30 setembro 2007

 

Más companhias...


A passagem administrativa de José Sócrates a Inglês Técnico não augurava nada de bom. No entanto, depois da vergonha que nos fez passar (aqui) teve de se apurar responsabilidades. Segundo o inquérito realizado em segredo, mas a que o bitoque teve acesso, tudo foi reflexo das más companhias. Em suma, a singela hora que passou com George W. Bush piorou o inglês de Sócrates (Ver Jon Stewart aqui em "Childrens do learn").

 

Premiére Leçon


O governo Sócrates continua a política de anteriores governos levando a que pelo nono ano consecutivo os portugueses percam poder de compra. O desemprego está a níveis altíssimos, enquanto que para os que trabalham as condições de trabalho deterioram-se a níveis impensáveis. A generalidade dos portugueses perde direitos no trabalho e vê gorada expectativas nas pensões. A nova geração não tem perspectivas de emprego, de vida e muito menos de futuro. Uma vez mais, os portugueses veêm-se forçados a partir.

Perante as queixas de milhares e milhares de trabalhadores, o governo aperta o cerco. Com discurso demagógico tenta atiçar parte da população com outra. Tenta controlar a comunicação social, construindo uma máquina de propaganda poderosa. Substitui a realidade pelo espectáculo. A polícia tem rédea solta e tenta-se introduzir um verdadeiro Big Brother. Enquanto isso, a oposição é pateta e patética, mesmo que parte construída por uns media que tentam ridicularizar a todo o custo a esquerda parlamentar.

Depois de termos pedido com jeitinho, será de estudar o que se faz lá por fora. O que agora se chama tão eloquentemente de benchmarking. A primeira lição vem de bombeiros franceses.


emeute pompier
Uploaded by DRC91

(vídeo fornecido pelo Sexta-feira Libertário)

29 setembro 2007

 

História da arte






Titian ou Rego? Rego!

 

País Basco


Perante a proposta de Ibarretxe de um referendo sobre o futuro do País Basco, surgiram logo as respostas do costume. Porque é que uma simples pergunta enerva tanta gente?

Zapatero adverte pelo respeito da Constituição, enquanto o líder do PP diz que Ibarretxe "só pretende tirar aos espanhóis a capacidade de decidir o que é Espanha". Só mesmo os bascos esses é que pelos vistos não podem ter capacidade de decidir.

PS - Já agora talvez queiram referendar se os espanhóis acham que Portugal deve ou não fazer parte de Espanha.

 

A casta inferior


Ainda na série de artigos sobre a mulher (começo aqui da Feminine e continuação aqui) falta analisar o mundo fora do contexto familiar.

No mundo do trabalho a mulher ganha em média 80% do que ganha um homem com a mesma qualificação e experiência. Genericamente fora das lideranças, é continuamente prejudicada no acesso a cargos superiores. O sobrecarrego da mulher em casa também é usado para "justificar" que seja discriminada no mundo do trabalho. Se tem de ir buscar os filhos à escola, levá-los ao médico ou ir cozinhar, a empresa não pode depender dela. Até simplesmente poder ter filhos lhe é imputado como um custo.

O acesso ao mercado de trabalho e a carreiras pessoalmente satisfatórias ainda é fortemente desincentivado até na dita "avançada" Holanda. Portugal tem uma das taxas de trabalho feminino mais elevadas normalmente justificada pela necessidade do rendimento para a sobrevivência das famílias. No entanto, a maior parte deste trabalho é apenas uma continuação do trabalho doméstico. Muitas das áreas onde trabalham são áreas como a assistência (saúde, etc) e o ensino, sistematicamente atribuídas à mulher.

E agora dediquemo-nos a criar esse tal mundo novo.

28 setembro 2007

 

Os ortodoxos, v1.02


O 31 da Armada convidou o Daniel Oliveira para comentar em directo o congresso do PSD, numa atitude, no mínimo, pouco comum (como reconhece o próprio). No entanto, alguns dos "31" recusaram-se a partilhar o ciber-espaço com a "criatura", suspendendo temporariamente a sua participação. Deixo-vos algumas das pérolas que nos fizeram o favor de criar:

"(...)Parece-nos óbvio, portanto, que convidar Daniel Oliveira, alguém com manifestas dificuldades em compreender uma economia de mercado, a livre iniciativa e o fenómeno da concorrência, para comentar o desenrolar do congresso de um partido livre e aberto como o PSD, possivelmente o partido que mais contribuiu para a democracia que temos hoje em Portugal, equivale a pedir a Vasco Goncalves que comentasse a evolução da bolsa ou a um Trosky para nos falar sobre as virtudes democráticas da vida de Churchill.(...)

Manuel Castelo-Branco
Jacinto Bettencourt"

(para uma antevisão da noite de eleições do PSD vejam aqui)

 

Excedentários

27 setembro 2007

 

Novas Oportunidades na Bolívia



Evo Morales in the Daily Show
Uploaded by peamak

 

Parceria público/privado

 

Eu se fosse o Mourinho...


... ficava era ofendido por me cortarem o directo para o Santana...

P.S: não concordo com o que a SIC Notícias fez, mas também não deixo de pensar que momento mais adequado do que aquele não há. Ter o playboy da Figueira a comentar a peixeirada interna do PSD...

26 setembro 2007

 

Os números da Guerra


O gráfico abaixo mostra a evolução nos últimos 7 anos do número de ataques terroristas, vítimas mortais e igualmente o número de feridos (a nível mundial). Todos os dados foram recolhidos do MIPT Terrorism Knowledge Base, resultado das investigações do National Counterterrorism Center (dos EUA, obviamente). Se realmente se iniciou a partir do ano de 2001 uma Guerra contra o Terrorismo, atrevo-me a dizer que os números não revelam grandes avanços...



 

Ciclo Humor Internacional I



 

Eu ainda estou de boca aberta...


Se calhar por não ser economista, estas coisas ainda me chocam, a ler no Ladrões de Bicicletas...

25 setembro 2007

 

Eu até que gosto de ouvir alguns deles…


Há muito pó a infectar as nossas faculdades. Noutros lugares não há pó nenhum, de tão hermeticamente fechados que não entra qualquer grãozinho. E há abusos, e há excelências, pois tão hermeticamente fechadas num reino tão pequeno,… certas pessoas deixam a sobeja vir ao de cima, e coroam-se reis. No entanto, Feynman esteve longe de se fechar. Um dos seus grandes pecados seria até mesmo distrair-se com problemas que alguns diriam ser insignificantes. Só não estou certo num ponto. Das duas uma, ou a sua prioridade era a procura de descrições claras para fenómenos físicos, ou o seu ensino. Digamos que no final pouca diferença faz, pois uma levou à outra. Provavelmente por ter olhado para cada pormenor que estudou com os olhos de quem o queria explicar para o Mundo inteiro, conseguiu Feynman realizar tanto em tão pouco tempo. A sua influencia estende-se para além da Física. Posso falar por experiência própria, na Química são usados diagramas de Feynman para ilustrar equações (e torná-las compactas) que de outra forma dificilmente poderiam ser analisadas no papel.

