29 fevereiro 2008
Cabo das tormentas
Hora e meia. Hora e meia para ir e vir da Cidade Universitária à baixa de Lisboa. Hora e meia para percorrer 7 quilómetros, que o google maps garante são 15 minutos de viagem.
Em Portugal morre-se na estrada. Pela morte imediata do choque frontal e pela erosão das horas perdidas em lento trânsito a ouvir o papagaiar da rádio. O locutor da TSF aconselha os ouvintes a ver o filme dos irmãos Coen “Este País Não é Para Velhos,” não viu ainda o filme mas diz que (1) o título adequa-se muito bem a Portugal, (2) ganhou Óscares, (3) tudo o que os irmãos Coen fazem é genial. Dentro do carro é o purgatório.
Absurdos
Israel joga futebol na UEFA, num dos absurdos deste mundo. Nunca conseguiu o apuramento para mundiais nem europeus, embora tenha-se vindo a aproximar de o fazer. Já quando joga com os vizinhos no jogo da vida dá grandes goleadas. Ontem massacrou a Palestina por 15-1. Não sei como vai agora no cômputo geral da competição, perguntem talvez à FIFA, mas certamente o poderoso David predomina sobre o enfraquecido Golias.
Consultas no tasco
Ó Amílcar, quantas vezes já te disse que durante o horário de expediente daqui do tasco, não pode haver consultas! Ao menos cobra decentemente que o Ferreira Fernandes pode pagar.
28 fevereiro 2008
Sex, drugs and Barack Obama
É maçador comparar Obama com Clinton. O primeiro ganha em todas as medidas: delegados, sondagens, citações, posters e postais. Aliás, Barack ascendeu a outro planalto cultural, ele é agora uma celebridade. Barack enche estádios com muita música, luzes, confetti, e profere discursos que divertem mais do que esclarecem. Barack é um "Rock Star".
Portanto, o elenco de comparações tem que ser revisto. Obama é já mais procurado no google search do que "drogas."
Mas a sanidade impera, Obama ainda não é mais desejado do que "sexo."
Sindicatos
O governo já deixou claro por demasiadas vezes o que pensa e como actua nas negociações com os sindicatos. No mesmo sector em que se orgulham de ter hostilizado os seus funcionários e onde já se recompensou os sindicatos colaboracionistas, vem agora esta cereja no topo do bolo da responsabilidade de Válter Lemos:
<<"Isto, do meu ponto de vista, diz bem da intenção de manipulação da Fenprof, que parece ter enveredado pelo 'sindicalismo cautelar'", concluiu, referindo-se às providências cautelares que a associação sindical tem interposto em tribunal contra decisões do ministério.>>
Válter Lemos (in Público)
Pelos vistos, recorrer aos procedimentos legais também não parece adequado ao Ministério da Educação. Para este, os sindicatos devem sentar-se caladinhos e aplaudir a Sra. Ministra, concerteza...
27 fevereiro 2008
Hitchcock remix
A nova Vanity Fair tem uma serie engraçada de fotografias: cenas clássicas de filmes do Hitchcock com actores da moda. Para quem quiser ver Charlize Theron em Dial M For Murder, Scarlett Johansson e Javier Bardem em Rear Window, Naomi Watts em Marnie, Keira Knightley e Jennifer Jason Leigh em Rebecca, Emile Hirsch e James McAvoy em Strangers on a Train, Renée Zellweger em Vertigo, Gwyneth Paltrow e Robert Downey Jr. em To Catch a Thief, Tang Wei, Josh Brolin, Casey Affleck, Eva Marie Saint, Ben Foster, Omar Metwally e Julie Christie em Lifeboat, Jodie Foster em The Birds, Seth Rogen em North by Northwest e Marion Cotillard em Psycho.
O resultado tem feito sucesso. Será por ser Hitchcock? Ou por ser Scarlett Johansson? Será a sublime mistura "retro" e "chic"? Por mim, é a possibilidade de viver no nosso tempo, podendo sair dele quando quisermos.
Preços para enganar os tolos
Da bomba da gasolina ao balcão do padeiro todos se queixam da conjuntura económica. Dizem os empresários que é pelo encarecimento das matérias primas que se dão agora aumentos extraordinários nos preços do consumo. Mas este é um engano.
Considere-se o caso do crude e do preço dos combustíveis. Vistos os preços do crude com cuidado a sua evolução não é assim tão dramática, pelo menos não para os europeus. Os mercados internacionais continuam a indexar preços em dólares e com o dólar a desvalorizar-se quem sente os aumentos são os Americanos. Em euros o preço do crude triplicou nos últimos seis anos, mas aumentou só 20% nos últimos três, ou seja, abaixo de uma inflação de 5% ao ano!
Se os preços na bomba aumentaram foi para engrossar os lucros do refinador e do distribuidor, a coberto da ilusão monetária.
[Tirado daqui.]
Estas conclusões não pedem muita aritmética económica. Por favor, senhores jornalistas trabalhem!
Valor nominal e valor real
Sendo que o dólar continua a cair contra o euro, não se entende como o aumento do preço do trigo nos mercados, em dólares e com os EUA como maior produtor mundial, seja motivo de alarme para a panificação europeia. Ou não sabem fazer contas ou não querem mostrá-las...
