça criticando os dados apresentados em Sicko.
Nerd-attack
Têm por nome Nunatak e foram a única banda a tocar no Live Earth a partir da Antártida. São super-vedetas da música por imposição, já que entre os 22 habitantes do continente gelado neste Inverno eram a única banda disponíivel. Como primeiro emprego são biólogos e metereologistas do British Antarctic Survey.
Quem disse que investigar é um trabalho maçador e solitário? Entre recolher amostras de excrementos de pinguim dá-se um concerto para um milhar de milhão de pessoas.
Chefias e avaliações...
O Público noticia hoje que "[o]s dirigentes intermédios que forem considerados responsáveis pelo não-funcionamento do sistema de avaliação dos funcionários públicos nos seus departamentos terão como penalização a cessação imediata da sua comissão de serviço."
Criam-se os incentivos para se avaliar. Falta saber avaliar o quê. A maioria dos organismos (públicos) continua sem ter objectivos claramente definidos, muita vezes sobrepondo-se funções entre organismos e outras confusões que tais. Esta salganhada quer inevitavelmente dizer que o próprio trabalhador pouco ou nenhuns objectivos significativos tem para ser avaliado. Passa-se então a uma avaliação fictícia...
Pena é que ainda não é desta que os "subordinados" avaliam os chefes, como em muitos outros sítios se faz.
Um novo candidato à CML
09 julho 2007
Afinal...
Depois de ler esta notícia, quase que fico a gostar do governo Sócrates:
"Bispos muito zangados com Governo"
A não perder também a discussão nos comentários. Como já vem sendo hábito, é ainda mais interessante do que a própria notícia.
O inferno dos jornalistas...
"Mais de 60 por cento das notícias sobre política dos quatro maiores diários portugueses são induzidas por fontes profissionais, revela um estudo recentemente apresentado na Universidade do Porto por Vasco Ribeiro, com base nas secções de política do Diário de Notícias, Jornal de Notícias, Correio da Manhã e Público em semanas interpoladas de quatro anos: 1990, 1995, 2000 e 2005. O estudo indica que apenas 28 por cento das notícias das secções de política são resultado de iniciativa dos jornalistas, enquanto nas 11 por cento restantes não foi possível identificar quem motivou a cobertura noticiosa. “Os cidadãos anónimos surgem na imprensa tão-só para ornamentar e ritmar as notícias”.
Outro dado resultante do estudo é a “incapacidade do consumidor das notícias de
detectar a intervenção dos técnicos de comunicação e relações públicas na construção
das mesmas”, porque “só em 1,3 por cento do total das notícias analisadas foram
identificadas fontes profissionais de informação”. “É fácil imaginar, a partir do que conhecemos do funcionamento das redacções e dos dados obtidos nesta investigação, que, quando prepara a agenda para o dia seguinte, o editor rodeia-se de uma imensa pilha de notas de imprensa, comunicados, convites e dossiês que chegam, sofisticadamente, aos jornais”, refere Vasco Ribeiro."
(Lusa via Política Operária)
Assim, não é de admirar que muitos vão parar ao Inferno:
Ironias
Na fúria festivaleira que assolou o passado fim-de-semana, muitas asneiras se ouviram. Em particular no Live Earth, onde Edite Estrela afirmou que as alterações climáticas vão fazer com que haja mais tsunamis... Mais que a ignorância pura, assusta-me a crença generalizada no poder dos comportamentos individuais como força que muda o mundo.
Principalmente quando o promotor do evento (Al Gore) e uma das suas participantes (Madonna) andam de jacto particular.
Talvez por tanta asneira ter ouvido e da hipocrisia disto tudo, o comentário irónico de Chris Rock (ele próprio participante no Live Earth) quase, mas só quase, parece uma lufada de ar fresco: "Espero que este Live Earth acabe com o aquecimento global tal como o Live Aid acabou com a fome em África".
08 julho 2007
Tratados...
Deslealdades...
Pelo sim, pelo não, para evitar tentações de comentários jocosos nos lavabos...
(fotografia retirada de desmancha-prazeres)
07 julho 2007
Os democratas
Os lacaios empurram-se para justificar não haver referendo sobre um eventual tratado europeu. Agora é Freitas do Amaral que fala em perversões eleitorais ao DN. Ó Sr. Dr., olhe que a mim sempre me avisaram dos malefícios de quem muito se agacha. Sobe-lhe o sangue à cabeça, é claro, e não lhe há-de fazer bem à sua debilitada coluna (que já lhe valeu uma saída do governo).
