30 novembro 2005

 

Those Shirts



É mais apropriado para o Verão, mas sinceramente espero que não encontrem algo que gostem...

http://www.thoseshirts.com/

 

A tradição identitária e o crucifixo


Se o crucifixo na sala de aula é reflexo da tradição católica que está no cerne da nossa nacionalidade e da nossa cultura, sugiro que à esquerda do crucifixo se pendure um retrato do Figo, e à direita um outro da Amália. Ou é para fazer bem feito, ou então não vale a pena o esforço.

 

Entrar foi fácil... e sair?!



Ah, mas não se preocupem: eles têm um plano.

 

Antes e Depois no Iraque (IV)






Agora existem armas de destruição maciça no Iraque.


 

Antes e Depois no Iraque (III)



Mudaram a cor das fardas.


29 novembro 2005

 

Antes e Depois no Iraque (II)



Passaram-se a usar armas quimicas legais.


 

Antes e Depois no Iraque (I)



Saddam City passou a Sadr City.


27 novembro 2005

 

Tolerância ou indiferença?


O Acidental num post recente demoniza Herbert Marcuse como o teórico da intolerância. Esta crítica faz parte do recente fascínio de Henrique Raposo por um silogismo fácil e falacioso, que se lê em mais ou menos isto:
Intolerante é quem reprime a liberdade do outro;
Sendo que a esquerda pretende reprimir a direita xenófoba,
Resulta que a esquerda é intolerante…


O arsenal conceptual dos liberais com estes absolutismos ideais sobre a “liberdade” só nos conduz a divertidos (para alguns) paradoxos e jogos de palavras. Antes abandonar estas utopias conceptuais e regressar à realidade histórica, onde a intolerância tem nomes mais próprios, como racismo, machismo ou homofobismo. O que fazer perante estas violações grosseiras da liberdade, senhores acidentais? Quando nos anos 50 no Alabama negros eram linchados à vista dAe todos, Marcuse declarou guerra aos intolerantes, para que os negros e os indigentes não fossem excluídos sociais. Seria mais tolerante ter fechado os olhos ao programa de genocídio do KKK? É portanto mais tolerante e mais justa a indiferença?

Para repor esta conversa em termos conceptuais, para único benefício do Exmo. Henrique Raposo, proponho outro silogismo:
O intolerante institui uma ordem social de repressão.
Aquele que tolera o intolerante permite que a repressão continue.
Logo, aquele que tolera o intolerante é intolerante por cumplicidade.

26 novembro 2005

 

O malabarismo da responsabilidade


O governo francês deixou escapar uma explicação oficiosa para os recentes motins urbanos. As razões são da ordem cultural, é que os revoltosos ouvem rap o que os torna violentos. Sendo que os EUA tentaram culpar o heavy metal pelo massacre de Columbine, será que anda algum consultor Americano perdido nos corredores do Palácio do Eliseu?

Guns don't kill people, rappers do
Ask any politician and he'll tell you it's true
It's a fact, music makes you violent
Like Michael Jackson telling little Timmy to be silent
You don't believe me, here's my hype
Offer me the record and I'll show you the type
Of criminal this rap shit is breeding
It's a fact that MC Hammer left me bleeding
Vanilla Ice made my mother say, "fuck"
If I stuck with 'UB40' then I woulda been in love
But I didn't, I got involved
Cypress fucking Hill taught me to make a fucking bomb
So I started, I bought another tape
The mob boys snapped me, my cock and balls ache
So remember kids till the head doubles up
Guns don't kill people, it's just rap

De Goldie Lookin Chain, “Guns don’t kill people, Rappers do!”

25 novembro 2005

 

25 de Novembro


Por ocasião dos 30 anos do 25 de Novembro de 1975 o General Tomé Pinto foi entrevistado por Público e Renascença com transmissão na RTP2. Este general, um dos mentores juntamente com Eanes deste golpe para “repor a ordem democrática”, dá-nos interessantes detalhes na elaboração deste.

Tomé Pinto começa por exemplificar as situações “inaceitáveis” que justificaram o 25 de Novembro. Fala da balbúrdia no exército, dos tribunais populares, entre outras coisas. Afinal, é preciso ordem e não há nada que um bom homem do exército não goste mais que ordem.