E não esquecendo a peculariedade da personagem. Em parte, Feynman correspondeu-se mais com desconhecidos do que com colegas. A minha carta preferida será esta:

A high school teacher in Venezuela sought help on a student's question: when a man lowers a weight from overhead to the ground, the law of conservation on energy says the weight must do work on his muscles. But experience says this can't happen. "The issue became a debate," Garcia wrote, "taking us nowhere; my class lost its prestige."

To Armando Garcia J, December 11, 1985

There is no harm in doubt and scepticism, for it is through these that new discoveries are made. The doubts can, and therefore must, be tested and resolved by experiment. It is true that energy is a scalar quantity, like temperature, that has no direction. But measured from some arbitrary level it can be either plus or minus ? surely the changes have a sign. In lifting a weight the weight's energy is increased (and the rest of the world's decreased) and in lowering it, the signs are reversed.

I judge from your letter that in Venezuela you are teased badly if you are a professor and say you don't know or are not sure. I am glad that I am not so teased because I am sure of nothing, and find myself having to say "I don't know" very often. After all, I was born not knowing and have only had a little time to change that here and there. It is fun to find things you thought you knew, and then to discover you didn't really understand it after all.


Mas o que me mais impressionou em Feynman (gosto pessoal) terá sido a sua palestra „There's Plenty of Room at the Bottom“, realizada a 29 de Dezembro de 1959, e que em grande parte descreve o que viria a ser a Nanotecnologia. A precisão de alguns pontos é chocante. Deixo algumas das frases iniciais e o link para o discurso completo:

What I want to talk about is the problem of manipulating and controlling things on a small scale.

As soon as I mention this, people tell me about miniaturization, and how far it has progressed today. They tell me about electric motors that are the size of the nail on your small finger. And there is a device on the market, they tell me, by which you can write the Lord's Prayer on the head of a pin. But that's nothing; that's the most primitive, halting step in the direction I intend to discuss. It is a staggeringly small world that is below. In the year 2000, when they look back at this age, they will wonder why it was not until the year 1960 that anybody began seriously to move in this direction.

Why cannot we write the entire 24 volumes of the Encyclopedia Brittanica on the head of a pin?




E agora, em resposta directa. A Física não saiu do plano, Feynman previu uma forma de evitar a sua morte. A Nanotecnologia move hoje em dia todas as áreas do conhecimento, através de computadores, de técnicas experimentais a partir dela desenvolvidas, ou nas ideias de biomimetismo já propostas em 1959. As suas ideias não foram buracos negros financeiros, um "fait-divers" de cientista encantado com as suas próprias palavras. É certo que Feynman por mais do que uma vez propôs que o deixassem em paz, e que simplesmente acreditassem nele. Mas acho que no caso dele temos pouco a lamentar...

 

Não os quero ouvir


Só tipos espertos ganham prémios Nobel. Mas Feynman não precisava do Nobel para saber que era esperto, sabia-o antes e sabia-o depois. Ora porque escrevia num formalismo que só os seus alunos entendiam, após dois semestres de esforço e uma triagem dos bons e maus, ou porque era Professor Catedrático de Física, o seu lugar primeiro entre a massa dos intelectos estava garantido.

Feynman era generoso e quis partilhar com a sociedade esse saber essencial, o que serve sobretudo para a exploração espacial e para a implosão nuclear. Escreveu muitos livros. Na televisão, rádio e jornais, foi polémico, divertido e determinado.

Sobre a sua missão social Feynman escreveu em 1959 que divulgar ciência para o público é como ensinar música a surdos. Talvez Feynman quisesse aludir ao prazer da percussão, um dos seus interesses menos académicos. Mais provável é que desabafasse a dificuldade em educar a massa popular, cognitivamente deficiente.

Em 1959, após o voo do primeiro Sputnik e durante o pânico americano que os comunistas os podiam ultrapassar tecnologicamente, o Professor Feyman proferiu e políticos e comunicação social concordaram. A democracia investiu fortunas no jogo intelectual de uma remota elite de virtuosi que agradecia garantindo que a populaça nunca iria compreender os seus sucessos.

Saiu a Física, chegaram as ciências Biomédicas com promessas ficcionais de mundos terríveis e curas milagrosas. Mudou o rosto mas a locução é a mesma. E a democracia continua sem entender em que é que eles gastam o dinheiro.

 

A solução!


Via o Profano fiquei a saber que, segundo o Destak de hoje, 2 em cada 10 portugueses têm medo de ficar sem emprego. "Pudera,com a precariedade que existe e com o fantasma que se avizinha que é a Flexigurança, até eu que tenho um emprego “dito” estável estou com receio do que se avizinha." Infelizmente, não divulga a metodologia de chegarem a estes resultados para entendermos melhor do que estamos a falar.

De qualquer das formas não se preocupem que o Instituto do Emprego e Formação Profissional já terá pensado na solução. Após os inovadores cursos de arranjos florais que se têm multiplicado nos últimos anos, seguem-se agora os cursos de treinador. Desta forma, matam-se dois coelhos de uma só cajadada. Por um lado, enquanto recebem formação não são considerados desempregados, permitindo a continuação da cavalgada vitoriosa da dita redução do desemprego. Por outro lado, após serem contratados e eventualmente despedidos serão milionários...

 

Discurso pós-jogo


Na eventualidade da selecção nacional de Rugby perder hoje o confronto com a Roménia (e perder assim a única oportunidade de voltar para casa com mais pontos do que aqueles que trazia), eis algumas sugestões para o pós-jogo. A culpa foi:

- dos árbitros. Se cantam com tanto gosto o hino, também têem de manter outras tradições nacionais.

- das camisolas. Deus me livre de eu passar a bola a um gajo vestido de vermelho.

- dos mocassins. Escorregam muito no relvado.

- da bola. Não era redonda.

 

Ceguinha de tanto não querer ver...


A "Justiça" portuguesa através de favorecimento (ou de incompetência) há muito que nos habituou a proteger uns tantos e apenas a apanhar os ladrões de queijos. Mais uma vez, é vê-los a todos solícitos a proteger o nosso Primeiro...

Chamo especial atenção para a declaração da chefe de investigação, escolhida [a dedo diria eu] pelo procurador-geral da República", da "total boa-fé de José Sócrates na tramitação da obtenção da sua licenciatura".

24 setembro 2007

 

Alguém anda a ver FoxNews a mais...

 

Centros de (des)emprego

 

Fair(y) Use


Depende, em certas situações o gatuno pode mesmo fazer umas quantas cópias...


 

Gatuno


Este indivíduo está a reproduzir propriedade intelectual sem a compensação devida pela lei dos direitos de autor (editor). Pede-se aos cidadãos que conheçam a identidade e paradeiro deste indivíduo que o denuciem às autoridades para expropriação do conhecimento que se atreveu a adquirir e para aplicação sumária de multa agravada.

 

Semelhanças são pura coincidência...



"A percepção das pessoas sobre o papel que a mulher deve desempenhar não mudou. A mulher é ainda mais valorizada no domínio privado e na assistência. Às mulheres que trabalham fora de casa ainda lhe é esperado que façam o trabalho doméstico em casa."

