09 janeiro 2006
Velhice e políticas de miséria
Após os desastrosos governos do então Durão Barroso e de Santana Lopes, um país exangue a nível social pedia mudanças. Para que o seu “projecto” fosse vitorioso, José Sócrates necessitou de personificar a mudança. Como tal teria que arranjar medidas emblemáticas. Perante um país com o seu tecido produtivo em desmantelamento, sugeriu um “choque” tecnológico. Lembrou-se ainda dos velhinhos, constantemente solicitados em altura de eleições. Para os mais velhos dos velhos prometeu-lhes um complemento de reforma.
Agora no governo, a medida vai finalmente entrar em vigor. Se o benefício para os reformados maiores de 65 já só ficou prometido para as calendas gregas, a aplicação da medida trouxe algumas “surpresas”. Afinal, não só apenas se refere ao velhinhos com pensões de miséria, como ainda exige que os familiares não tenham recursos para os ajudar. Para tal, a administração irá consultar as declarações de rendimentos dos familiares. Em suma vai ser o complemento dos ultra-pobres ou daquelas famílias que não declaram rendimentos. O Estado demite-se das suas obrigações, atribuindo, ao invés, a responsabilidade às famílias e continuando uma tradição semi-tribal. Após uma vida de trabalho, as pessoas vêem-lhes negados o direito a uma vida condigna.
A uma velhice de miséria só propõem políticas de miséria. Quanto a eles, segundo nos consta, vai tudo bem. São as reformas milionárias, várias vezes acumuladas de diversos cargos. Cavaco Silva acumulará a reforma de 1º ministro, do Banco de Portugal e de Professor Universitário, sendo que ainda dá aulas na Católica. Não admira que mostre a sua reforma dourada com uma das suas casas com piscina em Vilamoura. Mira Amaral ganhou uma mensalidade de milhares de contos por uns meses na CGD, enquanto Campos e Cunha “ainda” teve de suar um par de anos no Banco de Portugal para a choruda mensalidade. São a estes funcionários públicos de luxo e não aos outros que se devia exigir moralidade, já que eles não têm nenhuma.
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