16 novembro 2005

 

Chegar a agulha ao dedal


O nosso ministro do Trabalho e Solidariedade Social Vieira da Silva vem hoje dizer que deve haver um maior esforço dos centro de emprego para se aproximarem das empresas. Há aqui qualquer coisa de estranho: os centro de emprego reúnem a população desempregada, categorizam-nos por competências profissionais, currículo, formação, têm os contactos do desempregado disponíveis, tudo organizado. E os centros de emprego é que têm de ir ter com as empresas? Se calhar deviam começar a oferecer uns pacotes promocionais, do tipo, "Avalie o meu desempregado e oferecemos-lhe um DVD", ou "Empregue um, leve o segundo de graça". Parece-me antes que as nossas empresas não valorizam o serviço prestado pelos centros de emprego, em boa parte porque não necessitam dele. Sabendo que a maior parte das ofertas de trabalho requerem baixas qualificações, porque é nisso que está assente o nosso tecido produtivo, mão de obra barata e produto de baixa qualidade, e perante os crescentes números do desemprego, basta lançar um pequeno anúncio num qualquer jornal para ter dezenas de respostas. Para além de outra questão óbvia, se não há ofertas de empregos, os centros de emprego não podem fazer nada. Estes comentários de ocasião do senhor ministro para jornalista ouvir, no dia em que as estatíticas do desemprego são publicadas, deviam ser um pouco mais sérios. Chega a ser ofensivo para a inteligência da população...

Comments:
O Ministério do Trabalho e Solidariedade Social (dá-se alvíssaras a quem os encontrar) aposta cada vez mais na "proactividade" dos desempregados. Mas afinal o que é que este termo quer dizer. Reconhecendo o falhanço absoluto do IEFP e centros de emprego na angariação de ofertas de trabalho, obriga os desempregados a desenmerdarem-se e encontrarem trabalho por eles próprios. No entanto, não pode ser a qualquer hora. Afinal, têm de permanecer duas horas de manhã numa semana, duas horas à tarde na seguinte, não vá o mandrião andar a enganar o Estado Português. O PSD sugere, por enquanto com ironia, a introdução da pulseira electrónica.

Ai, ai, não lhes deêm mais ideias...
 
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