(tradução de um excerto de um trabalho sobre um distrito remoto do Gana)

23 setembro 2007

 

Cover me (I)


"Rusty Cage" (Soundgarden)



"Rusty Cage" (Johnny Cash)


 

Espectro comunista


Tom Joad é o protagonista do romance Vinhas da Ira. Publicado em 1939, o livro em poucos meses vendeu milhões de exemplares, em um ano foi feito em filme pelo John Ford, ganhou um Pulitzer e foi aclamado clássico da literatura norte-americana. Joad, trabalhador, saudável e destemido não consegue sobreviver nas terras esgotadas do Oklahoma, varridas pela seca e pelo estupro da cultura intensiva. Com a família e pouco mais, migra para Oeste seduzido pela fértil Califórnia. O solitário sem-terra junta-se a milhares de outros que acampam junto das quintas a pedinchar um emprego incerto. Os patrões negam-lhes salários justos, chantageiam-nos com empréstimos e agridem aqueles que falam da injustiça no meio da abundância.

Joad promete: “Estarei no escuro – estarei em todo o lado. Onde quer que olhes – onde quer que haja uma luta, para que gente com fome possa comer, estarei lá. Onde quer que um polícia agrida um tipo, estarei lá.”

O senso imediato e comum diz-nos que Tom Joad é uma ficção, que representa uma classe, ou uma ideia de classe na escrita de John Steinbeck. Podíamos contrastar Tom Joad, criatura de papel, com as personagens testemunhais no jornalismo e no documentário, as que suam, sangram e morrem. Mas estas não são imunes a ideologia, representam e comunicam identidades fixas: a mãe, o pai, o velho, o novo, o consumidor, o produtor, o votante, o Grande Público. No jornalismo e no documentário raramente nos são oferecidas histórias na confusa primeira pessoa, é edição, moldura e estrutura.

E enquanto na sociedade do espectáculo personagens testemunhais tornam-se mitos, Tom Joad torna-se real. Joad é o combatente proletário que desde 1939 migra por tempos e espaços, que acolhe todas as histórias. É repetidamente evocado, reinterpretado e preenchido. É real e fantásmico...

(The Ghost of Tom Joad, Bruce Springsteen.)

 

Ontem como hoje


Em julho em Setúbal houve um excelente concerto com Francisco Fanhais, José Mário Branco e Tino Flores. Na altura, o primeiro leu uma parte de uma declaração do Zeca Afonso aquando de um concerto de solidariedade pela doença deste e que Fanhais gentilmente nos cedeu para reprodução:

"(...)Mas esta festa não pode ser só uma homenagem a um homem: seria bem pouco. Tem que ser também um encontro de pessoas que recusam a anestesia que o sistema nos quer impingir e, sobretudo, um apelo à juventude, para que se mantenha sempre um espírito crítico e uma atitude de esclarecida resistência, face aos pseudo-valores que a sociedade capitalista nos pretende impor.

E se é certo que a situação actual não é a mesma de antes do 25 de Abril, importa manter a capacidade de indignação e sermos capazes de rejeitar a hipocrisia dos detentores do poder.

Encontrando-me actualmente numa fase de pouca actividade física, reafirmo a disposição de me deslocar mais tarde a Braga, onde espero reencontrar os amigos, e dialogar e conviver com os jovens e com todos aqueles para quem a justiça e a fraternidade são a razão de uma luta."

(Outras leituras relacionadas n'O Bitoque: 1, 2; Imagem retirada da Associação José Afonso)

 

Em nome da mãe


Um artigo no Público, outro no DN, sobre a partição de tarefas domésticas entre homens e mulheres, gerou algumas conversas interessantes na blogosfera (aqui, aqui, aqui, aqui). O problema da distribuição das panelas não é novo, e por isso é limitado. A emancipação da mulher precisa de abrir novas lutas e explorar novos temas - aqueles que os jornais não se atrevem a falar.

Quase todos nós ouvimos as nossas mães gritar com os pais, tentando impor maior igualdade, tentando mudar as mentalidades e comportamentos dos maridos na vida privada e familiar. Foi aí que o feminismo dos anos 70/80 fez as suas conquistas. Nós, filhas e filhos, aprendemos com isso, porque presenciávamos e sentíamos essa luta.

Recuso pensar que essa luta foi em vão. Recuso passar outros 30 anos a batalhar pelo mesmo. Enquanto mulher, o tema do lar já não me pertence, a cozinha e as panelas não me dizem nada. Enquanto mulher, essa não é a minha luta, a minha mãe fê-la por mim.

Julgo que o feminismo hoje significa criar caminhos femininos no emprego, na política, na cultura, no espaço público. Não quero falar só das estatísticas da sociologia e da economia, porque por trás da paridade nas carreiras e nos salários esconde-se um mundo masculino. Mesmo quando as mulheres estão em posições privilegiadas são convidadas a reproduzir esse mundo masculino. Decidem mas não lideram, inventam mas não criam, pensam como os homens. Há que reclamar um lugar para o feminino, transgredir as fronteiras do conhecido e aí fundar uma cultura nova, um mundo novo.

22 setembro 2007

 

FoxNews vs Iran



 

Entidade hostil


“Uma chama no olhar e uma navalha nos dentes” com este slogan Ehud Barak, prenho de heroísmo militar, tomou o cargo de ministro de defesa. Israel está ainda a sarar feridas de um rol de acusações de corrupção e da derrota militar no Líbano no Verão de 2006. Barak promete a acção clandestina, a recordar a máxima de Sharon: “O que é que o povo israelita quer? Calma - e árabes mortos.”

Foi a intifada que rompeu a fortaleza israelita. Gaza cercada por forças armadas israelitas, vítima de embargo e negada ajuda internacional, sobrevive. Desse lado da muralha os árabes lutam sem descanso, no limiar do humano. Os israelitas respondem declarando Gaza uma “entidade hostil”, mais um termo como “enemy combatant” ou “collateral damage” que emancipa as bombas para matarem sem discriminar inimigo ou inocente.

Os árabes recusam ser esquecidos na calma da sua exterminação. Qassam e Katyusha são os oradores da revolta.

 

O Saddam matou o Mandela


São as últimas notícias vindas de Bush, em mais um dos seus eloquentes discursos:

"Parte da razão por que não há democracia no Iraque é que as pessoas ainda estão a recuperar do regime brutal de Saddam Hussein. Eu ouvi um comentário interessante, quando alguém me disse… eu ouvi alguém dizer, onde está Mandela?... Mandela está morto, porque... Saddam Hussein matou todos os Mandelas."



Cá entre nós, para além de estar vivo, Mandela nunca se queixou se Saddam como de Bush que considera "um presidente que não consegue pensar direito e que quer atirar o mundo para o holocausto".

 

Os protegidos de Pacheco


"Disparate macht frei, pacheco" - mais uma excelente gravura no irmaolucia

21 setembro 2007

 

Liberdade de expressão a la Fox


Ao receber o Emmy a fabulosa Sally Field, insurge-se contra a guerra. Mas a Fox corta-lhe o pio. Premiada, mas não tanto.



"Se as mães governassem o mundo não haveria as malditas guerras..."

Vídeo encontrado no tempo das cerejas.

 

Desumanizar os Palestinianos


Já não nos chocamos com o que os nazis dos israelitas estão a fazer na maior prisão a céu aberto, que é Gaza. Já nem nos indignamos que o façam com o maior à vontade, sem ter sequer que arranjar desculpas. Desumanizámos os palestinianos!