E nós aumentamos o quê?
"Preço do trigo atingiu ontem um novo recorde nos 12 dólares por alqueire;
Indústria diz que para sobreviver precisa de aumentar 50 por cento o preço do pão" (in Público)
26 fevereiro 2008
Provar do próprio remédio
Parece que uma vez mais as polícias fizeram das suas. "Quando alguém é acusado de alguma coisa, [deve] tem oportunidade de se defender". "[A] justiça não funciona neste País", pois "[s]e funcionasse (...) os visados seriam ouvidos." (in DN)
Quem denuncia é mais um injustiçado do sistema?
Bem só se puder chamar ao director adjunto da Polícia Judiciária do Porto, Artur Pereira, tal. Só falta perguntar por onde é que ele tem andado estes anos todos...
25 fevereiro 2008
Na América sê como os Americanos
Ouvi dizer que em noite de Óscares é tradicional encher um papel com as previsões dos vencedores. A brincadeira contribui para animar uma noite maçadora. É que apesar das semanas de especulação, e dos “jornalistas” de variedades que de respiração cortada cobrem o evento, assistir à entrega das estatuetas é um tanto chato. A musica é ruimzinha. Os discursos são secos e mal lidos. Salvam-se algumas piadas, e as azelhices do direto televisivo, que me faz crer que afinal a televisão portuguesa talvez não seja última inter paris. Eram 24 óscares, duas dúzias, eu acertei em dois! Se tivesse escolhido à sorte tinha boa probabilidade de ter acertado em 4 ou 5, mas não, pensei com cuidado.
A ironia é que quando tentava comungar da cultura americana senti-me excluído. Sou um Óscar-excluído.
Capitalismo
24 fevereiro 2008
Bandeiras leva-as o vento
23 fevereiro 2008
Parece que se tocou num ponto sensível...
João Miranda ficou muito incomodado com a intervenção de Louçã sobre as diferenças de salários em Portugal. Particularmente com a ilustração do problema com a fotografia do presidente das Estradas de Portugal e de um outro trabalhador da mesma empresa, em escala relacionada com os salários auferidos por cada um: um "grande cartaz" vs. uma "fotografia tipo passe". Acaba o artigo a insultar Louçã e o eventual cantoneiro concluindo que ambos não fazem nada de útil e portanto o primeiro ganha mais do que deve e o segundo, presume-se, ganha o que merece.
O meu contributo para a questão é fornecer uma fotografia ampliada de João Miranda (que aquela do DN só mesmo com microscópio). Assim, o próximo que receba salário de "cantoneiro" e dê com a fuça de João Miranda talvez possa trocar umas palavras com este (espero) mal pago comentador...
PS - O investigador em biotecnologia, que entretanto se parece ter tornado perito em nanotecnologia, passe por aqui pois parece que o recado também é para ele.
22 fevereiro 2008
A Cátedra
<<"Não nos podemos resignar perante as dificuldades. É preciso mobilizar os portugueses para as vencer", afirmou Cavaco Silva à margem da inauguração do Instituto CUF, do grupo José de Mello Saúde, em Matosinhos. Aos dados avançados pela SEDES, o chefe de Estado convida os portugueses a “trabalhar para vencer as dificuldades".>> (in Público)
Pois é, só faltava dar o exemplo dos coitadinhos dos Mellos que apesar de o seu grupo "empresarial" ter << sobrevivido a duas revoluções, três regimes, duas guerras mundiais e a dezenas de crises, não iria resistir ao processo revolucionário de Abril de 74.>> (mais aqui)
No entanto, cá estão eles de novo para provar que o "trabalho" compensa...
Afinal a vítima é o pai...
21 fevereiro 2008
Quase me convence a entrar no casino
O que tu queres sei eu
Bush e Miami entusiasmam-se com a saída de Fidel. Querem que a liberdade seja instaurada na ilha. E este desejo tem o familiar tom de ameaça.
20 fevereiro 2008
Ler as palavras...
19 fevereiro 2008
Queres mudar de vida?
18 fevereiro 2008
Qual é o "teu" candidato?
Se quiserem aproveitar um daqueles questionários para ver qual o "vosso" candidato a presidente dos EUA podem espreitar aqui.
É particularmente interessante compararem os interesses dos cidadão americanos versus aos interesses do resto do mundo (isto é perguntas de temas nacionais vs. temas internacionais).
A terra mais antiga
Esta é a mulher mais velha do mundo. Mariam Amash tem 120 anos, é israelita, árabe. Nasceu perto de Jisr az-Zarqa, onde passou quase toda a sua vida. Jisr é a única cidade israelita de maioria árabe com vista sobre o Mediterrâneo. Os outros pontos cardeais da cidade também são distintivos. A norte tem um parque nacional, a este uma auto-estrada e a sul... uma “barreira racista”, uma duna de areia, com 4 metros de altura, 1 km de comprimento e 160 metros de largura, construída para separar Jisr az-Zarqa da rica e judia cidade de Caesarea. A população de Jisr está efectivamente separada dos seus vizinhos e a cidade não tem forma de crescer e desenvolver-se. Jisr az-Zarqa é também a localidade israelita com os salários mais baixos, menos de 1000 dólares mensais, e tem a maior taxa de abandono escolar do país, 12%. Esta cidade só serve de facto para lá abandonar os árabes a envelhecer.
