25 janeiro 2008

 

Vamos Nole!


Há 15 anos atrás, não havia secção de política de jornal nenhum que não defendesse a guerra na Jugoslávia. De forma mais ou menos sistemática, todos contribuiam para o imaginário do monstro sérvio e sancionavam a NATO que partia o país aos bocados. Hoje, as referências à Sérvia nas páginas de política são mais diminutas, mas continuam ferozes a alimentar o separatismo. Ao Kosovo chamam-lhe “nação kosovar”, uma província com 2 milhões de habitantes e 16 mil tropas da NATO.

No entanto, se nos virarmos para as páginas de desporto, surpreendemo-nos. A Sérvia torna-se uma fonte de atracção, de elogios e admiração. Como é que um país tão pequeno e destruído pela guerra produz três dos melhores jogadores de ténis do mundo? Dois deles, Ana Ivanovic e Novak Djokovic, estão na final do Australian Open. Jelena Jankovic chegou às semi-finais. E ainda há Janko Tipsarevic, que conseguiu levar o número 1 do mundo a jogar cinco sets.

Mas o mais supreendente é que a guerra contribuiu mesmo para este fenómeno. Se os bombardeamentos diários da NATO prejudicavam directamente o treino e as competições, foi a atitude do resto do mundo – o desrespeito, a desconfiança, o ódio aos sérvios – que lhes deu garra e vontade de ganhar. Daí que não seja de admirar que não queiram trocar a bandeira sérvia pela americana ou a inglesa.

Comments:
Concordo com a sua opinião!!!
Realmente os sérvios levam a designação de pátria muito a peito!!!
Eles são capazes de morrer por ela...
 
Os sérvios não são os nacionalistas sérvios. O que move estes jovens é o orgulho de serem capazes de competir com os grandes depois de terem sido vilificados e agredidos económica e socialmente. Aliás, eles são prova de uma Sérvia bem mais aberta e audaz que Portugal.
 
Interessante análise.
Preparem-se para o aparecimento de grandes campeões em Portugal, para somar aos que já temos...
Se há gente que anda a ser enganada, gozada, e mal paga, somos nós.
Vamos a eles, pessoal! Nem que seja em ski alpino!
 
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