"Não há absolutamente nenhuma proibição moral de matar indiscriminadamente civis, em ofensivas militares em Gaza para parar o lançamento de rockets", escreveu o Jerusalem Post em Maio.

Esta semana Yossi Alpher, da Universidade de Tel Aviv e ex conselheiro de Ehud Barak, argumentou, com toda a frieza, que Israel deveria assassinar os líderes democraticamente eleitos da Palestina, "decapitando a liderança do Hamas, tanto militar como civil".

Soube-se também esta semana que a Faixa de Gaza é uma "entidade hostil", e como tal Israel tem pleno direito de cortar, os já miseráveis, fornecimentos de comida, água, electricidade e combustível. A comissão europeia, da qual Portugal faz activamente parte, "espera que Israel não ache necessário implementar as medidas que [o gabinete israelita] delineou".

A Europa, através do rastejante Durão Barroso, espera que Israel não ache necessário cortar o fornecimento de água a 1.5 milhões de pessoas, das quais mais de metade são crianças.

Em The Electronic Intifada.

 

A ajuda deles


Fazer compras, cozinhar, lavar a loiça, pôr a roupa na máquina, estender a roupa, arrumar, limpar… As tarefas domésticas são mais que muitas, embora algumas sejam desnecessárias (porquê passar a roupa interior a ferro??!!).

É sobre as mulheres que muitas vezes recai este trabalho. Isto não é nada de novo: porque os homens pouco ou nada fazem, mas também às vezes porque as mulheres entendem que só fica bem feito se forem elas a fazerem.

Há vários tipos de homens que pouco ou nada fazem em casa. Primeiro os que acham que não têm que pegar num esfregão. Este é o típico macho latino: o homem trabalha na rua, a mulher em casa.

Depois há alguns com um complexo de culpa e que por muito que sintam que deviam fazer mais em casa, continuam a recear entrar neste domínio supostamente feminino. E andam ali no fio da navalha: por um lado acham que também eles têm que desempenhar as tarefas domésticas; por outro é como se permitissem, numa postura paternalista, que ao menos “naquilo” sejam as mulheres a mandar.

Há ainda aqueles que “ajudam”. Esses são engraçados: parece que hesitam entre a inconsciente possível perda da masculinidade e a solidariedade e companheirismo. E depois têm um discurso ainda mais hilariante: eles não lavam a loiça - ajudam a lavar a loiça; eles não estendem a roupa - ajudam a estender a roupa; eles não dão banho aos filhos – ajudam a cuidar das crianças…

E finalmente, os poucos e raríssimos 0,8% de homens que fazem sozinhos as refeições, os 1,7% que tratam da louça e os 0,1% que tratam da roupa.

20 setembro 2007

 

À velocidade do grito


Segundos antes de ser semi-electrocutado no chão, Meyer ainda teve tempo para proferir o que pode vir a ser a frase de uma geração: "Don't tase me bro!".

Um vídeo clip amador já foi lançado (a Christina Aguillera deve depois finalizar o album...), e a máquina mercantil colocou as engrenagens em movimento. É um admirável mundo novo. Num dia atiram-te para o chão, metem-te uns volts em cima. No dia seguinte, vendem t-shirts com o teu último pedido de misericórdia...

via boing-boing

 

Mess-opotâmia


Os EUA são um país sem memória. Não há cidades históricas nem tesouros culturais, porque a sua curta história foi destruída e os povos índios dizimados. Mas no Iraque é diferente. Enquanto os antepassados de Bush andavam pendurados em árvores, os sumérios desenvolviam a agricultura e a escrita. Há cidades sumérias milenares que se mantêm até hoje. O seu património cultural é precioso e um dos mais antigos da civilização.

Com a invasão americana em 2003, o que durante milhares de anos foi preservado está em risco. Há cinco anos que os americanos mantêm uma base militar em Ur, cidade fundada em 4000 AC, um verdadeiro berço da civilização. Aos americanos juntam-se outros bandidos e ladrões que em escavações à procura de ouro ou outros tesouros já destruíram milhares de objectos valiosos.

E assim, na sua arrogância, estupidez e ignorância, os americanos fazem desaparecer um dos mais antigos tesouros da humanidade.

 

21 MILHÕES de euros para sair?




 

Maçada




De 1987 a 2006 um homem ditou a política monetária dos EUA. Alan Greenspan retirou-se para encher a carteira como consultor e comentador mercenário e com a edição de uma biografia. Na última semana, com nervosismo a afligir Wall Street e o livro publicado, Greenspan esteve em todos os jornais e televisões. O velhote que se parece curiosamente com Montgomery Burns dos Simpsons (os Simpsons começaram em 1987!) esteve também no Daily Show.

O trecho descreve a personagem. Um homem da finança que sempre protegeu os mega-ricos. Um funcionário público que fala em código. Um economista autista. E um gajo chato.

19 setembro 2007

 

Good question


Um vídeo com 5 mesitos, mas que ganha a sua actualidade. Bush não sabe qual o enquadramento legal dos PMC (Private Military Contractors) como a Blackwater ou a Aegis. Ninguém parece muito preocupado...


 

MontyPython Flying Circus


Mas quem foi o infeliz que teve a ideia de dar o nome do acidentado Sá Carneiro a um Aeroporto...

 

Estante ou moldura


Fazia uma pesquisa de mercado a livros, comparar preços, quando cruzei a esquina errada e entrei neste sítio. O autor, hábil em artes gráficas, enamorou-se pelas capas da Penguin Modern Classics. Dá-nos excelentes motivos para o seu fascínio, tanto que não me chocou ver os livros expostos em moldura pela casa do autor.

Dispor livros para apreciação colectiva não é original. Afinal, conhece-se bem o estatuto que uma recheada biblioteca confere. Quando um politico quer afirmar o seu fôlego intelectual e cultural, deixa-se entrevistar recostado a uma parede de livros. E quando um cientista social em área de pouca confiança pública profere opinião, seja psicólogo ou sociólogo, emprega-se esse pano de fundo de autoridade. Mas este caso é de outra ordem.

O que merece destaque nestas capas não é a sua acumulação como marcador da cultura do proprietário. Estas capas merecem destaque porque são obras de arte. Escolher um copo de leite para capa do Clockwork Orange ou uma sequência de irónicas fotografias entre o humano e o bestial para os livros de Franz Kafka acrescenta valor ao livro. Estas capas não só vendem o livro como provocam o leitor, resumem a obra acrescentando-lhe algo, acento.

 

I love my taser


University of Florida police used a stun gun on a student taking part in a forum with former presidential candidate John Kerry.

Já em Novembro de 2006, um aluno da Universidade de UCLA teve tratamento semelhante ao recusar identificar-se numa biblioteca. Cabral, Ibarruri, o que é que se passa nesses campus??





P.S: a 14 segundos do final, no canto superior direito, esta é a expressão facial de um dos guardas:

18 setembro 2007

 

Bruno vs. Skinheads




P.S: título alterado em sequencia do comentário do "pedras contra canhões".

 


 

Iraque


Petraeus andando de bicicleta:
Agora sem a Blackwater, agora sem a Aegis...