17 fevereiro 2008
Chama o Jerónimo!
Parece que o Joselito Sócrates está cansado de uma dita mobilização partidária. Ele que por acaso nem nunca telefonou a tentar condicionar a acção de um partido. Música, com música se responde...
"Se és primeiro-ministro
e tás cansado de vaias,
chama o Jerónimo, chama o Jerónimo!
Se queres lixar [os professores]
e não tens desculpa,
chama o Jerónimo, chama o Jerónimo!
Se queres sair para curtir
chama o Jerónimo, chama o Jerónimo!
..."
16 fevereiro 2008
Relativismos...
"Os valores que consideramos universais são postos em causa pelo relativismo "multicultural""
(Pacheco Pereira, in público, sábado, 16 de Fevereiro de 2008)
"Pacheco Pereira diz que Mário Machado «é acusado de incitar ao ódio racial, algo que em países genuinamente liberais não é crime nem sequer delito de opinião». E acrescenta: «Tudo na longa manutenção de prisão preventiva de Mário Machado é estranho e aponta para razões puramente políticas, o que é inadmissível numa democracia»" (em 17 de Setembro no Abrupto, pescado à linha em Arrastão no útil post Para memória futura)
(Sobre os delitos de opinião de Mário Machado, até há leitura recomendada)
A peste
Desde que Seung-Hui Cho fez um périplo de morte colhendo 32 estudantes nos corredores da Virginia Tech University, já morreram mais de 2430 americanos em crimes com armas de fogo. Só em Universidades houve mais dois incidentes. No Louisiana Technical College uma aluna interrompeu uma aula e matou duas colegas antes de se suicidar. E ontem na Northern Illinois University morreram mais seis a tiro de caçadeira e pistola de grosso calibre. Pelo meio, em Kirkwood, Missouri, um empregado camarário matou dois policias, entrou numa reunião da junta e levou a vida a três dirigentes.
Nos noticiários como na pré-campanha eleitoral ouve-se a ranhosa lamentação do costume, com as estudadas condolências às famílias e os aconchegos verbosos às comunidades. Um dos próximos estados em disputa nas primárias é o Texas. Todos, unidos em cobardia, apertam a voz para não reclamar o óbvio: controle de armas! A segunda emenda à Constituição americana interpretada pelos juristas do lobby das armas impõe tabu. A Constituição é sagrada.
A Constituição americana é o mais belo documento. Protege as elites do motim popular com o garante da propriedade privada e um labiríntico sistema jurídico e democrático. Reorienta as angústias da revolta numa carnificina de todos contra todos.
15 fevereiro 2008
A minha estranha geração
Não conseguimos agarrar Portugal.
E Portugal não nos agarra.
De pequenino é que se compra o pepino
Parece que, em mais uma medida de brilhante clarividência educacional, o Ministério da Educação assinou um acordo com a Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN) para que seja dada formação em publicidade aos alunos do 1º e 2º ciclos.
De acordo com a própria APAN, a sua missão passa por:
1. Defender os interesses e fazer valer as posições das empresas anunciantes junto dos seus interlocutores profissionais e do meio envolvente económico-social e político.
2. Estimular a máxima eficácia e eficiência dos investimentos em comunicação dos seus associados, através da partilha de conhecimentos e contribuindo para um diálogo especializado com os vários actores envolvidos na comunicação de marketing.
3. Defender e promover uma comunicação de marketing responsável
Como disse aqui a Associação Portuguesa de Direito do Consumo, é dar a "a guarda da capoeira à raposa".
Mas será que ninguém consegue parar a Sinistra Ministra e a sua equipa de estarolas?
Atonement (2007)
Tem dias em que trabalhamos sete horas de enfiada, sem distração para os olhos, membros, estômago ou mente. Uma unidade em movimento. Olhamos o caminho de casa, entre a fome e o cansaço, silenciosamente a agendar as tarefas para amanhã. Ontem, escusei-me ao apelo do sofá, e fui ao cinema ver Atonement (Expiação). Cinema durante a semana tem uma significação diferente. Não é festa. Não é erudição. É às vezes somente o mero conforto da cadeira face ao grande plano e a privacidade da sala escura. Ontem contudo, e apesar do cansaço ou talvez por conta dele, não fui indiferente, e o filme aparentemente banal atingiu-me com total e inexplicada emoção. No final comovi-me e queria comover-me.
Conta a história de dois jovens que se amam mas que a classe social separa e vitima. Portanto, não foi por paralelo biográfico que me agarrou. A história é narrada na perspectiva de uma romancista que tenta expiar o seu crime contra a intuitiva paixão do par. Ela intromete um contínuo exame de palavras. O que me fascinou foi a simplicidade do afecto. Tantas vezes o drama da paixão se representa em atormentadas ambivalências e hesitações. O amor como o sexo nos livros do Ian McEwan tem esta beleza de serem destilados de culpa e encenação, são pura vontade.