Mas talvez as melhores declarações tenham pertencido a Sérgio Sousa Pinto (agora no Parlamento Europeu) também ao DN:
“O referendo só é um instrumento legítimo e adequado para as questões menores”.
“A realização de uma consulta popular tem de ser posta em linha com outros valores. Neste caso, o valor da importância da viabilização de um novo tratado europeu. Dou um exemplo concreto: num cenário em que todos os países se comprometessem a sacrificar o referendo à urgência da entrada em vigor de um novo tratado, então deveria ser evidente que Portugal deveria entrar nesse compromisso. Além do mais, um referendo é incompatível com a discussão de questões complexas. Os debates nos referendos rapidamente se tornam demagógicos. É também para essas questões complexas que existem os parlamentos.”
Resumindo, usamos os referendos quando vamos ganhar (ou para despachar batatas quentes). Alternativamente, usamos os parlamentos.
Uma vez mais o PS prepara-se para quebrar uma promessa feita antes de ter sido eleito governo. Provavelmente foi apenas mais uma eleição que se tornou demagógica…
(Declarações de Sérgio Sousa Pinto via zero de conduta)
06 julho 2007
Exprimir
Sou incapaz. Estou incapacitado da expressão segura da opinião. Quando olho para as coisas não sou tomado pelo sucos hormonais do desejo ou do desprezo. Sou “bom garfo.” Não sou leitor, ouvinte ou telespectador militante. Sou assim-assim.
Mais grave para quem mantêm um blogue de temas politizados, escrevo sem assinalar bom e mau, gosto e desgosto: tenho uma ausente voz autorial (complicada também).
Estarei doente, reprimido por qualquer trauma primordial? Ou será a vigilância da nossa sociedade disciplinar contra a qual não me consigo desprender?
Visto do avesso, pode ser que eu seja um dos sãos, e são vocês que estão doentes. Sim vocês! … os que opinam a torto e a direito. Portugal não precisa de mais opinião, corre um rio largo e denso de opinião do tasco a S. Bento. Nada se revela na opinião, é um sinal mais ou menos no que já foi dito.
Talvez para mover o “real” estagnado seja preciso sair dele.
E agora vou espremer uma limonada que está calor.
Aborto
Para além dos ditos objectores de consciência e ditas desorganizações, ainda há quem queira recusar os resultados do referendo...
Democracia em Timor?
Jornais
05 julho 2007
"Eduquês" em discurso desonesto
Sei que o atraso é grande, mas cheguei agora à leitura do comentado livro de Nuno Crato "O Eduquês em discurso directo - uma crítica da pedagogia romântica e construtivista". Sem querer contestar a existência dessa linguagem hermética, complexa e floreada, que frequentemente esconde um deserto de conteúdo e à qual Marçal Grilo tão bem chamou eduquês (linguagem que se encontra também fora das discussões sobre educação, sendo encarada por muitos como sinal de erudição e pensamento complexo), o pequeno livro de Nuno Crato vai muito além da ideia do ex-ministro.
Exemplarmente bem escrito, como aliás é costume nos textos do matemático, por entre a profusão de citações e referências bibliográficas surge um chorrilho de desonestidades intelectuais, repetidas interpretações perjurativas, jocosas e descontextualizadas de frases dos colunáveis da educação portuguesa, e uma recorrente deturpação das ideias e dos princípios que estão subjacentes a esta ou aquela afirmação. O ilustre matemático e divulgador de ciência mais parece um adolescente com dotes de escrita a quem roubaram a amada, e que se vinga ridicularizando o outro Romeu de todos os modos possíveis, independentemente da lógica ou honestidade intelectual.
Enquanto despeja o seu ódio intestino às correntes pedagógicas vai demonstrando um desconhecimento do funcionamento da sala de aula, dos problemas e desafios que são postos à escola actual, e de muitas das teorias que ele próprio cita para justificar os seus ataques. São interpretações convenientes, limitadas o suficiente para servirem o propósito.
Espremendo o texto escorrem uma gotas do liberalismo de quem passou metade da vida a adorar o modelo de ensino dos EUA, misturados com um conservadorismo atroz. Nuno Crato acaba por rejeitar a validade do método de construção do conhecimento científico, ao querer parar todas as mudanças que as correntes pedagógicas actuais defendem, com as deficiências, fragilidades e excessos que são inerentes às teorias de qualquer área do conhecimento (e que só podem ser ultrapassadas com a discussão académica e social). Em vez disso defende que se volte atrás, que se regresse aos métodos antigos que se sabe funcionarem, até se provar a validade das novas ideias.