 

Descubra as diferenças (II)



Não é de hoje, nem é de ontem. A argumentação é podre, mas tal como mosca em cima de merda, cria um zumbido ensurdecedor. Fala-se da complacência da justiça perante os actos da "extrema-esquerda" e da suposta rigidez justiceira perante a "extrema-direita". A justiça e polícia portuguesas terão uma mão leve sobre a extrema-esquerda, e um outro peso para a direita. Mário Machado continua na prisão, inceitável num estado de direito. Os verde eufémios não foram vítimas de uma carga policial, igualmente inaceitável num estado de direito.

Para levar o aviso a sério, é preciso não ter consciência nenhuma dos movimentos de extrema-direita em Portugal. É preciso ignorar as redes de tráfico de droga e de prostituição, da venda de armas ilegais e as ligações à máfia dos porteiros/seguranças. Basta olhar para a última violação da extrema-esquerda. A destruição de um hectare de milho. Foi anunciada previamente e os participantes nem uma catana sequer possuiam para desbastar as ditas maçarocas. O único acto de violência registado, e amplamente projectado por Mário Crespo como uma cobarde e brutal agressão, foi um pontapé nas costas de um agricultor quando este se preparava para agredir uma manifestante. Pontapé, esse, que provavelmente nem chegava para deitar o João Pinto ao chão (o agricultor mal se mexeu). Ou os incidentes na altura do 25 de Abril. Na imprensa descreveu-se um ambiente de revolução sul-americana, molotovs e very-lights na Baixa e no Carmo. No entanto, nem uma chamusca no lugar do crime. Em vez disso, uma colecção fotográfica de violência policial.

A nossa direita já nos habituou a preocupar-se pouco com os factos, ou sequer em investigar o que quer que seja. Já na altura do arrastão, preferiram unanimemente reportagens sensacionalistas da TVI a um trabalho de investigação. Percebe-se, a jornalista era de esquerda. Se um jornalista de outras inclinações o tivesse produzido, talvez merecesse a sua atenção, mas aparentemente ninguém de outras inclinações parece preocupado em ter tal trabalheira.

Há quem queira ver o Gualter Baptista a levar com um tiro de caçadeira, e ao mesmo tempo preocupado em colocar Mário Machado cá fora. O Gualter é abusado por jornalistas, o Mário ameaça jornalistas. Que tentem criminalizar movimentos ecológicos, sociais ou libertários, não me espanta. Só me espanta que não olhem a meios e se baixem ao ponto de vir defender assassinos e rufias em plena praça pública. Nojo.

 

O filão da doença - v.1.03


Numerosos estudos têm confirmado como o sector privado é menos eficiente (na lógica qualidade/preço) na área da saúde. Para o mesmo resultado necessita de gastar mais dinheiro. Assim, não é de surpreender que os países com uma saúde "menos" pública obtenham piores resultados (ver por exemplo aqui).

O Ervanário nota aqui, e bem, que o SNS é essencialmente público e, no entanto, não consegue resolver por exemplo as listas de espera. A questão aqui é que o SNS não é puramente público (não lucrativo). Não só os utentes/doentes já pagam muito, como a maior parte da oferta ou é privada (medicina dentária, ginecologia, oftalmologia e cardiologia) ou está enredada por interesses privados.

A percentagem do orçamento da saúde que acaba nas mãos destes é enorme. De farmacêuticas a farmácias, todas se ficam a rir menos o doente. Em comparticipações de medicamentos vendidos nas farmácias o Estado gastou 824 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2007. Já nos hospitais, a "despesa com medicamentos oncológicos representa a grande fatia (40%) da despesa total em medicamentos e 6,6% do total da despesa da saúde". Enquanto isso, são os agentes de propaganda médica que aconselham e ensinam aos médicos como devem efectuar certos procedimentos médicos, obviamente pagando-se bem por estes.

Em suma, é o lucro que vive da doença que impede o sistema de saúde de apostar em soluções preventivas usadas com sucesso por outras paragens.

(este artigo é uma continuação daqui)

 

Por favor...


...alguém me explica por que é que os resultados da bolsa hão de ser interessantes para a larga maioria do zé povinho, por que raio somos constantemente informados sobre a montanha russa das cotações deste e daquele, por que é que a "queda de 17 títulos" há-de ser uma tragédia nacional digna de notícia, ou porque é que me devo preocupar com o facto do "PSI 20 ter sido campeão de perdas na Europa"?

Alguém me explica por que é que isto me devia interessar? Com tantas notícias diárias sobre as bolsas, certamente que sou eu que não estou a perceber.

Obrigado.

17 setembro 2007

 

Terreiro do Paço


Eu bem que me quis juntar à festa. Num destes domingos, fui até ao Terreiro do Paço. Afinal, parecia que havia por lá actividades para todos nós, e o sítio estaria fechado ao trânsito automóvel.

(Era bom, não era?)

Chegada da Rua Augusta, percebe-se logo a dimensão da coisa: pequena, muito pequena. Debaixo das arcadas à esquerda, alguns (poucos) jogos tradicionais para quem quisesse. À direita, uma banca de livros, e outra com velharias: fotos de agências de fotografia, livros velhos, incluindo um Curriculum vitae de mil novecentos e troca o passo.

Em frente, ao se tentar atravessar para o terreiro propriamente dito, contávamos com a tolerância dos condutores da Carris. Mas só desses, que os táxis estavam apostados em matar alguém.

(“Táxis? Mas não era sem carros?” Ah, pois!...)

Em 15 distraídos minutos percebia-se a dinâmica da coisa. Os jogos ficavam vistos em 5 minutos, os livros em 10. Dois autocarros antigos da Carris levavam 10 generosos minutos, e restava ainda o que afinal era a única coisa que valia a pena.

A música. Uma banda que tocava para quem quisesse ouvir nas arcadas já quase junto ao Tejo.

Mais um camião da PT com internet à borla, uns banquinhos de uma biblioteca itinerante com livros para miúdos, 10-15 mupis com fotos do Terreiro do Paço do início ao fim do século XX, e estava a coisa feita.

Deu para perceber que há 50 anos o Terreiro era rodeado por uma linha de árvores - deve ter sido a única coisa que aprendi. E que, tal como agora, ninguém tinha ideia do que fazer com o terreiro, além de lugar de passagem. Ah, mas a CML lembrou-se: três vendedores de gelados Olá, os três a cerca de 10m de distância uns dos outros.

A lista de coisas até parece ser comprida, mas para o espaço que é, fica a saber a pouco. A mim, soube a mais uma medida “emblemática” que ninguém soube implementar como deve ser.

Palavras leva-as o vento...

 

Descubra as diferenças






O que é que, na perspectiva de Pacheco Pereira, têm Mário Machado e Nelson Mandela em comum?

São ou foram prisioneiros políticos...

 

All Gore


Academy for Television Arts and Sciences é a instituição que confere anualmente os Emmys. Este ano acrescentou uma nova categoria de prémio “Creative Achievement”, sem concorrentes, só um vencedor solitário: Al Gore. O possante político marchou até ao palco entre um estrondo de aplausos. Actores, argumentistas, realizadores e produtores de pé homenageavam o homem que cura o planeta através dos media.