Sentado, sendo todo corpo de um dia que me pesava ainda, o filme tocou-me porque não vendia ideias. O filme gritou-me porque do martelar da máquina de escrever da narradora, soava uma constante e quente vontade.
A mensagem "democrática"
"Bringing Down a Dictator" conta (um)a história sobre a queda de Milosevic. Com bombardeamentos da NATO (e bobós alheios, de estagiárias a presidentes, acrescentaria eu) este tinha visto a sua posição reforçada. É então que entra em cena um grupo de jovens, "Otpor!" (resistência), que perante a incapacidade do resto da oposição terá sido determinante na sua queda. A sua formação, organização e técnicas de "agitação e propaganda" são particularmente úteis para qualquer activista. Ver resumo em inglês aqui.
Tendo visto outro documentário da mesma editora, é muitíssimo provável que haja uma sobrevalorização do peso deste grupo e que a narração tenha sido algo fabulada. No entanto, é interessante observar:
- que se Milosevic era um desastre à beira de acontecer, é inacreditável a propaganda do documentário como se as difíceis condições de vida dos sérvios não estivessem directamente relacionadas com os bombardeamentos;
- as referências misturadas do grupo, com um símbolo de punho erguido e outros que poderiam ser de esquerda/anarquistas a uma certa austeridade nazi.
- o apoio financeiro dos governos ocidentais, particularmente da USAID, ao grupo, para além da formação através de técnicos militares em "acções não-violentas" e de técnicos de marketing/estudos de opinião.
Particularmente o último ponto vem sublimar a intervenção exterior que durante tantos anos levou a CIA e outras entidades a financiar organizações militares. Hoje em dia, o "ocidente democrático" espalha a sua mensagem através de milhares de organizações financiadas e treinadas de vez em quando pelos mesmos do costume (serviços secretos, militares), outras vezes por uns mais polidos (universidades, etc). Utilizando umas vezes interesses locais que lhes correspondam aos seus interesses globais, corrompendo dirigentes para enganar activistas, as formas são muitas.
Mas tal não é novidade para Portugal. O Portugal do Marocas, do Carlucci e da RFA é mais um dos manipulados. Será que alguém fez um documentário sobre tal?
14 fevereiro 2008
Críticos, críticas e um curso
Acontece aos sábados com início a 8 de Março e finda a 31 de Maio. O local é a Fábrica Braço de Prata, a oriente de Lisboa, que alberga as librarias Ler Devagar e Eterno Retorno. Aceitam-se inscrições por email cursopcc@gmail.com ou por telefone 213 536 054.
Acontece um curso de pensamento crítico, com programa aqui. Duas sessões por sábado, uma às 17 e outra às 20 horas, dedicada cada uma a um vulto intelectual das coisas da esquerda. Os nomes são na maioria conhecidos nem que seja do cartão postal: Michel Foucault, Benedict Anderson, EP Thompson, Guy Debord, Gilles Deleuze, Alain Badiou, Judith Butler, Edward Said, Jacques Rancière, Frederic Jameson, James Scott, Pierre Bourdieu, Giorgio Agamben, Toni Negri e John Holloway, Georg Simmel, Jacques Derrida, Slavoj Žižek, Noam Chomsky e Paul Feyerabend. É agradável constatar que muitos ainda estão vivos, menos agradável ter que notar que muitos ainda são homens. O curso peca por ser muito homem crítico e só uma mulher. Mesmo entre os seminaristas são quinze homens e três mulheres. Falta paridade no pensar e no ensinar crítico.
É prá menina e pró menino
Este post é uma brincadeira de crianças... Aos cinco anos, as meninas gostam de brincar com bonecas, os rapazes preferem jogar futebol. Mas com a idade as raparigas mostram-se menos estereotipadas, escolhendo brinquedos mais neutros, preferindo fazer desporto e jogar computador. Enquanto se tornam mais femininas, também alargam a sua identidade em relação aos papéis de género. Esta mistura é saudável: poder jogar à bola, com equipamento cor-de-rosa!
Já os rapazes mantêm-se masculinos nas suas escolhas em qualquer idade. São consistentes na preferência por carrinhos, Warcraft e Monday Night Raw. Os rapazes têm que ser rapazes! A não ser que ninguém os esteja a ver... Num estudo em que foi pedido às crianças para ficarem num quarto sozinhos cheios de brinquedos e lhes foi garantido que ninguém os via, os rapazes escolheram igualmente brinquedos “femininos” e “masculinos”.
Gosto de pensar que o discurso social sobre as mulheres está mais aberto, aceitando que o feminismo e o feminino não são incompatíveis. Quanto aos homens, os seus papéis cabe a eles subverte-los.
Frankensteins...
13 fevereiro 2008
O país do FFFoda-SE
Durante a ditadura, este foi o país dos três FFF: Fado, Fátima, e Futebol. Mudou algo? Talvez tenhamos de acrescentar o Sol que tanto estrangeiros traz e a Emigração que voltou a crescer. Ficamos então com o país do FFFoda-SE.
