11 setembro 2007

 

Somos os primeiros


A contra-insurgência é uma arte e uma ciência. É insuficiente ser um manhoso que vai respondendo a problemas sem visão ou razão - como quem ora bombardeia aqui, ora bombardeia ali. Mas é também ineficaz aplicar grandes teorias sobre a intricada realidade, sem admitir flexibilidade ou incerteza - como quem redige constituições a pedra e betão armado. Felizmente há líderes que conjugam improviso e análise. Entre aplausos de um lado e muda admiração de outro, entra o General David Petreaus depois da sua corrida diária de 7 milhas. Vem seco, rígido e engalanado.

A estratégia deste General é tanto militar (científica) como política (arte). Entregar a prazo o Iraque às polícias locais devidamente doutrinadas pelo exército Americano. Para isso é preciso identificar em cada região uma plausível elite e avalancar a sua ascensão ao poder. A ideia é simultaneamente geral e particular.

O que os Americanos não sabem é que os Portugueses têm prioridade sobre a abordagem. Um General António de Spínola há 40 anos incentivou o policiamento nativo e fortaleceu elites locais para manter o jugo colonial sobre a Guiné. Também não terá sido o Spínola o primeiro, dividir para conquistar está no manual do Sun Tzu, mas o precedente de um ajuda-nos a ler a artimanha do outro. É que enquanto a retórica apregoava a localidade da administração, a fantochada permitia a Spínola cometer a barbárie na "selva", incluindo contratar mercenários para assassinar Amílcar Cabral.

E tanto na Guiné como no Iraque, é fórmula que não funciona.



   

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

   
   
Estou no Blog.com.pt