Ele conta como se começaram a preparar desde Abril/Maio de 1975. Desde então “fomos preparando meios: a Força Aérea que foi para Cortegarça. (...) Reparem, estávamos a criar no Norte não só o núcleo político, mas também um grupo militar em que a Força Aérea era a parte forte. Para Cortegarça foram deslocados não só todos os meios aéreos de cá como também muitos dos que chegaram do Ultramar. E tínhamos a certeza de que Pires Veloso [comandante da Região Militar Norte] aguentaria a situação”*. Mais, “alguns ex-militares percorreram o país para recrutar jovens desmobilizados para que reingressassem nas Forças Armadas. É com esse núcleo forte que Jaime Neves actua [no 25 de Novembro]”*.

E até diz onde estes “democratas” estavam dispostos a ir: “Havia que resistir em Lisboa. (...) O que tínhamos a fazer era salvaguardar o poder político para ele poder actuar a partir do Norte. Lá, tínhamos o [brigadeiro] Pires Veloso [comandante da Região Militar Norte] e força bastante, mas aí haveria combates, ocupação, uma guerra civil.”*

A entrevista continua revelando outras movimentações realizadas no mesmo sentido. Após as suas palavras só nos resta fazer uma pergunta: Afinal quem é que preparou o golpe? Ainda hoje, muitos políticos e comentaristas continuam a insistir que se tratava de um golpe de esquerda ou de fazer face a um golpe. A estes basta recomendar a leitura da entrevista de Tomé Pinto. Desta resulta claro que o suposto golpe de esquerda não passou de um pretexto, pretexto que permitiu a determinadas elites “repor Portugal no caminho certo”, substituindo-se às do antigamente. E de lá até agora o saque continua.

Permitam-me ainda duas notas. Tomé Pinto classifica ainda Jaime Neves como um patriota. Diferentes relatos apontam que por vontade deste e de vários dos seus Comandos, alguns com ligações a movimentos de extrema direita como o MDLP, talvez se tivesse inclusivé voltado ao 24 de Abril. Finalmente, é reveladora a preocupação de Tomé Pinto em enaltecer o papel de Mário Soares, segundo ele um homem fundamental na democratização de Portugal. Desta rica democracia que temos...

*As citações apresentadas são extractos da entrevista de Tomé Pinto ao Público/Rádio Renascença publicada no dia 22 de Novembro.

24 novembro 2005

 

Para combater o muro



 

Rock the Casbah

22 novembro 2005

 

Epitáfio


A grande obra do liberalismo foi ter aprisionado a liberdade em nome da liberdade.

 

Paris, ódio e poesia


As sociedades capitalistas contemporâneas nutrem da ilusão simplória de que o único conhecimento que merece o galardão de verdade é o científico. Nos laboratórios das ciências naturais e sociais a imaginação foi proscrita. Só é aceite como facto o que pode ser filtrado de marca humana e feito acético pelas técnicas experimentais e estatísticas. Mas apesar das suas conquistas este é um saber que tem pouco para nos oferecer enquanto for disciplinado pela irrelevância.

A arte com a imaginação, que não teme ser política e comprometida, tem verdades que as ciências parecem incapazes de aproximar. É admirável que um filme com 10 anos, feito no calor da juventude de um cineasta, seja hoje o melhor documento sobre os eventos em França. La Haine era em 1995 uma parábola do combate urbano que a sociedade francesa só relutantemente reconhecia. Hoje, o mesmo filme vê-se como um testemunho realista do combate social europeu. A história revelou a parábola como documentário.

Qual é o segredo deste saber? Kassovitz construiu a narrativa de um dos lados do golfo racial e de classe, e com isso rejeitou a rotineira neutralidade do cientista social. É a coragem de relatar o mundo sem se engasgar em performances de objectividade. O conflito social não se deixa descrever numa entrevista de jornal ou num estudo sociológico, é preciso militância e comprometimento para o conhecer.

21 novembro 2005

 

Again last year


" Again last year...the ratio of the average chief executive's pay to that of production workers at 367 top corporations smashed trough the 400-1 barrier, last breached in the wild late 90's.
To be exact, for every dollar bill in a worker's pocket, the boss gets $431. And here's a nugget of perspective: If the minimum wag had kept pace with bosses' pay since 1990, it would be $23,03 an hour."