12 fevereiro 2008
A melhor polícia do Mundo
O testemunho do único detido da noite do Grémio (via TVNET):
http://www.tvnet.pt/noticias/video_detalhes.php?id=19638
P.S: hoje às 22h na Associação 25 de Abril (Rua da Misericórdia, em frente às traseiras do Teatro da Trindade), há um encontro de amigos do Grémio. Há música sem bastonadas.
Ilusão
"Em vez de "destruição do Estado social", o que tem havido é uma aposta em melhorar a sua capacidade de resposta" (Vital Moreira in Público)
Mais um favor da política do "só tens direito a apoio se fores miseravelemente pobre". A única pergunta que fica é se Vital Moreira está iludido ou anda a iludir incautos...
11 fevereiro 2008
Congresso Feminista
Num dia de celebração para as mulheres que vivem neste país, descubro que em Junho se vai realizar um Congresso Feminista em Lisboa, por ocasião dos 80 anos do último evento semelhante… Sim, há 80 anos que as feministas portuguesas não se organizam desta forma. A explicação vai bem para além do facto de termos tido uma ditadura durante 48 anos, e até podia ser tema de discussão do próprio congresso.
"P'ra não dizer que não falei das flores"
Geraldo Vandré sintetiza aqui brilhantemente a necessidade de tomarmos o nosso destino nas nossas mãos, a certeza de que não vamos lá com flores, pois contra canhões as pedras sempre são mais eficazes.
10 fevereiro 2008
Quando é que Lisboa deixa de ser Lisboa?
Será que basta ter uma cidade no mesmo sítio para continuar a merecer o seu nome? Ou será necessário manter a estátua do Marquês, mesmo que ladeada de Fóruns, Centros Comerciais e torres de 10 andares ? Seria preciso ir um pouco mais longe ? Manter as avenidas, mas destruir as fachadas? Ou seria preciso manter essas fachadas, mesmo se dentro delas apenas encontrássemos McDonalds, Zaras e H&Ms? Seria preciso manter a tasca? Mas a tasca também poderia servir apenas hamburgueres... ou seria preciso manter o prego no pão? E para arrematar uma ginjinha? E se fosse um Martini? Não chegava?
Pergunto para saber em que ponto algumas pessoas se iriam preocupar em defender a identidade da cidade. Se seria preciso arrancar as pedras da calçada uma a uma, criar um Media Markt numa das alas dos Jerónimos, ou se bastava encerrar o 28. E se a identidade da mesma não é passivel de coabitar com a vossa sagrada propriedade privada. Aparentemente ainda não se cansaram de ver num miradouro as torres das Amoreiras no fundo, por trás das árvores da colina do Bairro Alto, ou simplesmente a selvajaria urbanística dos bairros mais periféricos (como Benfica). Deve haver responsabilidade por parte de quem é proprietário, e respeito pelo património da cidade. Ou essa mesma cidade irá continuar a desaparecer peça a peça...
Novo blog
09 fevereiro 2008
Matemática I
Grémio a Prémio
De cabeça ainda a latejar de duas bastonadas da polícia, escrevo ainda sem acreditar muito na futilidade do que vi. Por volta das 18:00 reuni-me com mais alguns habituais do Grémio Lisbonense em frente ao prédio. Queríamos mostrar a nossa indignação pelo despejo da sociedade. Eramos 80 a 100 pessoas, que viam desde a cadeira do barbeiro até às paletes de garrafas de água a serem carregadas para fora do prédio. A informação que circulava era de que negociações ainda seriam feitas até quarta-feira, e “aí veremos”. Após uma curta reunião nas escadas do prédio (e devo dizer, a mais eficaz reunião em que alguma vez estive) todos concordaram em subir as escadas para o Grémio, para ocupar as instalações em forma de protesto. No topo das escadas, fomos recebidos por cinco polícias e respectivos bastões.
Aparentemente, a defesa da ordem pública e a salvaguarda do bem estar dos cidadãos é algo que deve ser dado para o final do curso, e ao qual a maior parte dos graduandos de polícia faltam. As bastonadas deram origem a protestos, e o que até ao momento tinha sido uma acção ordeira tornou-se numa altercação com os agentes (nota: mas sempre pacífico, o único acto mais físico que presenciei, por parte dos manifestantes, foi uma rapariga que abraçou literalmente o braço de um polícia para evitar nova bastonada). Palavras de ordem, frase para aqui, frase para ali, tudo sem confronto físico. Até chegar nova remessa de agentes (cerca de 10, chegariam mais tarde a 20). Subiram a escada (com a permissividade dos manifestantes, que não os impediram), reuniram número no topo, e desataram à bastonada, como se pode observar no vídeo da TVNET. Uma acção nojenta. Muitas pessoas no fundo das escadas foram colhidas pelas pessoas que fugiam das bastonadas de cima. As agressões policiais foram absolutamente gratuitas, sem em algum momento se colocar em causa a integridade física dos agentes (como se pode ver pelas imagens, os manifestantes apelam à calma, recebem bastonadas em troca). Os agentes não deram qualquer pré-aviso. Para além disso, nem sequer foi tentado retirar-nos das escadas sem recurso a este tipo de força. A táctica policial não levou em qualquer conta a segurança dos manifestantes ou a índole do protesto.
