21 junho 2007

 

Dióxido de carbono II



L. Rodrigues do designorado comenta (e bem) em relação a este post que seria preferível não esperar pela paridade da poluição per capita antes de se fazer alguma coisa, do lado dos países desenvolvidos e dos em desenvolvimento.

A questão que se coloca é que, historicamente, a maioria das nações evoluíram roubando tecnologia dos países mais avançados. Por exemplo, os Estados Unidos ao roubarem o engenho a vapor aos ingleses argumentaram que nehum país em desenvolvimento deveria ter a obrigação de pagar. Esta “transferência” permitiu que então países menos desenvolvidos pudessem produzir de forma mais eficiente e amiga do ambiente. Hoje em dia, a transferência de tecnologia, de graça ou a preços razoáveis tem vindo a ser dificultada.

Os mesmos que não o querem fazer, são também os que apontam o dedo a China e aos outros países como se fossem eles os culpados. Por exemplo, os Holandeses (e autores do estudo) são uns dos principais interessados no mercado do ambiente. Quer em consultoria, quer em transferência de tecnologia há muito dinheiro em jogo. O planeta fica em segundo plano e as pessoas dos países em desenvolvimento em terceiro plano.

Comments:
Via uma entrevista com o Lula na BBC a semana passada em que o confrontavam com a necessidade do Brasil proteger o "património histórico natural" ao que ele respondia: " O Brasil tem neste momento 70% da floresta que tinha há 4000 anos. Quanto tem a Europa? " (resposta: 0.1%)
Isto para dizer:
 
parece-me que houve mais um caso de censura na internet...
 
Mais um caso em que o presente modelo de propriedade intelectual faz mais mal do que bem.

O economista Dean Baker tem defendido continuamente no seu blog "beat the press" (onde comenta o "jornalismo económico" do seu país) que o sistema de patentes é uma força contra os princípio que impulsionaram o progresso da humanidade (Newton nos ombros de gigantes...).

E também não perde uma oportunidade de denunciar aos neo-liberais, sempre contra a intervenção do estado nos mercados, que sem as patentes garantidas por aquele, o mercado seria muito mais livre, e bem diferente.
 
O objectivo das patentes não é compensar os inventores. A invenção
é sempre um risco, 99% das patentes são inúteis e os inventores têm que estar preparados para isso. O sistema de patentes existe para:

- incentivar o investimento em investigação
- impedir os segredos comerciais

O sistema de patentes cumpre, no
essencial o seu objectivo: estimula o investimento privado em
investigação.
 
Nao percebo o que o viajante quer dizer com: impedir os segredos comerciais

Quanto a incentivar o investimento em investigação é falso. Já aqui se discutiu sobre isso. Sugiro especialmente o texto de Joao Branco aqui:
http://obitoque.blogspot.com/2007/06/software-livre-continuao.html

Até pode desincentivá-las. Um longo período de patentes desincentiva a empresa que o tenha que procure novas solucoes. Mais, esse poder monopolista (e rendas dai advindas) fornece a empresa um capital que pode utilizar para destruir outras solucoes inovadoras.

Mais grave do que tudo, e particulamente visível em assuntos como a educacao e o ambiente, impede o seu acesso a todos. Nao há vantagem de ter uma vacina, se a maior parte do mundo nao se pode dar ao luxo de comprá-la.
 
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