- New York Times, September 4, 2005
citado em Monthly Review vol.57, nº 5, Outubro de 2005

 

A questão eleitoral


A eleição presidencial parece tomar a nossa atenção colectiva. A julgar pela torrente de comentário politico que mancha os jornais e o ruído que se emite da TV até se diria mais consequente que o orçamento de estado que arbitra sobre os nossos salários e empregos.

O fascínio desta eleição nasce à direita, no PSD e CDS, por este ser um veículo para participar no jogo do poder nos próximos 4 anos. As vacas vão bem magras com um parlamento solidamente nas mãos do PS. Para a esquerda definida como os restantes partidos, é a oportunidade de assassinar de vez esse poltergeist que é Cavaco, e de humilhar a direita. No intervalo de um ano seria um golpe histórico, conquistar S. Bento e Belém. Mas por muito que este cenário agrade aos federalistas (ou entristas) da esquerda - os blocos da esquerda e alguns comunistas - o horizonte eleitoral não é este.

O nosso pedante, soberbo primeiro-ministro não nos oferece um governo de esquerda (nem mesmo de esquerda diluída e recuada) que mereça defesa. Eleito sem programa e por defeito, este governo prepara-se para cumprir com a agenda comum a todos os partidos de governo das últimas duas décadas. Cavaco e Sócrates são indistinguíveis como primeiro-ministros, da pose Salazarista pai da pátria à política anti-popular mascarada de valente.

Sendo Soares (esse histórico carreirista e carteirista da República Portuguesa) um candidato do PS, podemos esperar dele oposição a Sócrates? Podemos esperar oposição por parte de Cavaco que acredita com zelo profético nas virtudes da reforma neo-liberal? Podemos esperar oposição do poeta maltratado pelo seu partido que por vezes parece lutar por mero orgulho? Podemos esperar que os outros candidatos tenham dizer na matéria?

A questão eleitoral é de que não foi negada opção. Não há escolha consequente para a esquerda. É-nos negada a possibilidade de usar o voto com sentido político. Preparamo-nos para mais um ritual celebrativo de uma democracia que não se move, que vai trocando de mãos entre os poucos sócios da elite nacional.

18 novembro 2005

 

Justificações xenófobas


Não é por acaso que raramente ouvimos a esfera do capital a insurgir-se contra a emigração. Para além de manterem a oferta de mão de obra alta, o que lhes permite manter os salários baixos, o Banco Mundial vem agora confirmar o que alguns economistas já afirmavam. A emigração é geradora de riqueza, quer para os países de destino, quer para os países de origem. E creio que aqui podemos confiar no Banco Mundial, já que não é propriamente um paladino dos pobres e desfavorecidos. E assim, percebe-se melhor como se criam figuras como o Le Pen, Haider, ou como se ganham vantagens eleitorais como parece estar a fazer o Sarkozy. A xenofobia da direita aproveita-se demagogicamente do desconhecimento e dos receios da população, justificando todos os males com "os estranhos", e assim desviando as atenções dos problemas intrínsecos ao sistema de produção que eles próprios defendem e através do qual perpetuam a sua condição de classe dominante.

 

Sistemas complexos vistos por um liberal


Natureza – comporta demasiadas variáveis para validar relações de causa e efeito. O aumento da temperatura da Terra, o degelo, a intensidade de furacões são analisados numa escala de tempo demasiado pequena para tirar conclusões sobre a influência do Homem nos mesmos.


Economia – sistema bem-comportado definido por relações de oferta e procura.

 

Isto vai mal...


Até a candidatura do Manuel Vieira parece chata e gasta…


17 novembro 2005

 

Seguidismo


Tem dias em que me parece que neste país não se pensa. Por azar leio duas linhas do Luís Delgado onde fico a saber que os anglo-saxónicos criaram uma ciência da governação que dispensa debate ou política. De seguida, tropeço numa crónica do Eduardo Prado Coelho que recorda saudoso as promenadas entre a elite cultural parisiense, e logo nos intermedeia a sabedoria desses gigantes. Por habituação já não questiono que a classe intelectual lusa se limite a reciclar a opinião, já datada, vinda das grandes capitais. Não se pode esperar mais de um país periférico a quem só resta o sonho de ser comprado aos lotes pelo Primeiro Mundo.