Foi-nos recusada a identificação da maior parte dos agentes agressores (já os que de início se encontravam à porta). Violência gratuita e irresponsável sem nome. Fui agredido numa altura em que dei espaço para alguns colegas sairem pela porta, empurrado por agentes. Alguns dos manifestantes encontravam-se encurralados de braços sobre as cabeças, com bastonadas a choverem. Nenhum dos agentes parecia preocupado em retirá-los do local, a preocupação parecia ser enfardar o mais possível antes que eles saíssem. De braços esticados para libertar espaço, não pude proteger a cabeça de dois agentes que por trás dos colegas distribuiam um pouco de lei e ordem no átrio.
Vou dormir, espero que a pessoa detida esteja de boa saúde. Se não estiver, sei a quem agradecer,...
Actualização: também no Spectrum, em directo.
08 fevereiro 2008
Mórmons e anti-mórmons
Através do país do burro tomei conhecimento deste vídeo educacional sobre o fundamentalismo dos mórmons. Entretanto, descobri outra parte do vídeo colado ao final que também demonstra o fundamentalismo destes anti-mórmons (a partir dos dois minutos).
07 fevereiro 2008
Os 12 trabalhos de Hércules
Parece que o apoio do Schwarzenegger ao John McCain está a atingir resultados. Antes do apoio presidencial e de conquistar a Califórnia, o Arnold também metido em trabalhos por Nova Iorque...
Ver uma selecção de diálogos deste actor maravilhoso aqui. Imperdível!
06 fevereiro 2008
Pratos do dia
"PS vai propor criação de entidade para a prevenção da corrupção" (in Público)
O bitoque sugere os seguintes nomes para a entidade:
Presidente: Ferreira do Amaral (CV)
Vice-presidente: Maria de Belém (CV)
Tesoureiro: Nobre Guedes
Outros nomes como Martins da Cruz (aqui), Abel Pinheiro ou Armando Vara não envergonhariam o parlamento.
Quem é amigo, quem é?
Depois de se estragar o Algarve venha a região que se segue:
Troia já vai no bom caminho, e agora é a Comporta...
00:49am
À espera da Califórnia... é o maior estado, com mais representantes, a quarta economia do mundo. A Hillary ganhou mas tem que dividir delegados com o Obama. Eu amanhã tenho que fazer pela vida e preciso de cama. Desejo-lhes boa sorte ao sol.
00:41am
Quase no fim da noite, aparece o Dustin Hoffman. Ou antes, o Carl Bernstein, o ex-jornalista do Washington Post que investigou o escândalo Watergate que acabou com a Presidência Nixon, e é agora biógrafo oficial da Clinton. Sempre que olho para o homem, lembro-me do filme...
00:08am
Apesar do Obama ter ganho mais estados, a Hillary Clinton levou os gigantes. No discurso (de vitória) mostrou-se efusiva e confiante. Numa época de grande cinismo, recupero um sorriso de quando as emoções de Hillary Rodham ainda eram sinceras.
11:43pm
McCain insiste no vocabulário musculado. Diz vezes sem conta que foi um “soldado da revolução Reagan,” está sempre a lembrar que foi prisioneiro de guerra no Vietname, e vê-se que o homem além de idoso mal consegue levantar os braços dos ferimentos. É rijo.
Mas na luta livre televisiva foi ao tapete. Não o deixaram acabar o discurso da noite. O Obama tomou o palco em Chicago e calaram o herói de guerra.
11:22pm
Nem uma palavra foi dita sobre o Ron Paul, o pequeno candidato Republicano. Não é fácil conversar com um anarquista, mesmo um anarquista com pedigree e 28 milhões de dólares no bolso.
10:54pm
Os candidatos despacham os discursos da noite antes que esta costa leste adormeça. Entretanto a “best political team on television” freneticamente multiplica o drama da noite. Nos estados ainda em dúvida vão observando o detalhe de distrito a distrito, sem hesitar na sociologia política.
Esta “melhor equipa política da televisão,” da CNN, foi escolhida como melhor pela CNN. Porque os analistas da democracia têm que estar acima da democracia.
10:07pm
Huckabee faz o discurso da noite, em estilo pregador e untoso. Está contente o senhor porque passou a segundo da corrida, à frente do milionário Romney. Eu também estou alegre porque se adivinham mais excelentes vídeos de campanha...
9:33pm
Vinte minutos depois de Hilllary Clinton ter ganho o Tennessee e o Arkansas, ouve-se a notícia que ambos os estados estão a ser castigados por tornados. Pronúncio do que está para vir?
9:31
9:20pm
Depois de ter ganho o Massachusetts, Mitt Romney não está à frente em nenhum estado em contagem. McCain acaba de levar o gigante New York. Dizem os comentadores que McCain é um mau candidato porque não convence a falange conservadora e evangélica, contudo ganha, sem esforço aparente, com moderados. O comentário político é mais conservador do que o partido Republicano.
