31 março 2008

 

Acenando ao povo



28 março 2008

 

Westergaard versus Wilders


O vídeo de Geert Wilders, disponível aqui e comentado aqui, já gera as primeiras reacções... de um dos cartoonistas dinamarqueses. Kurt Westergaard, o cartoonista responsável pelo desenho de Maomé com um turbante-bomba, já mostrou a intenção de processar o político holandês pelo uso do seu cartoon no filme:

"Wilders has the right to make his movie but he has not permission to use my drawing (...) . This has nothing to do with freedom of speech, (...) I will not accept my cartoon being taken out of its original context and used in a completely different one."

P.S: tentem repetir o título do post 3 vezes de seguida rapidamente...

26 março 2008

 

Bailarico


Parece que no fim de semana há bailarico na aldeia de Lisboa.

Para quem queira começar já hoje fica aqui com Danças Húngaras por Charles Chaplin.

 

O banho maria das percentagens


Passámos o início do ano a discutir os 1,8% de crescimento, ou até os apoteóticos 1,9%, com cuidado que no primeiro trimestre o crescimento poderá ser inferior em 0.4% em relação ao trimestre passado,... hoje ficamos a saber que o défice em vez de 3,0%, será de 2,6%. Continuamos em 2,4% para 2008, mas o IVA já irá baixar de 21,0% para 20,0%. Isto com a inflação a ser prevista em 2,2%, possivelmente 2,6% ou até muito mais perto dos 3,0% se os mercados continuarem como estão... não esquecendo o desemprego que poderá variar entre os 7,4-7,8%...

Qual é a conclusão possível?

Na melhor das hipóteses, 2008 há-de ser uns 0,4% diferente de 2007...*



*- estas são as minhas previsões, não sei o INE ou o Banco de Portugal têm outras expectativas...

25 março 2008

 

Crise faz parte do passado, pois...


"O primeiro-ministro, José Sócrates, reafirmou hoje que a crise orçamental portuguesa "está ultrapassada" e os factores que a motivaram "estão resolvidos", garantindo que pela primeira vez tal foi possível sem comprometer o crescimento económico." ["Falando em Famalicão, durante a sessão de apresentação do Plano Estratégico para a Indústria Têxtil e Vestuário 2007-2013"] (in Público)

Big Jim, já não precisamos de comer a bota!

 

Mudar de Vida


O Jornal Mudar de Vida continua a apostar na informação militante, marcando a diferença para a cinzenta imprensa tradicional, justificada pela dita imparcialidade dos media.

Neste número do periódico destacam-se a manifestação dos professores, a questão dos imigrantes, a política de (des)alojamento e as liquidações fraudulentas a nível nacional. Na secção internacional, o Iraque, a cumplicidade política e material de Portugal com a invasão, as eleições em Espanha e País Basco, e o Big Brother Ocidental merecem saliência.

Produzido por "jornalistas" sem carteira profissional, o jornal incentiva todos que queiram participar no seu projecto que enviem os seus contributos para o próximo número.

Número 6 do Mudar de Vida aqui.

24 março 2008

 

Lua de fel


Parece que a Direcção Geral de Contribuições e Impostos anda a enviar cartas a recém-casados para inquiri-los sobre os diversos serviços da sua cerimónia de forma a saber se estes foram devidamente contabilizados. Neste sector valioso a fuga aos impostos é grande e a DGCI parece querer a sua parte.

Para tal, propõe um extenso questionário aos ex-noivos e, por exemplo, incita-os a revelar quantos outros casamentos estavam a haver em simultâneo. Para além de um discurso "pedagógico", avança-se com a possibilidade de pagamento de coima (100-250 euros) caso falhem ao "dever de colaboração consagrado" na lei. Isto é, já que nós não somos capazes de fazer o nosso trabalho, façam vocês por nós. De recém-casados a delatores vai uma carta...

22 março 2008

 

Verbas para um dia



"Os Instituto dos Museus e da Conservação (IMC) vai disponibilizar verbas para as comemorações do Dia Internacional dos Museus, a 18 de Maio, mas o montante está "ainda a ser definido" com o Ministério da Cultura, disse ao DN o director daquele organismo, Manuel Bairrão Oleiro." (in DN)

Os museus (e a cultura em geral) lutam pela sobrevivência. Alas encerradas, exposições por mostrar, e más condições para quem trabalha. Mas felizmente há dinheiro pelo menos para um dia...

 

Privações na Quaresma


""Renunciar é um exercício de liberdade." A frase, provocadora, é de Luís, católico de 54 anos, que escolheu privar-se do álcool e dos jogos de futebol na televisão."