Mas este seguidismo não precisava ser tão pateta. Uma das mais recentes manias a varrer os blogs nacionais é o “intelligent design.” Não há melhor testemunho da nossa pobreza cultural que a importação de uma controvérsia que nada tem a ver connosco. Como a classe média que faz férias em Nova Iorque, Londres, ou Paris para certificar a sua afluência, agora debate-se o “intelligent design” porque assim comungamos com o Primeiro Mundo. Este é afinal um debate sem valor científico que nem novo é. Ele reemerge episodicamente nos EUA desde o final do séc. XIX, e as posições traçadas são as da “culture war” americana – Norte contra Sul, costas Este e Oeste contra o interior do país. Só não vê quem não quer que a motivação para o “intelligent design” é ostensivamente evangélica e que os seus objectivos são políticos, nomeadamente a reforma curricular dos liceus. Os sumo-pontífices da “teoria” tem um verniz de respeitabilidade que estala depressa (por exemplo o departamento do pai da teoria - Michael Behe - nega qualquer valor no seu trabalho). A ténue credibilidade que este movimento grangeia mede-se pelo que a direita evangélica lhe pode comprar, bombardeando a Internet e os púlpitos de propaganda. Entretanto debates bem mais interessantes em biologia, como a recente reavaliação do evolucionismo adaptativo são ignorados.

É caso para ser-se herético e concluir que o “intelligent design” não lembra nem ao menino Jesus. Deixem-se disso!

 

A Escumalha (2)



Ainda com tumultos em França, adivinha-se já talvez o nome do próximo Presidente: Sarkozy. Alguns vêem nas sondagens um prémio pela sua actuação no Governo. Eu vejo um Happy Meal 2-em-1 para as eleições francesas: um Le-Pen apoiado pelo UMP.


16 novembro 2005

 

Mais um óbito


A UDP deixou hoje de existir como partido político.

http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1239085

 

Chegar a agulha ao dedal


O nosso ministro do Trabalho e Solidariedade Social Vieira da Silva vem hoje dizer que deve haver um maior esforço dos centro de emprego para se aproximarem das empresas. Há aqui qualquer coisa de estranho: os centro de emprego reúnem a população desempregada, categorizam-nos por competências profissionais, currículo, formação, têm os contactos do desempregado disponíveis, tudo organizado. E os centros de emprego é que têm de ir ter com as empresas? Se calhar deviam começar a oferecer uns pacotes promocionais, do tipo, "Avalie o meu desempregado e oferecemos-lhe um DVD", ou "Empregue um, leve o segundo de graça". Parece-me antes que as nossas empresas não valorizam o serviço prestado pelos centros de emprego, em boa parte porque não necessitam dele. Sabendo que a maior parte das ofertas de trabalho requerem baixas qualificações, porque é nisso que está assente o nosso tecido produtivo, mão de obra barata e produto de baixa qualidade, e perante os crescentes números do desemprego, basta lançar um pequeno anúncio num qualquer jornal para ter dezenas de respostas. Para além de outra questão óbvia, se não há ofertas de empregos, os centros de emprego não podem fazer nada. Estes comentários de ocasião do senhor ministro para jornalista ouvir, no dia em que as estatíticas do desemprego são publicadas, deviam ser um pouco mais sérios. Chega a ser ofensivo para a inteligência da população...

15 novembro 2005

 

A novela dos pássaros


Soube-se hoje que os papagaios ingleses contaminados com febre dos pássaros e que espalharam o pânico no continente civilizado, estavam afinal saudáveis. A notícia está para já enterrada nos websites, quando é reportada. Mas havia doentes entre a passarada, uns alados da Formosa. Mais uma vez as certezas que se tinham provam-se falsas. A ciência é dúvida constante, e não nos oferece segurança.

Continua assim a novela de “a gripe que nos veio matar.” Os protagonistas são uns cientistas de solidariedades duvidosas, dado que a maioria são altos funcionários de organismos de saúde pública ou de farmacêuticas. A aplaudir e a puxar refrões da chegada do juízo final estão uns tantos políticos e distintos “opinion makers.”Contudo, a mensagem se bem ouvida, é de incerteza, não sabemos,

1. não sabemos se o vírus se pode mutar de pássaros para pessoas, seria o primeira vez de que há registo,
2. não sabemos se os afamados ciclos epidémicos tem alguma fundamentação biológica, ou se são uma espúria relação entre epidemias,
3. não sabemos se o vírus quando finalmente emergir, vai ser mais ou menos mortífero, e se não haverá formas eficientes de o combater.