9:02pm
Hillary Clinton já ganhou dois estados que lhe são “caseiros”: o Arkansas onde foi primeira dama do governador Bill, e Nova Iorque por quem é senadora. O Illionis onde nasceu e cresceu, não é tão acolhedor, fica com o Obama. E com mais de 100 milhões de dólares para gastar nesta pré-campanha a casa é onde se quer.
8:19pm
A "best political team on television" mostra não 5, não 6, não 10, mas 27 gráficos diferentes, sobre 27 resultados diferentes. Todos no mesmo ecrã e ao mesmo tempo! Tecnologia do século 23, opiniões do século 19.
05 fevereiro 2008
Já começou
O Huckabee ganhou na West Virginia. Hoje 24 estados votam nos candidatos a candidatos a presidente dos EUA. Os estados são: Alabama, Alaska, Arizona, Arkansas, California, Colorado, Connecticut, Delaware, Georgia, Idaho, Illinois, Kansas, Massachusetts, Missouri, Montana, New Jersey, New Mexico, New York, North Dakota, Oklahoma, Tennessee, Utah, West Virginia.
Onde está a nossa indignação?
No Reino Unido foi revelado que os serviços de segurança tinham um deputado sob escuta. Sadid Kahn, deputado trabalhista, foi investigado porque mantinha uma amizade de infância com um dos seus constituintes, Babar Ahmad, que está preso aguardando extradição para os EUA. Ahmad é suspeito de manter websites de apoio à causa Talibã e Chechena, mas não é acusado de nada pelo estado britânico.
Nas nossas costas soalheiras a devassa das liberdades civis, o abuso das forças policiais, escutas e intimidações, incluindo contra autoridades da República, são escândalos passageiros. O cinismo luso garante que não se exija uma genuína investigação e uma derradeira penalidade para os transgressores. No Reino Unido não será assim. A democracia por lá tem que ser credível para funcionar.
Neo-colonialismo
A Taça das Nações Africanas reúne 16 das melhores equipas do continente. O futebol praticado, do melhor que tenho visto, varia de técnico ao musculado, até a rápido. O fantástico futebol de excelentes jogadores é comandado por treinadores na sua maioria europeus. Estes novos colonizadores são na sua maioria franceses (7) e alemães (3), mais um holandês e outro brasileiro. Apenas 4 treinadores principais são africanos (a lista completa encontra-se em baixo).
Estes novos colonizadores são trazidos e pagos a peso de ouro pela vontade das próprias federações africanas, muitas vezes numa semi-continuidade da herança colonial. Mas nem todos são iguais. Uns adquiriram ao longo dos anos um profundo conhecimento do futebol africano, alguns por paixão, uns por dinheiro, outros por incapacidade de encontrar outros destinos. No entanto, já pouco ou nada têm para dar a um futebol que se foi modificando também pela sua influência. Agora, limitam-se a saltar de equipa em equipa, despedidos por insucesso numa equipa, mas rapidamente contratados pela seguinte.
Outros são apenas recém-convertidos mercenários. Desde que pagos suficiente dinheiro, aceitam empregos para o qual não estão talhados, levando ao falhanço um futebol para o qual nada têm a dar. Exemplos crassos são o de Berti Vogts para a Nigéria (!!!) ou o de Carlos Alberto Parreira para a África do Sul.
Entretanto, a liderança africana fica adiada para melhores tempos, até que os olhos se abram ou os bolsos fiquem vazios. Que pelo menos os exemplos das quatro excepções não fiquem esquecidos já que qualquer uma jogou belíssimo futebol. O sólido Egipto continua para as meias-finais, enquanto Angola caiu só nos quartos-de-final frente ao ex-campeão africano (o Egipto). A Zâmbia chegou a lutar pelo apuramento para as eliminatórias mas acabou por ficar-se pela fase de grupos, enquanto o Sudão, apesar de sempre goleado, apresentou um futebol extremamente apelativo.
Gana: Claude Le Roy (França); Guiné: Robert Nouzaret (França); Marrocos: Henri Michel (França); Namíbia: Arie Schans (Holanda); Nigéria: Berti Vogts (Alemanha); Costa do Marfim: Gerard Gili (França); Mali: Jean-François Jodar (França); Benim: Reinhard Fabisch (Alemanha); Egypt: Hassan Shehata (EGIPTO); Camarões: Otto Pfister (Alemanha); Zâmbia: Patrick Phiri (ZÂMBIA); Sudão: Mohamed Abdallah (SUDÃO); Tunísia: Roger Lemerre (França); Senegal: Henri Kasperczak (França); Africa do Sul: Carlos Alberto Parreira (Brasil); Angola: Luis Oliveira Gonçalves (ANGOLA).
04 fevereiro 2008
No Country for Old Men (2007)
O desolado deserto texano é em 1980 um promontório para uma nova era. A lente torrada dos irmãos Coen prolonga-se nos desalinhados cowboys. As cenas fazem velozes visitas a motéis lavados em sangue, uns refúgios incompetentes. Apesar disso, o cenário é mais vasto e os protagonistas são uma geração inteira, porque este filme é uma parábola sobre uma nova violência e nova ambição a invadir os EUA. Os homens do passado, simbolizados pelo Xerife, são incapazes de travar o ânimo dos homens do presente, representados pelo filósofo assassino. Os jovens protagonistas têm duas certezas que não precisam de vocalizar: que vão vencer e que o milionário dólar é rei das vontades. O dólar não é imoral, é uma nova moralidade. É por ele que se mata e morre.
