16 fevereiro 2008

 

A peste


Desde que Seung-Hui Cho fez um périplo de morte colhendo 32 estudantes nos corredores da Virginia Tech University, já morreram mais de 2430 americanos em crimes com armas de fogo. Só em Universidades houve mais dois incidentes. No Louisiana Technical College uma aluna interrompeu uma aula e matou duas colegas antes de se suicidar. E ontem na Northern Illinois University morreram mais seis a tiro de caçadeira e pistola de grosso calibre. Pelo meio, em Kirkwood, Missouri, um empregado camarário matou dois policias, entrou numa reunião da junta e levou a vida a três dirigentes.

Nos noticiários como na pré-campanha eleitoral ouve-se a ranhosa lamentação do costume, com as estudadas condolências às famílias e os aconchegos verbosos às comunidades. Um dos próximos estados em disputa nas primárias é o Texas. Todos, unidos em cobardia, apertam a voz para não reclamar o óbvio: controle de armas! A segunda emenda à Constituição americana interpretada pelos juristas do lobby das armas impõe tabu. A Constituição é sagrada.

A Constituição americana é o mais belo documento. Protege as elites do motim popular com o garante da propriedade privada e um labiríntico sistema jurídico e democrático. Reorienta as angústias da revolta numa carnificina de todos contra todos.



   

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