Pergunta-se se os irmãos Wright tivessem esperado pelo desenvolvimento de um avião que nunca cairía seríamos hoje capazes de ir de Lisboa a Nova-Iorque em poucas horas, para levar a injecção mensal de liberalismo.
O que este regresso aos métodos antigos esconde é uma total desvalorização dos desafios de universalização do ensino, da desigualdade de condições económicas e culturais no acesso ao conhecimento (uma golpada no conceito de classe e dos códigos diferenciados, como um bom liberal deve fazer), sendo estes problemas completamente independentes da questão da "utopia" igualitária a que comummente são colados.
O que se sabe é que os métodos antigos funcionam muito bem para quem é muito bom. O que Nuno Crato não responde (nem a pedagogia moderna - ainda) é como fazê-los funcionar muito bem para todos os outros. Ou se calhar isso não é importante...
Exercício de cidadania
Com motivos distintos bloggers de todas as cores e feitios, nós incluídos, postaram ou lincaram um vídeo que publicita o apoio da UE ao cinema. O curto vídeo ajudou a estrear o novo canal da Comissão Europeia no You Tube. Em 15 dias o vídeo foi visto mais de 2.400.000 vezes (só no You Tube, não contabilizando os embed em blogs) e exaustivamente comentado pelo público e pelos deputados europeus.
É uma ocorrência frequente na vida pública, que o objecto seja desinteressante e mais curiosos sejam os seus empregos. E neste caso, o objecto originou uma cacafonia entre atrapalhadas piadas, pudica indignação e rebarbado contentamento. Não há estrutura para estes rios de comentários, não se separam exactamente no espectro político. O que se nota é um vídeo inócuo, sem mensagem de choque “let’s come together”, a passar de mão em mão.
Este vídeo criou, ou revelou, uma comunidade europeia. Só alguém que se identifica com a União e reconhece a sua cinematografia daria importância a este clip. Instantaneamente estavam todos em debate, a examinar e contestar o significado dado ao clip. É comparável a uma bandeira, em que todos têm a pulsão de a envergar mas cada um lhe confere um significado privado. É este o misticismo do nacionalismo, criar comunidades entre as divisões. Afinal não precisamos de Constituição Europeia, basta o cinema.
Olha quem fala...
"[V]ivemos num país em que as pessoas são livres de dizer aquilo que pensam (...) desde que seja nos locais apropriados. (...) Tem é de haver alguma sensibilidade social..."
Carmen Pignatelli, secretária adjunta do Ministério da Saúde
(Indispensável ouvir aqui)
FMI
Passaram 25 anos desde que FMI foi editado (1982).
"“É o internacionalismo monetário,” explicava José Mário Branco na introdução do mítico “FMI”. Na verdade é muito mais do que isso. É um retrato poético e satírico de um Portugal às voltas com a responsabilidade de ser, enfim, livre. “(…) estas coisas já nem querem dizer nada, não é? Ismos para aqui, ismos para acolá, as palavras é só bolinhas de sabão(…)” Mas de facto as palavras – como “comunismo” e “fascismo” a que aqueles “ismos” se referiam – eram bem mais do que bolinhas de sabão. Eram uma ferramenta num tempo em que o futuro ainda se construía com ideias. E nesse tempo, a música tinha outro valor, outro peso e outra força.
José Mário Branco escreveu “FMI” em 1979, quando muitos sentiam já que Portugal e Abril tinham deixado de rimar, de andar lado a lado. Este foi o período em que a chamada música de intervenção se pode estender para lá das metáforas que desafiavam o lápis azul dos censores. Mas as raízes de José Mário Branco estavam no exílio, onde a sua carreira arrancou, ainda durante a década de 60. Ao longo dos anos, José Mário não se limitou a trabalhar nas suas próprias composições e emprestou o seu talento de arranjador a clássicos de José Afonso, por exemplo. O pós-25 de Abril foi período e terreno de utopias: formou o GAC, trabalhou como actor na Comuna, fez bandas sonoras para filmes e, em 1979, foi expulso do PCP. “FMI” é filho directo de todas essas experiências e muito provavelmente o resultado de uma desilusão crescente."
Ouvir aqui
Ler aqui.