O texto deste filme, nos monólogos cansados do Xerife, questiona se a violência sem pudor não é repetida em todos os tempos. Ele sugere que o deserto sempre foi surpreendente e brutal e que nele homens envelhecem e desistem da incessante luta. Mas esse passado nunca nos é revelado para comparação. Esse passado existe no lamento de quem resgata forças para enfrentar o perigo e a mudança.
Esta América começou em 1980, idêntica no deserto e em Wall Street, com mortífera imaginação.
O referendo
Afinal vai haver referendo europeu. O desenho comum da edição comemorativa de 10 anos da União Económica e Monetária será decidido pelo voto de todos nós. Afinal, é um assunto suficientemente simples para as nossas curtas possibilidades, ao contrário de referendos bem menos importantes...
em renas e veados.
03 fevereiro 2008
Jackpot
31 Janeiro 2008, 8:50. A anglo-holandesa Royal Dutch Shell, a maior petrolífera da Europa, anunciou hoje que o seu resultado líquido subiu 60% para os 8,47 mil milhões de dólares (…) no quarto trimestre do ano passado, contra os 5,28 mil milhões de dólares (…) registados no mesmo período de 2006.
1 Fevereiro 2008, 13:45. A Exxon Mobil, a maior petrolífera do mundo, anunciou hoje que nos últimos três meses do ano passado o seu lucro cresceu 14%, graças à maior subida dos preços do crude em 148 anos de história da indústria petroleira. Segundo um comunicado (…), no quarto trimestre de 2007, o seu resultado líquido atingiu o valor recorde de 11,6 mil milhões de dólares (…), face aos 10,3 mil milhões de dólares (…) alcançados um ano antes.
1 Fevereiro 2008, 15:27. A Chevron, a segunda maior petrolífera norte-americana, anunciou hoje que no quarto trimestre de 2007 o seu resultado líquido registou uma melhoria de 29% (…) o seu lucro líquido atingiu os 4,9 mil milhões de dólares (…), face aos 3,8 mil milhões de dólares (…) registados um ano antes.
Desculpam-se com a guerra, com a recessão, com a diminuição das reservas petrolíferas. Mas os preços obscenos só se explicam pelos lucros obscenos.
Eu sou precário, tu és precária, nós somos precários...
Parece que a agenda da precariedade está finalmente a ter o impacto que merece. Para aléms do impacto dos FERVE, os precários inflexíveis também andam com actividade. Desta vez passaram pelo Colombo...
descoberto aquando do uso de pimenta negra para o bitoque.
Má-língua
02 fevereiro 2008
Calendário proverbial
A água de Janeiro vale dinheiro.
Fevereiro, o mais curto mês e o menos cortês.
Março marçagão, de manhã Inverno, de tarde Verão.
Em Abril, águas mil.
Quando em Maio não troa, não é ano de broa.
Junho calmoso, ano famoso.
Julho quente, seco e ventoso trabalho sem repouso.
Em Agosto dá o sol pelo rosto.
Setembro cara de poucos amigos e manhã de figos.
Em Outubro pega tudo.
Novembro à porta, geada na horta.
Ande o frio por onde andar no Natal cá vem parar.
[tirado do serão familiar e daqui]
FAQ da legitimidade
Parece que os cartazes de carnaval do bacalhoeiro foram considerados inapropriados pela polícia (aqui). Parece que violam a privacidade do sr. agente da autoridade.
"Sim, o senhor da foto, apesar de estar em acção pública, tem direito constitucional a não ver a sua imagem divulgada. Privacidade no país onde guardam a informação sobre a nossa utilização da internet e telefone durante um ano, no país onde Estado regista nomes e moradas de manifestantes e lhes tira fotos para mais tarde recordar. Sim, rapidez e eficácia no país em que os homens de azul demoram horas a acorrer a uma queixa de violência doméstica (quando aparecem)." (Tarique)
P - Faz sentido a privacidade do polícia vs. a forçada publicidade de todos os outros?
R - Claro que sim.
P - Qual é a legitimidade deles para fazer de juiz e carrasco?
R - É a dita legitimidade democrática das instituições.
P - Mas nós não elegemos as chefias das polícias?
R - Pois não, mas os nossos eleitos vigiam-nos por nós.
P - Quais, os mesmos que não fiscalizaram/fiscalizam o SIS durante anos? Os mesmos que viram as provas das armas de destruição massiva detidas pelo Iraque? Ou aqueles que sacodem a culpa dizendo que ninguém lhes disse o que ia naqueles aviões?
R - Hmmmmm...
Chiiiuuuuu
Parece que os anos novos Chinês e Vietnamita se aproximam. O melhor é falar baixinho não vão algumas mentes brilhantes lembrar-se de "actualizar" os preços disto e daquilo...
|
|
|
|