15 dezembro 2007
Um século de arquitectura radical
A arquitectura é uma maneira de intervir no mundo. Os projectos dão forma a uma ideia sobre a sociedade. Os edifícios permitem-nos (ou não) conviver de um modo menos agressivo.
O arquitecto Oscar Niemeyer procura essa harmonia entre a natureza, o homem e o betão armado. Ele faz hoje 100 anos e a sua obra é tão vasta e interessante como a sua vida. Ninguém o descreve como Eduardo Galeano: “Niemeyer odeia o capitalismo e a linha recta”.
Brasília é a obra mais famosa de Niemeyer, uma cidade utópica feita de tijolos e lajes. Niemeyer também criou a sede do Partido Comunista Francês e a Universidade de Constantine na Argélia. Outros trabalhos incluem o Memorial da América Latina, o monumento Tortura Nunca Mais e o monumento 9 de Novembro, em memória de três operários mortos numa greve de 1988. Este último é tão dramático e contestatário que no dia seguinte à sua inauguração foi destruído por grupos de direita. Niemeyer quis que fosse reconstruído deixando à vista as marcas da destruição e nele inscreveu: “Nada nem a bomba que destruiu este monumento poderá deter os que lutam pela justiça e liberdade”.
Fidel Castro terá dito a respeito dele: “Niemeyer e eu somos os últimos comunistas deste planeta”. Concordo com o Fidel.
Comments:
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A frase é bela, sem dúvida, mas não posso concordar com ela. Viva Oscar Niemeyer (mais cem anos, pelo menos).
Se virmos o contexto da frase................não podemos deixar de nos maravilhar com o simbolismo latino-americano.
Que viva Niemeyer e outros tantos como ele ou diferentes dele.
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Que viva Niemeyer e outros tantos como ele ou diferentes dele.
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