A desculpa para a estatueta foi um canal de televisão online: Current TV. Al Gore diz que está a reconquistar o espaço público para os cidadãos, a promover a “conversa.” Para tal só pede que assistam aos concertos, aos documentários, e à televisão, que leiam a documentação nos sites e nos livros, e corrijam as suas escolhas de consumidores.

A política é consumo e espectáculo. E deve surpreender poucos se daqui a um mês Al Gore for candidato a Presidente dos EUA, ou publicitar iogurtes para a perda de peso.

 

Partida


Chegada.

 

ET phone home...


Luis Marques Mendes vem hoje denunciar o aparecimento de casos de fome em diversas regiões, nomeadamente no Vale do Ave, querendo aparecer como apenas mais um extra-terrestre da política partidária portuguesa. Nunca esteve por cá e ficou chocado com o que encontrou quando recentemente chegou ao país e foi eleito líder do PSD.

Afinal, este senhor é apenas eleito há duas décadas para deputado, foi líder parlamentar em 1996-99 e ainda Presidente da Comissão Internacional (Relações Internacionais?) de 1999-2002. Esteve no governo de 1985-95 e 2002-2004 e sempre, sempre, nos círculos mais influentes do poder.

Este papa-tachos, líder de um dos partidos responsável pelo atoleiro em que vivemos, tem a lata de acusar outrém. Como se a fome dos seus tempos de governo soubesse a carne, como se o que passa hoje, inclusivé no Vale do Ave, não fosse resultado directo dos incapazes e corruptos que nos têm governado. Só um ser minúsculo, de espírito, pode fazer esta política rasteira e pensar que nos engana.

 

O seu anúncio aqui


Richard Branson tornou-se um dos patrocinadores oficiais da causa Maddie. Vai-lhe custar cerca de 150,000 euros. Tendo em conta que Joe Berardo teve de pagar 508,000 euros para ter alguma publicidade por altura da OPA do Benfica, a coisa até está em saldo. A Maddie vende-se mundialmente, o Benfica,… só cá por terras lusas.* Um saldo não tão bom como o que a Igreja Católica teve, aí a publicidade foi de graça. Os pais fizeram o favor de se deslocar ao Vaticano a preço zero. Percebe-se, a história ainda estava a começar, os primeiros investidores são dos que tiram mais proveito.

O desfile não fica por aqui. O advogado de Pinochet está a trabalhar no caso. Provavelmente a um preço mais em conta, o desconto recompensa a publicidade. Novamente um caso mediático, e desta vez, com um lado humano à história. Poderá ainda juntar-se ao rol de prominentes Phil Hall, o antigo editor de News of the World. Espero nos próximos dias declarações de Bono, com uma cover version de "Bloody Sunday"...

Esqueçam a justiça, esqueçam a criança. Digam olá ao maior Circo do Mundo…




* - confesso, sou benfiquista, por isso até acho que o Benfica vende mundialmente.

16 setembro 2007

 

Ler devagar


Há uns anos atrás, Ian McEwan, o escritor inglês, fez uma experiência não-científica interessante. Ele e o filho foram para um parque de Londres distribuir livros de graça. Em cinco minutos foram-se 30 romances, todos recebidos por mulheres, excepto um. Só um homem não resistiu à borla. A conclusão inevitável: “Quando as mulheres pararem de ler, o romance morre”.

Mas em Portugal nem com as mulheres a gente se safa. Portugal está no grupo dos países europeus que menos lêem, na companhia da Espanha e da Grécia. 67% dos portugueses não lê um livro há mais de um ano.

Paradoxalmente em Portugal até se compram muitos livros. Gastámos em média 65 euros per capita em 2002, ou seja 4.7 livros nesse ano. No topo está a Bélgica com 7.9 livros comprados, enquanto que no outro extremo temos os gregos com 1.4 livros. O mistério resolve-se quando descobrimos que só uma elite de 15% da população portuguesa faz compras e usufrui da leitura. E se as editoras andam bem, já as nossas bibliotecas não existem. Temos o menor número de livros emprestados: 0.3 por pessoa por ano (a média europeia é 5.8).

O Sr. Engenheiro que oferece computadores à fartura, podia ir para a rua distribuir livros. Sempre saía mais barato e a malta agradecia.

(mais dados no artigo de Kovac & Sebart, Publishing Research Quarterly, 2006)

 

Clash History


Pré-Clash


Clash


Pós-Clash


Inspirado no Manic Miner

15 setembro 2007

 

Guerra ou genocídio?


Inventam-se Bin Ladens e Saddams e insiste-se que são eles os nossos inimigos. Fabricam-se bombas de alta precisão que se exibem contra alvos ensaiados. Com inimigos tão identificados e tanta tecnologia, os alvos da guerra são cada vez mais e somente as populações. Nunca a desproporção entre mortos civis e militares foi tão grande como na guerra do Iraque. Mesmo fazendo as contas mais conservadoras – recorrendo à contagem do Iraq Body Count de 74 mil mortos civis – o número de vítimas militares é negligente comparado com os civis assassinados. Se não esquecermos que segundo a Lancet, as vítimas iraquianas são já um milhão, nesse caso então, não se veria no gráfico os soldados americanos mortos.


Já sabemos como as guerras do futuro vão ser. Jalalabad, Haditha, Fallujah etc. Acaba-se com o draft, o regime militar obrigatório, nos países agressores, e impõe-se o draft às populações ocupadas.

 

Exagero e mitologia


Foi Mark Twain que disse: "The reports of my death are greatly exaggerated", após ler da publicação do seu obituário num jornal.

Comparável em teor acidental e voluntarista são as sugestões que os intelectuais e as ideias guiam o mundo. A propósito do livro (ao que parece muito antecipado) de Naomi Klein, os Ladrões e o Arrastão acham a tese credível. Porque evoca a dramaturgia dos intelectuais visionários, alguns mártires da verdade oculta, outros vilões traidores do mundo pela sua arrogância, eu estou céptico.

O monástico intelectual que dá aulas a um punhado e escreve livros para poucos mais, diz-se que influencia partidos, media e comunidades nas suas mais profundas convicções. Que magia liga o intelectual ao mais intimo da distante multidão?

(...mais influente foi o Alan Greenspan que tem livro à venda na segunda-feira, e que não poupa criticas ao Bush...)

 

Saúde ou falta dela


Há poucos dias, o Pedro Sales chamava a atenção para uma reportagem do Guardian. "Aproveitou a atenção mediática causada pelo documentário de Michael Moore, Sicko, e foi a Cuba ver com os seus olhos como funciona um sistema que tem “resultados do primeiro mundo com um orçamento do terceiro mundo.” Deixou de lado os preconceitos ideológicos e foi tentar perceber porque razão vários directores clínicos britânicos se deslocam a Cuba para perceber como é possível, com um orçamento por habitante 30 vezes inferior ao dos EUA, ter uma esperança de vida idêntica à da maior economia mundial e uma mortalidade infantil bastante inferior."

Hoje é o DN que conta como o autarca do PSD de Vila Real de Santo António fez um acordo de assistência médica com Cuba. "Fizemos uma triagem no concelho e detectámos sobretudo carências no campo oftalmológico, com pelo menos 150 pessoas em lista de espera para intervenções cirúrgicas. Algumas dessas pessoas aguardavam operação há seis ou sete anos, sem que o Serviço Nacional de Saúde lhes desse resposta e sem terem meios para se tratarem em clínicas privadas."