(encontrado em arre macho, pimenta negra e desmancha-prazeres)
04 julho 2007
Independence day
Numa sala amarela com um frondoso arranjo floral ao centro, Alan Johnston de novo falou para o mundo, findos 114 dias de sequestro. Depois de penosa ansiedade e quilos perdidos, as primeiras palavras de Johnston foram de análise. Como se nada tivesse ocorrido, Johnston estava de regresso ao trabalho: dar a Palestina a conhecer.
Johnston garantiu que do seu cárcere muito viu e ouviu. Com um rádio escutava a BBC World Service e sabia da campanha internacional que militava pela sua libertação. Foi assim que soube dos esforços do governo do Hamas para o encontrar e libertar. Johnston acrescenta que os seus captores, de um tal Exército do Islão, permaneceram tranquilos até há poucas semanas. Quando o golpe de Abbas de sacar o executivo Palestiniano para a Fatah saiu torcido, e o Hamas tomou controlo fácil e total de Gaza, os captores de Johnston ficaram nervosos.
Feitas mais umas tantas conferências de imprensa, onde se pediu ao sequestrado as suas emoções e pequenas histórias de terror, já se esquecem algumas inquietantes questões. E se a Fatah não é a força pela ordem que anuncia ser, e se esta estiver envolvida nas redes de crime e corrupção que corroem a unidade palestiniana? E se a Fatah protegeu este grupo para manter o escândalo de um sequestro executado e mantido durante o governo Hamas?
Assisti à libertação de Johnston na perturbada CNN. O repórter no estúdio, o muito admirado e móvel Anderson Cooper, avisava com insistência que o Hamas podia não permitir que Johnston falasse. Quando Ismail Haniya, primeiro-ministro (eleito) da Palestina no último ano e meio, fez uma declaração, Cooper chamou-lhe um porta-voz e não permitiu a tradução do seu anúncio. É uma ignorância profunda do que se passa no Médio Oriente mas também um esforço consciente para ignorar o que contradiz os pressupostos americanos. Hamas é definido como grupo terrorista, inimigo de Israel, inimigo dos EUA. Que o Hamas proteja jornalistas ou que consiga trazer paz e normalidade à Faixa de Gaza é-lhes inconcebível.
Porque hoje é o 4 de Julho...
Cinema sexy...
(Vídeo publicitado pela UE para mostrar o seu apoio à produção de cinema)
Flagaphile
Os nossos vizinhos não são muito asseados e a entrada para os apartamentos está sempre suja. Pois hoje foi a primeira vez que os vi a limpar. E logo para pendurar uma bandeira gigante na porta. Não bastava a pequena que está lá sempre colada!
03 julho 2007
O melhor sistema
Esporadicamente, com medo de perturbar a pasmaceira, os ideólogos admitem umas verdades. Por exemplo, e contra a retórica do Washington Consensus dos últimos 30 anos, admitem que as ditaduras são melhores no fomento do crescimento económico que as democracias.
Estes são os mesmos, American Entreprise Institute, que granjeiam fama pela apologia das privatizações e liberalizações como guarda avançada para a implantação de democracias – paradigma, o Iraque.
Como contra os factos nunca faltam argumentos, logo uma nova doutrina se desenha... Primeiro interpreta-se que: “Não ser livre pode ser uma vantagem económica. As ditaduras não estão presas pelas preferências dos eleitores por exemplo, exigindo um Estado de Providencia.” E conclui-se logo ali que as democracias devem imitar as políticas de mercado das ditaduras, competindo pela preservação da sua liberdade.
A acrobática revela retórica vacuidade. Não há factos que não se possam empacotar numa defesa da corrida competitiva. E ao mesmo tempo que se defende em voz alta a democracia, há um zum zum de namoro à ditadura.
Fazer pouco da arte
Em Nova Iorque um grupo conhecido somente por Splashers (salpicadores) tem borrado murais de artistas célebres. Ocasionalmente, perturbam também exposições com bombas de mau cheiro. Em manifesto o grupo apresentou uma prosa situacionista acusando o movimento de arte alternativa de se ter deixado corromper pelas regras do negócio burguês.
A partir de que momento é que a arte se comercializa? A controvérsia recente oferece-nos uma excelente regra como resposta: quando sujar um mural se torna crime de vandalismo à propriedade, com polícia à mistura, então essa arte mercadorizou-se.
O Consulado de Londres não consola...