"Ao lado, Maria, mulher de Luís, vai enumerando as suas renúncias (...). A tentação foi sempre vencida, diz, mesmo quando da loja onde habitualmente compra roupa ligaram a perguntar porque não tem aparecido. "Primeiro não expliquei. Mas a senhora insistiu e lá respondi: desculpe mas na Quaresma não faço compras!", relata."

(a Quaresma abrange 40 dias que antecedem a Páscoa; retirado de DN)

21 março 2008

 

Help!


Todos conhecem o Help dos Beatles.



Houve outras versões conhecidas, nomeadamente a das Bananarama. Recomendo vivamente um videoclip peculiar com umas participantes especiais: as cómicas Dawn French e Jennifer Saunders.

20 março 2008

 

All together now


Como é comum nos aniversários, a entrada no sexto ano da Guerra no Iraque foi marcada por discursos solenes.

Apesar de todos os estudos concluírem aquilo que já sabíamos – que não havia ligação entre o governo de Saddam e os “terroristas islâmicos” – Bush não se retraiu em usar a palavra “terrorista” 20 vezes e fazer 15 referências à Al Qaeda no seu discurso de 25 minutos de ontem. Ainda se atreveu a falar na “libertação do povo iraquiano”, da “democracia no coração do Médio Oriente” que “servirá de exemplo a outros”.

Obama escolheu a base militar da Carolina do Norte (que tem as primárias em Maio) para a celebração. Relembrou-nos do seu comprometimento com a “guerra ao terrorismo”, dizendo que “precisamos de uma estratégia pragmática que se foque nos nossos inimigos reais”.

Dias antes, Clinton fez saber que reduzirá o número de tropas presentes no Iraque “de forma responsável e cuidadosa”. Elogiou o exército norte-americano que ofereceu aos iraquianos “o precioso presente da liberdade”. Cínica, como é costume, ainda disse que os EUA não podem “ganhar a guerra civil” iraquiana.

McCain balbuciou que “a América e os nossos aliados estão à beira de conseguir uma grande vitória contra o extremismo radical islâmico”.

Já não importa o encobrimento, as mentiras ou o tamanho do crime. O Iraque tornou-se um desastre para o governo norte-americano, totalmente desacreditado aos olhos da humanidade.


5                                 anos
3 000                           tonelas de urânio lançadas
60 000                         presos políticos
1 000 000                     de mortos
4 000 000                     de refugiados
11 000 000                   de desempregados
1 000 000 000 000       de dólares gastos
0                                 razões para a ocupação

19 março 2008

 

O sucesso por George W. Bush


"Êxito que está a ser vivido no Iraque é inegável" (George W. Bush)

"Deslocados no Iraque ou refugiados nos países vizinhos estão hoje milhões de iraquianos - quase um em 5 ou 5,1 milhões de uma população estimada em 27 milhões." (in Público)

18 março 2008

 

Murteira ... Nabo e Genial


Ele tem um dedo no pulso dos economistas como Bastonário da Ordem dos Economistas. Ele tem a mão no bolso dos portugueses enquanto Presidente do Conselho de Administração da Galp. Ele tem o braço na porta do poder político, ex-vereador, secretário e ministro de Estado, emissário ao oriente macaense.

Ontem nos Prós e Contras, ai pelo minuto 11 ou 12, os ânimos começaram a mover-se numa espiral de crescente optimismo face à situação económica. A cada ronda de comentários dos participantes engrossava o elogio dirigido aos presentes e a si próprios. Embriegado pelo optimismo, Murteira Nabo soltou a língua. Lembrou que há três anos a Galp estava em aparente crise mas que hoje e apesar da fraca prestação da economia portuguesa, cintila de crescimento e lucro.

Magicamente, entre 2005 e 2006 a contribuição percentual do sector “energético” nas exportações nacionais duplicou. Magicamente, o principal mercado para estas exportações foram os EUA.




O que aconteceu de tão decisivo nesse ano de 2005? O Ministro da Economia, Manuel Pinho, sentado no paínel dos Prós e Contras escolheu Murteira Nabo na audiência dos Prós e Contras para Presidir à gasolineira. Em 2005 também, o furacão Katrina dizimou a cidade de Nova Orleães e o grosso das refinarias Norte Americanas, localizadas no Golfo para aceder facilmente ao Atlântico e ao petróleo Texano. Da noite para o dia, Portugal sem petróleo tornou-se exportador de gasolinas. Produzir furacões para eliminar a concorrência é um modelo de gestão dramático e arriscado, e que não consta dos manuais. E nos EUA, poucos reconhecem que por detrás da calamidade natural estava a genialidade de um português. Ontem nos Prós e Contras a verdade sobre o empreendedorismo nacional foi revelada.