E assim se vê a importância e a eficiência da intervenção do Estado em áreas como a Saúde, em que a economia de mercado não resolve ou sai demasiado caro.

 

Da seriedade

14 setembro 2007

 

Outra vez os pinguins?


Já se conhecia o Second Life, o mundo virtual que reproduz a banalidade do dia-a-dia e que permite aos participantes a escolha de identidade. Os altos podem ser baixos, os magros gordos e os homens mulheres. São mais de 4 milhões de assinantes, que complementam (ou substituem) os sucessos e insucessos da narrativa biólogica com a electrónica. Têm empregos, casas, companheiros em duplicado.

Chegou a vez dos mais pequenos com Club Penguin da fundamentalista Disney Corp. Por módicas quantias mensais, trimensais ou anuais os miúdos assumem um avatar pinguim. Mas o pinguim não é um pinguim, como o Bambie nao é um veado, e o Rei Leão nao é um leão. São gente mascarada de bicho para esconder uma moralidade que por ser envelhecida e deformada nos pode assustar. No mundo virtual os pinguins jogam arcade para ganhar dinheiro virtual, uma lição na economia de casino, e depois compram com os rendimentos comida, um iglo, e muita, muita, muita decoração para o lar e para o corpo, uma lição de consumo (ver mais aqui, e aqui).

O Club Penguin é bem pior que o Second Life: é disciplinar. Não há espaço de imaginação ou criação, serve para calar os putos de olhos presos no ecran e para lhes impor a violenta identidade de consumidor, um acumulador de tralha.

 

Desobediência civil em Wall Street


Enquanto parece que é agora que a gripe das aves chega a Portugal, as bolsas também parecem andar constipadas. Tal não impede que se arranje esquemas manhosos para que ela upa upa. Como tal, só resta seguir o exemplo de Michael Moore e Rage Against the Machine!



recuperado do ladrão de bicicletas Nuno Teles

13 setembro 2007

 

Mas o menino está louco?


Continuando a pergunta de Vital Moreira, os "Lobos" vestem-se de encarnado ou de vermelho?

 

Acelerar em cima da reforma


O contentamento parece geral:

As praças norte-americanas abriram em alta impulsionadas pelos títulos das empresas do sector automóvel. A General Motors e a Ford estão a beneficiar com a possibilidade de deixarem de pagar as despesas de saúde aos trabalhadores já reformados.

e continuam:

...Os analistas esperam que os lucros do sector automóvel poderão aumentar se as empresas deixarem de pagar as despesas de saúde aos trabalhadores já reformados. O Citi Investment Research prevê mesmo que as acções da General Motors valorizem para o dobro...

Certamente que os tais trabalhadores já reformados também estão contentíssimos por poderem contribuir para a subida dos lucros da indústria automóvel e para a recuperação económica do país. Sobretudo se pensarmos na qualidade do estado-providência do Tio Sam...

 

Pobreza em Portugal


Já que não podemos mudar de religião, o melhor é mesmo rezar pelo nosso futuro...


12 setembro 2007

 

Derivas tibetanas (2)


Em complemento ao post do Mbeki



e para quem não gosta do formato "Loose Change", um documentário da BBC sobre o envolvimento da CIA no Tibete, dividido em 6 partes. Também eles tiveram direito a serem enganados pela CIA.

CIA in Tibet 1
CIA in Tibet 2
CIA in Tibet 3
CIA in Tibet 4
CIA in Tibet 5
CIA in Tibet 6

 

Derivas tibetanas


Anda por aí um grande reboliço por causa da visita do Dalai Lama a Portugal, e por causa da recusa dos ilustres do poderio português em recebê-lo. Era previsível que o PSD e CDS aproveitassem a deixa para ganhar algum tempo de antena com encaloradas frases de oposição demagógica. O que não era previsível(?) era o Bloco de Esquerda, juntar-se ao coro através da deputada Alda Macedo:
"Alda Macedo, que falava aos jornalistas no Parlamento, recordou ainda que o Dalai Lama é o “rosto mais visível de um Estado ocupado” e onde se verificam violações dos direitos humanos.", diz a notícia do Público.

O que esta malta de esquerda esquece é que o Dalai Lama é defensor de um estado teocrático, tal como os islamitas radicais (seguindo o actual rótulo politicamente correcto) e outros que o ocidente frequentemente trucida nas notícias (e outros ainda que são convenientemente esquecidos e perdoados). Esquecem-se que as condições de vida dos tibetanos sempre foram miseráveis durante os regimes de inspiração budista (e não quero agora discutir se estão melhores com a China ou não - é uma outra discussão), e sobretudo, que não é o papel da esquerda defender qualquer opositor a um regime autoritário só porque é opositor, ou só porque é autoritário, ou só porque é ocupante. Nem os direitos humanos e individuais são os valores fundamentais para alguém de esquerda tomar uma posição política. Essas são as permissas do liberalismo e do individualismo. Na esquerda há outros factores determinantes - e mais importantes.

Coerência, senhores...


P.S.: Alguém conhece um fonte credível para o que acham os tibetanos do assunto Dalai Lama vs China?

 

Pobreza


O amigo Nuno Teles do Ladrões assina um texto intitulado "Católicos com a opção certa". Assim diz:

"A pobreza será, talvez, o principal problema do nosso país. Resultado de uma distribuição desigual, mais de um quinto da população portuguesa vive abaixo do limiar estatístico de pobreza (menos de 60% do rendimento mediano). Portugal é o segundo país europeu (dos 15) neste ranking de vergonha, atrás da Irlanda. Claro está, que, se tomarmos o poder de compra em cada país (PPP), Portugal aparece destacado à frente." E acrescenta: "É, por isso, escandalosa a ausência da questão no espaço público nacional. A pobreza é invisível. Está confinada às quatro paredes de quem a sofre."

Com as referências a estes países pensei que o irónico título sugeria que era a religião católica a razão da nossa desgraça. Mais, com o último excerto antevi uma relação com as amplas janelas do Norte da Europa e a preocupação de não esconder nada, certamente também não a pobreza. Nesse caso, sempre podíamos mudar de religião.

Afinal, não. Apenas podemos subscrever um abaixo assinado. Até nas opções somos pobrezinhos...

 

(AAA)normalidades


Para AAA, a "normalidade é a guerra, não a paz (...) O que é habitual é a guerra no terreno, de preferência no terreno do inimigo, com carros de combate, tanques, aviões e soldados a pé. Não o embate de aviões em prédios de 110 andares." .

Ou melhor, declarar-se guerra a um país, acusando-o de possuir armas de destruição maciça e trazendo provas falsas (por exemplo amostras de antrax, o antrax era verdadeiro, a proveniência é que era falsa, ou os imaginativos camiões-laboratório, com esquemas em 3DMax) às Nações Unidas - normal. A morte de 655,000 civis, mais de 4,000 soldados americanos, perto de 20,000 combatentes só no Iraque, mais as 20 a 49 mil vítimas do conflito do Afeganistão - normal. Para AAA, anormal é quando a morte se aproxima dele. A vida de AAA e de quem AAA conhece está longe do Iraque, do Líbano, da Palestina, do Afeganistão... Que outra gente morra nesses sítios, por carros de combate, tanques, aviões e soldados a pé,...

