28 novembro 2007

 

As más explicações


(Continuando)

"Ao que apurou o DN, este desnível entre o salário médio das ofertas de emprego do IEFP e o ordenado médio praticado em Portugal [ver aqui] demonstra que os empregadores apenas recorrem aos centros de emprego como último recurso. Ou seja, só quando constatam que não conseguem encontrar, pelos seus próprios meios, trabalhadores para satisfazer as suas necessidades de mão-de-obra é que as empresas recorrem aos centros de emprego. O baixo valor salarial proposto também confirma que são sobretudo postos de trabalho pouco qualificados que estão disponíveis nos centros de emprego."(in DN)

Estas explicações não fazem grande sentido. Antes de mais, se o IEFP é o último recurso deviam estar dispostos a pagar mais e não menos. Para além disso, quem informou mal o DN devia saber que, como o jornalista refere, a diferença entre dirigentes e quadros superiores e outros cargos é muito pequena (pouco mais de cem euros). Mais, em termos de níveis o salário médio das ofertas de emprego para dirigentes e quadros superiores fica 25% aquém do salário médio em Portugal. O que demonstra é a precarização e empobrecimento de uma nova geração e de quem tenha o azar cada vez mais comum de se ver sem emprego.



   

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