 

Avaliação


A ministra da educação foi convidada a ir à Assembleia da República (AR) para esclarecer a AR sobre determinados assuntos. Resolveu ignorar a maioria das perguntas dos deputados, respondendo com o que bem lhe apetecia. O CDS-PP ainda terá tido a sorte de ver a ministra responder-lhe a três das nove perguntas. Já PCP e BE não tiveram a mesma sorte...

Ana Drago disse que a ministra "não quer ou não sabe dar respostas". Em qualquer avaliação tal corresponde a um CHUMBO! (in Sapo).

 

Revisão da matéria dada


Evidente, meu caro Watson
"Os funcionários públicos gozavam de muitos privilégios face aos trabalhadores do sector privado" Vital Moreira (in Público)
Agora estamos todos (não bem todos...) na miséria fransciscana.

Ciência?
"A empresa de robótica Boston Dynamics disponibilizou no YouTube um vídeo onde mostra por que ganhou os 10 milhões do prémio DARPA (a principal agência de investigação e desenvolvimento do Departamento de Defesa dos EUA)": "Robô quadrúpede consegue andar, correr e saltar." (Vídeo no Público)
Agora só falta instalar as armas e está pronto...

Brincando, brincando...
Uma série de meninos encontraram-se para brincar às secretas. Entre outras coisas engraçadíssimas, o menino/ministro Rui Pereira disse que a punição da apologia ao terrorismo "só será transformado em lei [crime] quando essas directivas estiverem aprovadas. "Estaremos atentos à evolução europeia", disse. "Não podemos ficar quietos."
Tão urgente que o assunto é, que fica à espera dos ditames de Bruxelas. Assim, ao menos podem preparar os memorandos necessários para avisar as polícias que desta vez não necessitam de ir às escolas...
(Genial, genial também é esta: "[O ministor u]sou para o referir a expressão inglesa pelo qual é conhecido, visto ser difícil a tradução plena em português: "Conspiracy".")

 

À mesa...


Num restaurante, amigos sentam-se à mesa e preparam-se para fazer o pedido. Cada um já sabe, à bela tradição portuguesa, parte da conta será dividida.

O social-democrata defende que os pratos poderão ser divididos, mas quem quiser comer entradas que as pague à parte. Cafés e sobremesas, a mesma medida. No final, perde-se meia-hora a fazer as contas às entradas, cafés e outros bens que tais. Alguns dos convivas, entretanto, saíram para fumar uns cigarros e ficou-se sem saber em que pé ficou a conta. O "tesoureiro" paga a diferença.

O conservador não acha nada bem dividir a conta, cada um que pague o que comer. O vinho, no entanto, não se pudendo medir ao copo, será dividido. As garrafas de vinho passam a noite retidas num lado da mesa.

O comunista aposta no consenso. Tudo será dividido mas há que organizar um sistema. 3 pratos para cada 2 pessoas? Quantas entradas? Meia hora mais tarde, "toda a gente a favor"? A ninguém é permitido comer um prato sozinho e o vinho é tudo menos consensual.

 

Facebook, cara de pau


Colonos israelitas que ocupam ilegalmente a Palestina ganharam o direito de indicar no Facebook que habitam em Israel. Esta nova modalidade inclui os colonatos de Maale Adumim, Beitar Illit e Ariel na Cisjordânia. Um dos colonos disse: “Não vivemos na Palestina, ninguém vive na Palestina”. E assim, passa a ser território israelita.

O Facebook achou que os colonos tinham pedido pouco e ofereceu também a Israel a cidade de Hebron, onde vivem 400 israelitas e 150 000 palestinianos.

Numa altura em que Israel aterroriza os palestinianos, esta decisão é indicativa da política do Facebook. Tal como já tinha sido indicativo o “incidente” que levou o movimento de esquerda MoveOn a ser censurado nas páginas do Facebook. Ou o facto de um dos três membros do conselho da administração, Peter Thiel, ser um neoconservador, que se descreve como “Reaganite/Thatcherite”.

Querem apagar a Palestina do mapa, de papel e virtual, mas entretanto resistente, a Palestina existe!

 

Rigor


António Mexia, Presidente da EDP, diz nos Prós e Contras que as pessoas têm de reconhecer que estão constantemente a ser avaliadas - pequeno silêncio e o enfâse - há quem queira ser avaliado, diz o gestor. É a orgulhosa convicção atirada ao serviço público que no sector privado há rigor e exigência.