O Consulado Geral de Portugal em Londres anda em ebulição. O blog de oco()rências tem relatado muita das peripécias que têm afectado os trabalhadores por reclamarem um trabalho com direitos. Neste caso concreto, entre outros aspectos, o pagamento dos descontos à Segurança Social em Portugal.
Agora, parece que houve mais um desenvolvimento, com um despedimento de mais um trabalhador. Ver notícia no DN aqui ou ver todos os pormenores aqui.
Vergonhoso!!!
Lewis “Scooter” Libby é o infame ajudante do vice-presidente Cheney que para intimidar um embaixador crítico da Administração Republicana divulgou aos média que a mulher do embaixador - Valerie Wilson - era agente da CIA. Ficou provado em tribunal que Libby fez o serviço e foi portanto condenado a 30 meses de cadeia. Como o apelo para a redução da pena não foi bem sucedido, Bush usou os seus poderes presidenciais para perdoar a totalidade da pena. É a vilanagem mais descarada. E agora não me venham falar de democracia…
The Feminine Mystique
O Sismógrafo fez-nos chegar uma classificação dos 10 livros mais perigosos publicados nos séculos XIX e XX, de acordo com um grupo conservador.
Em sétimo lugar, aparece “The Feminine Mystique”, uma obra de investigação que lançou Betty Friedan. Por razões óbvias, não posso deixar de comentar tal classificação.
Não me vou sequer dar ao trabalho de rebater os argumentos usados para a sua classificação, pois além de serem básicos (no pior sentido), o livro fala por si.
Betty Friedan limitou-se a documentar por entre as suas ex-colegas de faculdade qual a vida que estas levavam 15 anos depois de terem acabado a faculdade. Estas eram das mulheres com maior nível académico dos Estados Unidos da América... e tinham-se tornado donas-de-casa. Tinham trocado um futuro promissor enquanto profissionais em várias áreas, pelos tachos da cozinha, o ranho dos filhos e o jantar do marido. A questão é que não eram felizes neste papel. Este problema - the problem that has no name - Betty Friedan descreve logo no prefácio do seu livro: There was a strange discrepancy between the reality of our lives as women and the image to which we were trying to conform, the image that I came to call the feminine mystique. Bombardeada por publicidade e pelas poderosas revistas femininas da época, construiu-se na sociedade americana a ideia de que as mulheres eram felizes o bastante enquanto mães e esposas, papéis em que podiam explorar e demonstrar toda a sua feminilidade. Estas mulheres, tentando corresponder a uma imagem que não reflectia os seus sentimentos, muitas vezes sentiam-se tristes sem perceber porquê, crentes de que o problema residia nelas e não no que se esperava delas.
Ao desconstruir toda a máquina que produziu a feminine mystique, Betty Friedan foi mais que uma simples jornalista de esquerda. Foi uma investigadora que se atreveu a fazer aquilo que muitos na época não fizeram: questionar a própria sociedade em que vivem. É também disso que estes conservadores têm medo.
02 julho 2007
Aparições
Diz o JoaoMiranda do Blasfémias:
“Se o Estado proibir o fumo nos restaurantes a única coisa que garante é que todas as pessoas terão menos escolhas. Não garante, antes pelo contrário, que os empregados passarão a ter mais opções. Para início de conversa, deixarão de receber o prémio que hoje vem incluído no salário por trabalharem num ambiente com fumo.”
O JoaoMiranda vê coisas que mais ninguém vê.
Segundo esta miragem os empregados dos bares de sub-cave seriam magnatas comparados com os empregados das esplanadas. Mas para quem vê a imagem de Nossa Senhora aparecer numa torrada, eu sugeria dar o passo seguinte no argumento e especular sobre os incrementos salariais diferenciados do fumo de cachimbo, charuto, e cigarrilha.
Estar
“Conhecemos somente uma ciência, a ciência da história. Podemos olhar para a história por duas perspectivas e dividi-la em história natural e história humana. Estas duas perspectivas são contudo inseparáveis. Desde que existe o ser humano, a história natural e a história humana são dependentes uma da outra.”
E se não pudermos separar o natural do artificial? E se a natureza não for um estado externo e auto-governado, mas um fabricado habitat semântico e industrial?
As secas como as cheias, os tornados como os nevões matam gente. Mas as gentes são os seus abrigos de mineral e argila combinada, e os desastres são percepção de risco, meteorologia e alteração antropogénica do clima.
Portanto que se financiem os "sociólogos" com equivalentes maquias às que elevam o vedetismo do Quintanilha e do Sobrinho Simões.
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