04 julho 2007
Independence day
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Johnston garantiu que do seu cárcere muito viu e ouviu. Com um rádio escutava a BBC World Service e sabia da campanha internacional que militava pela sua libertação. Foi assim que soube dos esforços do governo do Hamas para o encontrar e libertar. Johnston acrescenta que os seus captores, de um tal Exército do Islão, permaneceram tranquilos até há poucas semanas. Quando o golpe de Abbas de sacar o executivo Palestiniano para a Fatah saiu torcido, e o Hamas tomou controlo fácil e total de Gaza, os captores de Johnston ficaram nervosos.
Feitas mais umas tantas conferências de imprensa, onde se pediu ao sequestrado as suas emoções e pequenas histórias de terror, já se esquecem algumas inquietantes questões. E se a Fatah não é a força pela ordem que anuncia ser, e se esta estiver envolvida nas redes de crime e corrupção que corroem a unidade palestiniana? E se a Fatah protegeu este grupo para manter o escândalo de um sequestro executado e mantido durante o governo Hamas?
Assisti à libertação de Johnston na perturbada CNN. O repórter no estúdio, o muito admirado e móvel Anderson Cooper, avisava com insistência que o Hamas podia não permitir que Johnston falasse. Quando Ismail Haniya, primeiro-ministro (eleito) da Palestina no último ano e meio, fez uma declaração, Cooper chamou-lhe um porta-voz e não permitiu a tradução do seu anúncio. É uma ignorância profunda do que se passa no Médio Oriente mas também um esforço consciente para ignorar o que contradiz os pressupostos americanos. Hamas é definido como grupo terrorista, inimigo de Israel, inimigo dos EUA. Que o Hamas proteja jornalistas ou que consiga trazer paz e normalidade à Faixa de Gaza é-lhes inconcebível.
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