Para confirmar o mito nem preciso evocar a história dos vários tachos, panelas e cataplanas com que os gestores portugueses mudam de empresa e gabinete mas mantêm o salário, em confortável convívio com o poder público e partidário. Falemos do Jardim do Liberalismo e do Empreendedorismo, dos EUA, onde Stan O’Neall depois de ter estoirado 7.9 biliões de dólares à Merrill Lynch, partiu para a reforma com 159 milhões de dólares de indemnização. Também eu quero um pouco desta meritocracia.

17 março 2008

 

Banco central salva-nos!!!



 

O público já cá esteve...


O melhor programa da rádio é o Fórum da TSF. O melhor programa da TV (em cabo) é o Opinião Pública da SIC Notícias. Ambos oferecem a rara jóia da opinião sem freios, grosseiramente talhada. Os contributos populares que telefonam comungam na rabugenta indignação de quem está fechado em casa e se sente por isso mesmo excluído da acção diária da vida pública. O tema de hoje no Opinião Pública são os trinta anos de poder madeirense de Alberto João. E aqueles que o chamam um inferior ditador latino-Americano falam ao lado que quem vê um visionário homem do povo.

Enquanto o público profere telefonicamente, a repórter e o convidado da Sic Notícias escrevinham umas notas nervosas, cabeça baixa para esconder os movimentos involuntários da face: o espanto nos olhos arregalados, o torcer do lábio revoltado e o enrugar horrorizado da testa. O público fala sem interrupção. A conversa entre o repórter e o convidado do programa não é uma interacção com o público anónimo e voluntarioso, eles reservam uma conversa sua com perguntas e respostas estudadas. Estes programas que formalmente seriam momentos de oscultação popular sem mediação, de multiplicação das vozes, tornam-se um espelho do desprezo político pelo popular. O povo fala alto, zangado, e ouve-se, mas ninguém segue a conversa.

15 março 2008

 

De mãos nuas?


A súcia de parasitas que manda em Portugal tem governo, fazedores-de-opinião e polícias no bolso como eficazes cães-de-guarda para disciplinar quem trabalha. Exemplos acumulam-se e, ao contrário do que alguns (inclusivamente à esquerda) defendem, não se os podem separar.

O governo tem preparado a entrega de numerosas áreas económicas para os grandes grupos económicos em oposição aos pequenos capitalistas até aqui prevalentes. Das actividades da ASAE, à Saúde com as suas parcerias Público-Privadas, ou o encerramento de lares tudo caminha na mesma direcção. Mais importante, perante a crise que já vai longa, o governo tem garantido a disponibilidade do músculo necessário para reprimir protestos mais efusivos.

Os fazedores-de-opinião para além de mentiras, distracções ou mesmo de agressões mais gratuitas (como se pôde ver aquando da recente manif de professores), tentam constantemente condicionar as reacções à política governamental. As polícias, essas, têm feito visitas de cortesia a sindicatos, condenado sindicalistas, reprimido manifs e piquetes de greve (1 e 2).

Perante este exército bem armado e financiado, encontramo-nos de mãos nuas com os nossos calos e tendinites. Por enquanto...

 

Ou talvez não...


Em abono da verdade, sindicatos, partidos de esquerda e movimentos sociais têm tentado inverter a tendência. De vez em quando melhor, de vez em quando pior, a resistência tem procedido das mais diferentes formas. Tal tem atrasado a implementação da agenda parasítica, mas tem sido incapaz de criar os seus próprios espaços alternativos, de construir dinâmicas criativas.

Muito também por culpa de cada um de nós. Mais importante do que participar em manifestações e quejandos, muitos portugueses perderam a capacidade de indignação e de lutar no dia-a-dia. Todas as coisas pequenas à nossa volta que determinam a forma como vivemos. Qual de nós nunca viu comportamentos indecentes, corruptos ou desumanos contra si ou outros e foi-se ficando... Só isso permite que PSD e PS vão fornecendo com impunidade os banquetes a uns, enquanto nós agradecemos pelas migalhas que nos cabem.

Reclamar as nossas vidas implica um compromisso com a dignidade que queremos para estas e o respeito que exigimos para todos. Por emprego e pela estabilidade de um projecto de vida, contra a discriminação e opressão.

14 março 2008

 

Grande bronca


O banco de investimento Bear Stearns, um dos gigantes, caiu redondo com a crise financeira. A JPMorgan e a Reserva Federal Americana correm para amparar. A realeza bancária e o organismo público cooperantes pela verticalidade da finança.