Por um raciocínio bizarro, que me escapa, o melhor é dada a dúvida mergulhar no pânico. Não e para prevenir porque não se pode prevenir contra algo que não existe, que não se conhece. Tirando conter a contaminação da passarada o resto é provavelmente fútil. Então porque o pânico? O medo não sai barato. Este também é uma doença que nos pesa nos dias, que cansa e distrai de outras atenções. Será que “a gripe genocida” não é mais que um “Morangos com Açúcar”? Um espectáculo que só serve para nos mover entre emoções.

14 novembro 2005

 

Os novos oráculos


São uma contradição para quem acredita que em Portugal não há nada de novo no horizonte. Falo dessa nova classe profissional - os jornalistas económicos. Os púlpitos para os novos pontífices da religião económica são o Diário Económico, o Jornal de Negócios, e o Semanário Económico. Seria interessante inquirir da tiragem deste novo jornalismo, porque se houve crescimento em títulos, em sites na internet, em convites aos editores e redactores para comentar noutros meios de comunicação, mas será que vende? Quantos exemplares? E quem os compra?

É possível que pela sua novidade a função social dos jornalistas económicos esteja ainda por se definir. Mas nesta transição, estes jovens profissionais com formação em teoria económica (conhecesse algum destes jornalistas com mais de 40 anos?) beneficiam em Portugal de uma credibilidade que em mais nenhum país se observa. Perscrutando as vísceras do animal económico, estes oráculos divinam o futuro do nosso pais, de como investir ou poupar, de como orçamentar o Estado, de como votar. Eles são os especialistas da economia, a quem cabe comunicar ao povão os mistérios da finança, do consumo e da produção.

Este país que transfere as suas ansiedades para os défices, para a globalização, para a politica económica europeia, como tiranos que vem de muito longe para nos magoar, e terreno fértil para estes pontífices da nova religião económica. Diária ou semanalmente somos oferecidos números sobre números, e explicações sempre parciais da tal "economia" que não nos deixam compreender, e com estes sempre deliberações definitivas no editorial. Talvez neste modo de comunicar o jornalismo económico não seja novo, afinal é também este o mecanismo da outra comunicação social: oferta sempre pedacinhos incompletos do mundo enrolados em pretensa factualidade, e nega-nos compreensão do mundo, sobre esta incerteza e a sua autoridade quer nos ensinar a pensar e a viver nos editoriais e artigos de opinião, ou ate nos rodapés dos artigos. O que e inegavelmente novo no jornalismo económico e que inventou uma nova sociedade para reportar nas suas paginas - uma tal de "economia".

11 novembro 2005

 

Portugal, anos 60 - ignorante.


Numa acta da Assembleia Nacional de 1964, quando se está a justificar a baixa educação da população e a valorizar a opção pela agricultura como pilar da economia nacional em detrimento do desenvolvimento industrial, pode ler-se:


..."tomando em conta o risco que se corra de criar um proletariado intelectual, fonte de desequilíbrio das estruturas económicas, sociais e políticas."

10 novembro 2005

 

Sociedade em regressão


..."the board rewrote the definition of science, so that it is no longer limited to the search for natural explanations of phenomena."


http://www.livescience.com/othernews/ap_051108_kansas_vote.html


Os chamados conservadores nos EUA continuam no seu caminho de regressão social, numa sociedade que mostra cada vez mais tendências fascistas...

07 novembro 2005

 

A Escumalha




03 novembro 2005

 

1848?


"Penso que os regimes políticos são, todos eles, históricos. Quer isto dizer que estão adaptados a uma determinada forma de sociedade que evolui, e, logo, têm um tempo e um espaço. Quando essa evolução atingiu um grau suficiente, os regimes políticos deixam de garantir a estabilidade e a solução não violenta dos conflitos sociais, o que é a sua principal função, pelo que entram em crise e são substituídos mais tarde ou mais cedo."

in TELO, António José (2000): "Sidonio Pais - a chegada do século XX" in TEIXEIRA, Nuno Severiano e PINTO, António Costa (coords.):A Primeira República Portuguesa: entre o liberalismo e o autoritarismo, 1ª edição, Lisboa, Colibri; UNL, Instituto de História Contemporânea

Apesar de se ter vindo a revelar mais tarde do que cedo, a ideia foi escrita por alguém logo em 1848...



   

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