12 maio 2007

 

(In)Segurança Social?



Sérgio Aníbal no Público de hoje refere que "Reforma faz o Estado poupar 6,9 por cento do PIB em 2050". Segundo Vítor Constâncio, Portugal pode, "[a]penas com a concretização de uma reforma [Segurança Social], (...) garantir a sustentabilidade das contas durante as décadas seguintes." Como tal será conseguido? "Pela aplicação do novo sistema de pensões, que é menos generoso para os beneficiários." Leia-se pensões mais baixas.

"Constâncio lembrou, no entanto, que (...) é necessário (...) que Portugal complete até 2010 o que está planeado em termos de redução do défice público no PEC entregue pelo Governo a Bruxelas. Ou seja, o executivo tem de conseguir reduzir o desequilíbrio anual das contas públicas para 0,5 por cento do PIB nos próximos três anos. O governador mostra-se confiante no cumprimento deste cenário e voltou a não poupar elogios à política orçamental seguida pelo Governo. "No ano passado, tivemos um desempenho extraordinário e, portanto, isso torna mais credível a possibilidade de continuação deste caminho nos próximos anos", disse."

Portanto, já sabemos o que nos espera. Os mesmos que nos roubam, são os que para ainda andam a insultar-nos com o luxo pago por nós.

(para uma discussão da política d o possível ver aqui)

Comments:
Viva,

Neste tema temos uma visão claramente diferente. Escrevi um texto mais completo sobre o tema mas, neste contexto, tenho que referir uma das suas partes.

Os números não enganam, ou seja, para defender o actual sistema o esforço público teria que ser tão grande que o Estado ia ter que diminuir os seus gastos (logo as suas funções) ou aumentar as receitas (os impostos) de forma assinalável. Posto isto sinto necessidade de perguntar: mantendo tudo como estava como fazer medidas estruturais suficientes para os financiar? Todas as escolhas têm custos e não basta defender um lado, é preciso fazer face ao outro, ou seja, ao crescimento anual dos custos em % do PIB de forma insustentável. Para manter tudo como estava é preciso enumerar o que vamos abdicar para o manter.

Cumprimentos,
 
Ricardo,

A questao é que sao exactamente os mesmos partidos que tem governado o país como uma taberna (com todo respeito por estabelecimentos como o bitoque). Vê, por exemplo, isto:

http://obitoque.blogspot.com/2006/06/diz-o-roto-ao-nu.html

Nao digo que nao a determinadas alteracoes. Agora, por exemplo, as alteracoes introduzidas pelos sucessivos governos tem prejudicado quem comecou a trabalhar mais cedo. Trabalhas mais cedo porque precisaste e agora voltas a ser prejudicado.

As responsabilidades e as promessas feitas por ESTES PARTIDOS (PS e PSD) fizeram pessoas escolher determinadas carreiras, etc. Após todas estas expectativas e perante um roubo sugiro-te também a responsabilizacao desses (ir)responsáveis.
 
Samir,

Nada contra a responsabilização. É um dos princípios democráticos mais importantes. O que não apaga que houve uma geração que criou uma SS bastante favorável a essa mesma geração mas com resultados inevitáveis de contenção para a seguinte.

Abraço,
 
Chamo a tua atencao para outro aspecto. Vai haver o compromisso de reduzir tremendamente o défice governamental.

Se obviamnete que se deve ter peso e medida nos gastos, isto vai certamente significar um desaproveitamento de muito fundos europeus. Porque agora está na moda baixos défices, mas no tempo do Cavaco (por exemplo) os défices eram bastante maiores. Mais importante, tal seria importante para injectar algum oxigénio num país que apodrece.

Obviamente que temos de fazer escolhas criteriosas nos investimentos. Tal nao inclui estádios, submarinos e muitas outras inutilidades que continuam a brotar de debaixo das pedras.

Frequentemente, o défice será um mal menor...

Há vários textos no bitoque ou nos ladroesdebiciletas sobre isso.

Abraco
 
Samir,

Novamente de acordo. Mas o problema do anterior sistema da SS não é só a despesa actual mas a sua taxa de crescimento. Apesar do défice não ser um objectivo per si é um instrumento fundamental para o crescimento económico e, nesta lógica, até para poder aumentar, a prazo, as transferências para a SS.

Cumprimentos,
 
Sobre as reformas:

Se em Portugal houvesse efectivamente uma sociedade (se se pudesse acreditar em tal em portugal) entao discutir-se-ia e tentava-se chegar a um acordo aceitável para todas as geracoes. No entanto, a sensacao é que alguns comem sempre melhor (exemplo: Banco de Portugal)

Para além do mais há uma incompetencia e irresponsabilidade brutal. Por exemplo no pós 25 de Abril resolveu-se (e bem) extender as Pensoes a quem nao tinha tido a possibilidade de descontar. Só que ao invés de se fazer uma espécie de provisao (o Estado descontar um extra para esse bolo) usou-se a Seg Social como um saco azul.

Se somarmos a isto os sistemáticos nao pagamentos de PS e PSD (da parte contributiva do Estado) o que até poderia ser algo sustentável, deixa de o ser.

Mais do que a palavra sustentabilidade, nestes assuntos a palavra chave é credibilidade.

Abraco,

S
 
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