Depois de jogarem os seus fundos na ânsia de margens sempre crescentes, a finança recebe fundos públicos para compensar as perdas. Os que ainda tem liquidez apostam o dinheiro no petróleo e nas matérias primas, produzindo inflação para todos.

Argumentam os analistas que proteger a finança da bancarrota é necessário para evitar a recessão. Mas o que causa a recessão é a exigência financeira que as más hipotecas sejam pagas, e o aumento de custos industriais nascidos da escalada dos preços das matérias primas. A recessão é um custo do programa de salvação financeiro.

No altar capitalista, o habitual ritual, empregos e poder de compra são sacrificados em homenagem ao capital.

 

Perigo!


Sete raças de cães perigosos vão ser proibidas (in Público).

E esta, continua à solta?

13 março 2008

 

Intelligent Design for dummies


A melhor definição de Intelligent Design que vi até hoje:


12 março 2008

 

Dúvidas I


Jovem e agora o que vais fazer com o teu futuro, com a tua vida?

Tenho apenas uma palavra para te dizer:


 

Dúvidas II


Em alternativa, jovem, tens sempre a possibildade de te alistar...


11 março 2008

 

Colombo na Wikipedia


Inglês:

Christopher Columbus (bt. August and October 1451 – May 20, 1506) was a navigator, colonizer, and explorer (...). Historical consensus claims that he was born in Genoa, although other minor theories exist.

Italiano:

Cristoforo Colombo (in spagnolo: Cristóbal Colón) (Genova, fra 26 agosto 31 ottobre 1451 – Valladolid, 20 maggio 1506) è stato un esploratore e navigatore genovese naturalizzato spagnolo.

Castelhano:

Cristóbal Colón (¿Génova?, 1451 - Valladolid, 20 de mayo de 1506) fue un navegante y cartógrafo de origen incierto (italiano, portugués o español) al servicio de la Corona de Castilla (...).

Português:

Cristóvão Colombo (local incerto, c. 1437/1448 — Valladolid, 20 de Maio de 1506) foi um navegador e explorador que alcançou a América em 12 de Outubro de 1492 sob as ordens dos Reis Católicos de Espanha.

(...)

A teoria menos credível pelos historiadores é a de que ele seria um tecelão de seda genovês, um homem simples da plebe.

 

Há 90 anos com a mesma conversa


Proclamação dirigida aos habitantes de Bagdade pelo General Stanley Maude, poucos dias depois da ocupação da cidade pelas forças britânicas em Março de 1917.

“(…) As nossas operações militares têm como objectivo a derrota do inimigo e o seu afastamento destes territórios. Para completar esta tarefa, é-me dado o controlo absoluto e supremo de todas as regiões onde as tropas britânicas operam; mas o nosso exército não ocupa as vossas cidades e terras enquanto conquistadores ou inimigos, mas como libertadores. (…) É não só o desejo do meu rei e do seu povo, mas também o desejo das grandes nações aliadas que vocês possam prosperar como no passado, quando as vossas terras eram férteis, quando os vossos antepassados deram ao mundo a literatura, a ciência e a arte, e quando a cidade de Bagdade era uma das maravilhas do mundo.”

Via MRzine

 

Perdoe Senhor, eles não percebem...

10 março 2008

 

Comida Explosiva


Alguém decidiu-se a fazer uma história d(e parte d)os conflictos por esse mundo fora desde a segunda guerra mundial. Desta vez os protagonistas escolhidos foram as comidas dos respectivos países.



Para ver depois do vídeo, espreitar aqui para os beligerantes e aqui para as guerras.

 

Agressão meteorológica


Aqui dentro está-se bem. Mas diz-me o Firefox que lá fora está violento.

 

Augusto Santos Silva


Para quem não viu e/ou ouviu as declarações de Augusto Santos Silva, aqui fica a notícia.


 

A chatice da constituição


Perante a manifestação do Sábado, o Primeiro Ministro teve que estudar com cuidado as suas palavras para desarmar as insinuações de prepotência governativa e autismo institucional. O Primeiro abriu a boca e saiu-lhe: “As pessoas têm o direito de se manifestar. Mas era o que faltava se a acção governativa dependesse agora do nível das manifestações” “Quem determina a acção governativa são os portugueses quando escolhem o governo. É bom que não nos esqueçamos disso.”