Pelo menos concordamos num ponto, se há alguém a quem devemos agradecer tanta normalidade, Bush está no topo da lista.

 

Publicidade Constitucional


Hoje fica o destaque para a Massa Crítica e para todos os bravos que se lançam à estrada de bicicleta. Relembro ainda dois posts, um no Nadir dos Tempos sobre as desculpas tugas contra o uso da bicicleta, e um roteiro ciclista no Viver na Alta de Lisboa. Apesar das colinas e dos abusos automobilistas, Lisboa em 70 minutos. Quem nos dias de hoje se meter pelas Avenidas Novas de carro, boa sorte a bater este tempo...

11 setembro 2007

 

Somos os primeiros


A contra-insurgência é uma arte e uma ciência. É insuficiente ser um manhoso que vai respondendo a problemas sem visão ou razão - como quem ora bombardeia aqui, ora bombardeia ali. Mas é também ineficaz aplicar grandes teorias sobre a intricada realidade, sem admitir flexibilidade ou incerteza - como quem redige constituições a pedra e betão armado. Felizmente há líderes que conjugam improviso e análise. Entre aplausos de um lado e muda admiração de outro, entra o General David Petreaus depois da sua corrida diária de 7 milhas. Vem seco, rígido e engalanado.

A estratégia deste General é tanto militar (científica) como política (arte). Entregar a prazo o Iraque às polícias locais devidamente doutrinadas pelo exército Americano. Para isso é preciso identificar em cada região uma plausível elite e avalancar a sua ascensão ao poder. A ideia é simultaneamente geral e particular.

O que os Americanos não sabem é que os Portugueses têm prioridade sobre a abordagem. Um General António de Spínola há 40 anos incentivou o policiamento nativo e fortaleceu elites locais para manter o jugo colonial sobre a Guiné. Também não terá sido o Spínola o primeiro, dividir para conquistar está no manual do Sun Tzu, mas o precedente de um ajuda-nos a ler a artimanha do outro. É que enquanto a retórica apregoava a localidade da administração, a fantochada permitia a Spínola cometer a barbárie na "selva", incluindo contratar mercenários para assassinar Amílcar Cabral.

E tanto na Guiné como no Iraque, é fórmula que não funciona.

 

Se ao menos...


... desse para espetar bandarilhas antes do jogo...


 

Eu não podia concordar mais com a proposta


Se ver betos a levar porrada não se qualifica como serviço público, então que raio de serviço é esse?

10 setembro 2007

 

Generalíssimo Petraeus


Para coincidir com o 11 de Setembro, o general da guerra fala hoje sobre os progressos de uma ocupação que nada teve a ver com os atentados com que a justificaram.

O grupo MoveOn.org desmascarou o cinismo do general Petraeus, já conhecido como general Betray Us. Num anúncio gigante no New York Times de hoje, percebemos como se consegue reclamar sucesso numa guerra perdida. É o habitual truque dos números, que num acto de ilusionismo contradizem as evidências (o mesmo truque que faz diminuir o desemprego sem aumentar o emprego).

Os relatórios oficiais conseguem ver a violência no Iraque a diminuir, porque na bizarra fórmula que utilizam, as mortes em carros bomba não contam! Assassinatos só ocorrem se o tiro for atrás da cabeça. Tiros de frente são invisíveis ao relatório. Ou seja, os primeiros são cobarde terrorismo, mas os segundos são banal criminalidade. Vários estudos independentes mostram que o número de mortes civis iraquianos e de soldados americanos nunca foi tão elevado como nos últimos três meses. Se em Bagdad a violência baixou com a chegada de mais de 20 mil homens armados até aos dentes, nas outras regiões do Iraque o número de ataques duplicou.

O General, que no início de Agosto disse que as tropas americanas terão que ficar no Iraque no mínimo por mais 10 anos, é uma fonte totalmente desacreditada. 60% dos americanos acha que Petraeus não vai ser honesto sobre a situação no Iraque. Só os representantes republicanos e democratas continuam a alimentar essa ilusão.

 

Força rapazes, contra os canhões marchar, marchar


Confesso, o meu historial com jogadores de rugby universitários não é dos mais famosos (nunca percebi muito bem as razões por trás do facto da maioria deles estar de uma forma ou outra ligada à prática de praxes, ou a algumas das mais imbecis tradições académicas, mas também não vale a pena andar agora a discutir isso...) e espero com algum entusiasmo pelo jogo contra a Nova Zelandia...




P.S: não tem nada a ver, mas vale a pena ler o post de Pedro Sales no Zero de Conduta.

 

Coleccionismos II


Da conversa com o alfarrabista/vendedor de velharias que veio ver o que poderia comprar, fica-se a saber que o coleccionismo agora é outro: o livro “Lisboa e Salazar” foi o primeiro a ir, talvez para alimentar os tempos livres de quem agora em vez de coleccionar caricas, caixas de fósforos, isqueiros ou cinzeiros, prefere as medalhas da Mocidade Portuguesa ou da Legião Portuguesa, assim como cartões de identificação dessas organizações fascistas. Parece ser esta agora a grande moda do coleccionismo em Portugal...

Pormenor sublime: segundo o alfarrabista, não se procuram livros sobre Salazar. Querem-se livros de Salazar, com os seus discursos.

09 setembro 2007

 

Os erros do New York Times


Encontrei um livro Kill Duck Before Serving, editado por jornalistas do New York Times que colige algumas falhas factuais do jornal. Uns exemplos que traduzi:

30 de Outubro, 1993
“Um artigo sobre a relação entre epilepsia do lobo temporal e capacidade artística referiu-se incorrectamente ao comportamento de Vincente Van Gogh depois deste ter dado a si mesmo um tiro no peito em 1890. Médicos encontraram uma carta no seu bolso que indicava que ele tinha pintado três telas, mas ele não fez esse trabalho depois do tiro.”

21 de Março, 1994
“É com grande embaraço que reconhecemos dois, possivelmente três erros no nosso francês num editorial sobre os esforços de purgar a língua francesa de intrusões do inglês. As frases devem se ler bete noire, heures de grande ecoute e cris de coeur.”

11 de Outubro, 2000
“Um artigo sobre o julgamento de dois Líbios acusados do atentado ao voo Pan Am 103, que explodiu em 1988 sobre Lockerbie, Escócia, exprimiu erradamente a relação de uma testemunha ao processo. O homem descrito pela CIA como um mentiroso crónico era uma testemunha crucial para a acusação, e não para a defesa.”

21 de Janeiro, 2001
“Um artigo na capa traduziu mal Hamas, o nome da organização militante Palestiniana. Um acrónimo arábico, o nome corresponde a Movimento de Resistência Islâmico e não a Partido de Deus. Hamas é também uma palavra arábica para zelo e entusiasmo.”

3 de Fevereiro, 2001
“Um artigo sobre a acusação legal no Chile contra o General Augusto Pinochet identificou erradamente o oceano em que os militares aparentemente lançaram o pai de Viviana Diaz, a mulher que lidera o grupo de familiares sobreviventes. Foi o Pacifico e não o Atlântico.”



   

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