Aristóteles, aluno de Platão, aluno de Sócrates, ensinou-nos a decompor os argumentos nas suas premissas lógicas. Depreende-se que para o Primeiro Ministro, os 100 mil professores que tomaram as ruas de Lisboa não são portugueses. Corrijam-se os cadernos eleitorais e os censos. Depreende-se ainda que as manifestações são um capricho constitucional, como o folgar ao domingo ou o cuspir para o chão, são coisas que se toleram a contragosto. Sobretudo manifestações não são expressão política e democrática. Democracia é o mandato do Primeiro Ministro, a carta branca para fazer o que lhe dá na real gana e nos insultar por cima.

 

Coisas que doem


A Naide Gomes consagrou-se hoje campeã mundial de salto em comprimento em pista coberta. Mas basta que o Camacho se demita do Benfica para isso não ter importância. Bastou ver a abertura do Jornal das 22h na RTP2 (10 minutos de directo) e o site do Público e da TSF assim que se soube da demissão.

09 março 2008

 

Marcha da Indignação


Ontem, cerca de 100 000 docentes desfilaram nas ruas de Lisboa, quebrando de vez a ténue ponte que ainda os ligava ao Ministério da Educação. Como se chegou até aqui? É simplista reduzir tudo a esta administração. A verdade é que nem tudo vai bem na educação há muitos anos. Mas o espírito reformista, prepotente e várias provas manifestas de incompetência desta equipa transformaram um mal-estar antigo numa revolta.

As preocupações dos professores são várias e prendem-se com interesses profissionais, que são legítimos, e com a qualidade do ensino e o papel da escola pública. A mais falada e discutida é a questão da avaliação. Um ponto inicial importante é o de que a maioria dos professores não se opõe à avaliação. Rejeita é este modelo por duas razões: mascara com uma fachada de rigor profundas injustiças e arbitrariedades na avaliação, e está a ser implementada com prazos de execução irreais, sem permitir a reflexão nem a construção de instrumentos pensados e testados que possam minimizar essas arbitrariedades. Para exemplificar:

* O concurso de professores titulares “promoveu” praticamente todos os professores que se encontravam no topo de carreira, sem obedecer a critérios de mérito ou qualidade. Isto afecta a percepção que os avaliados têm dos seus avaliadores e pode viciar grande parte do processo, condenando, à partida, a validade desta avaliação.

* Há um numerus clausus de professores que podem obter os níveis que permitem a progressão na carreira, situação que pode distinguir professores da mesma escola mas que não é absoluta na distinção de professores de escolas diferentes e que concorrem entre si para a obtenção das colocações.

* A avaliação tem ainda em conta variáveis que não estão, em grande parte, sob o controlo do professor, nomeadamente as notas dos alunos e os índices de abandono escolar. A valorização destes itens, além de desresponsabilizar outras instituições, nomeadamente o Estado e as famílias, pode ter o efeito preverso de inflaccionar as notas. A maioria dos professores não lecciona disciplinas sujeitas a avaliação externa por exame nacional, pelo que os efeitos dessa inflacção não podem ser corrigidos.

* A questão da insistência do ME em forçar este processo a meio do ano lectivo, tal como fez com o Estatuto do Aluno (em relação ao qual teve de recuar), condiciona as escolas na sua capacidade de reflexão e no tempo dedicado à construção dos instrumentos de análise. Chega ao ridículo de ir ser pedido aos professores que definam objectivos de trabalho para este ano lectivo a semanas de terminarem as aulas.

Há muitas outras questões que consternam os professores neste momento, mas esta, sendo a mais mediática, merece hoje mais desenvolvimento. A educação em Portugal precisa, sem dúvida, de um rumo firme, mas é impossível progredir sem ouvir e perceber os profissionais que lidam com os alunos e compreendem a escola e os seus problemas como ninguém: os professores.

igamm, professora

 

Melita


Melita é moçambicana, mulher, mãe solteira e pobre. Trabalha a dias na casa de uma senhora que, além do ordenado miserável, lhe dá o almoço que ela própria cozinha. Melita vive mal pois o ordenado dá para o chapa e pouco mais, mas mesmo assim a senhora faz questão que ambas comam da mesma comida. Não há muitos patrões assim. A senhora assegura que Melita se alimenta bem, mas Melita só folga ao Domingo.
Melita viveu durante 12 anos com o mesmo homem, pai de seu filho. Separaram-se mas continuaram a viver juntos por mais um ano, até que foi tudo tão insuportável que Melita pegou no miúdo e foi para casa da mãe. Aí construiu um anexo para as suas coisas, para dormir. Não teve direito a nada com a separação porque não estavam casados. Mas mesmo que tivessem casado, Melita dificilmente conseguiria recuperar aquilo a que tem direito: a família do homem tem um papel dissuasor e Melita diz que “sorte teria se apenas apanhasse porrada deles pois há aí quem morra por causa disso”.

Melita fartou-se dos homens: desde que se separou que não esteve com outro homem. Quer alguém que a respeite e que não seja só para fazer filho. Diz Melita que “homem aqui casa ou vai viver junto e diz que só há amor com filhos”. Melita não concorda: “há amor com ou sem filhos, os filhos vêm porque há amor, não são a prova desse amor”.

Melita tem a 6.ª classe mas na sua argumentação bate aos pontos muitas mulheres com formação superior.

Melita é feminista e não sabe.

08 março 2008

 

Em festa e em protesto



 

O chumbo da ministra



 

Uma manhã sinistra


Os sábados de manhã são dias rituais. Ao mesmo tempo que saboreio um pequeno-almoço à portuguesa, leite com café e torradas com manteiga, ligo-me ao skype e ao gmail para falar com a família e amigos, que almoçam do outro lado do lago. A mãe, o mano, a mana, o namorado. Às vezes até a mãe do namorado. Às vezes até todos ao mesmo tempo!

Mas hoje o gmail e o skype surpreenderam-me. Não havia nenhuma luzinha verde ligada. Tudo cinzento. Que pasa?! Dois emails explicavam:
“Filha, eu vou agora à manifestação dos professores que esperam ter 70000 participantes, só camionetas vieram 600 de todo o país. Fora os que vêm de comboio e automóvel. E depois ainda há os de Lisboa e arredores.”

“Fofinha, talvez ainda durmas, portanto aqui vai uma ligação directa para o teu último sonho da madrugada. Vou sair para a manif dos professores. O Mbeki enviou sms a combinar encontrarmo-nos lá, o Lumumba indicou que também vai.”

Espero que seja uma grande manifestação. A sinistra ministra até a mim me perturba a manhã!...

 

O cão morde?


O ministro Rui Pereira e as visitas às escolas...


 

Os 'rotweillers democráticos'


A "Direcção Nacional da PSP confirmou a "recolha de dados" junto das escolas". Polícias, à civil, andaram a inquirir quantos rofessores iam à manifestação. O ministro Rui Pereira, talvez pela sua experiências anteriores de secretas e quejandos, diz que não sabia de nada. Entretanto, sugere um açaime para o seu 'rotweiler' através de um manual de actuação das polícias. (in DN)

Impõem-se duas observações. Durante os 33 anos de 'liberdade conquistada pelo PS' (segundo o também ministro Augusto Santos Silva) permitiu-se que não houvesse instruções claras? Se não se quer morder alguém, o melhor mesmo é não criar 'rotweillers'...

 

Então e o mercado?


Parece que pelo outro lado do Atlântico, de democratas a republicanos, está-se muito chateado pela Boeing ter "perdido" um contrato para a EADS (Airbus) e Northrop-Grumman (companhia Estado-Unidense). Para estes, afinal, o mercado livre e a competição são receitas para os outros. Só os pobres se podem dar ao luxo de engolir estas receitas...

(Actualização: quanto à parvónia nacional ler aqui referências a alguns mitos e ilusões)

06 março 2008

 

Tadinho


O Bill Gates já não é o homem mais rico do mundo, contas da Forbes.

Warren Buffett (US): $62bn
Carlos Slim (Mexico): $60bn
Bill Gates (US): $58bn


Gates já foi genial, dito inovador, dito visionário, dito humanista, dito excêntrico, todas aquelas coisas que julgávamos que eram dele. Descobrimos agora que eram títulos emprestados, que os media cronistas da grande aventura da acumulação e do lucro, conferem ao primeiro dos primeiros.

Buffett é hoje o genial, visionário, etc e tal, que pontifica, não sobre a sociedade da informação que era coisa para o Gates, mas sobre as patologias dos mercados de capitais, e a ética social no negócio e na política. Quem tem possibilidade de ver a CNBC, o único canal 100% de economia e finanças, conhece o Buffett como o guru da especulação que cobra milhares de dólares a investment bankers para passarem a tarde com ele e levarem para casa um livro assinado. À borla ele tem umas tiradas boas a circular, a minha favorita é a imagem que ele usa para justificar que uma recessãozinha de vez em quando até faz bem, porque expõe ao mercado os maus investidores e investimentos. Diz ele que só quando a maré baixa é que vemos quem anda a nadar nu.

A pergunta que me fica é o que acontecerá para o ano se o Mexicano Slim ultrapassar o Americano Buffett?

04 março 2008

 

Doí-me aqui senhor doutor


Ouvia na rádio (sim, estava de novo a guiar) a conferência de imprensa da FENPROF sobre o ensino superior. Porque há pressa em dar a notícia, para dar muitas e dar primeiro, a reportagem foi um recorte de citações prefaciadas pelo título do press release. Muitos se queixam dos professores, mas eu queixo-me primeiro, segundo e terceiro dos jornalistas. Não tenho as queixas do costume: não os creio enviesados e não lhes vejo preconceito. E é esse o problema. Agradava-me ver uma qualquer paixão na sua molenga actividade. O jornalismo pode reclamar neutralidade porque deixou de fazer perguntas, é uma ignorância auto imposta que relata as ideias dos outros, é estenografia.

Num dos recortes da conferência de imprensa dizia o dirigente sindical que era inaceitável eliminar a regra antiga de que assistentes que concluem doutoramento automaticamente acedam ao cargo de Professor Auxiliar. Justificava o sindicalista que os assistentes tinham essa expectativa, e que era injusto mudar o sistema.

Segurança no trabalho é bonito, mas para quem fica de fora, como eu, isto não soa a direito, soa a privilégio de poucos, daqueles que são sempre os mesmos. Requerer para os intelectuais os mesmos direitos que se pedem a operários é uma obtusa teoria. Para intelectuais não há conflito trabalho-capital. Contudo, os académicos têm mais poderes para contestar a arbitrariedade do seu “capitalista” - o colega de gabinete que foi eleito para funções executivas - do que um soldador da Sorefame contra o seu gerente ou o distante acionista.

O que me transtorna aqui é uma crónica dor de cotovelo, tanto que desenvolvi um cubital tunnel syndrome (check it out). Eu estou cá fora, sem possibilidade sequer de ser comparado com quem está lá dentro. Se vamos forçar uma matriz de classe sobre este mercado de trabalho então quem se apropriou dos meios de produção foram os coitadinhos dos assistentes e os seus padrinhos catedráticos. O soldador sou eu que nem todos os graus do mundo me garantem trabalho.

02 março 2008

 

Preto e branco


Ontem, foi baptizado o navio de guerra USS New York. O navio foi construído com 24 toneladas de aço resgatadas dos escombros das Torres Gémeas. O navio tem um refrão: "Nunca esquecer."

Os americanos acham que ninguém os vê? Ou será que são eles que não se vêem a si mesmos?

É admitido, celebrado, patrocinado o desejo de vingança. Giuliani tentou comprar uma campanha presidencial evocando um desejo genocida que germinou das ruínas de 11 de Setembro. A Marinha faz grande gala da sua apropriação da tragédia. Este país, ou os seus oficiais eleitos, acham-se no direito de construir armas de ocupação, de estrupo, de violência imperial e baptizá-las como instrumento de uma retribuição merecida. Com festa o fazem, com orgulho.

Este é um ódio ao estrangeiro. Porque é esse o suspeito terrorista. É um ódio à liberdade. Porque só se admite a soberania que esteja ao serviço dos seus interesses nacionais. É tudo isto expresso em voz pública. É esta a voz pública.

01 março 2008

 

O Bom Cristão


Na semana em que Israel mata 57 palestinianos, numa ofensiva a que o próprio ministro da defesa israelita chama "holocausto”, Barack Obama dá esta esclarecedora entrevista. Levará consigo para a Casa Branca “o compromisso inabalável para com a segurança de Israel e a amizade entre os Estados Unidos e Israel.” Tratará com respeito as negociações “mas temos que suspender confiança ao lado palestiano até este dar provas de que pode fazer o que lhe é exigido”.

Fará “todos os esforços para que Israel consiga a paz” e “não tentarei ditar os termos”. Fique-se a saber um dos princípios com que quer garantir a paz: “Israel tem que permanecer um estado judeu”. Já a abordagem com o Irão vai ser “diplomacia agressiva. Não tiro a opção militar de cima da mesa”.

Obama também deixa “os factos” bem claros: não é Muçulmano, nunca foi a uma madraça nem rezou numa mesquita. Nunca leu o Corão. Está tão longe de ser Muçulmano, que nem o seu padrasto era realmente Muçulmano. Para saber mais factos visitem a página Obama 08.

Obama tem todo o direito de esclarecer a sua religião. Mas tratar a possibilidade de ser muçulmano como uma patetice ou um absurdo, é insultuoso e xenófobo. Substituam Muçulmano por Judeu e seria logo chamado de anti-semita.



   

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