20 dezembro 2007

 

Os bufos cibernautas


À hora deste ficamos a saber que dos leitores do Público que dos que responderam ao seu mais recente inquérito online (Se assistir a um desembarque de imigrantes clandestinos na costa portuguesa o que faz?) há 585 (60%) que chamavam as autoridades.

Serão os mesmos que contestam a veracidade de imagens que mostram as autoridades a espancar cidadãos?

Serão tão solícitos quando o governo precariza o trabalho e continua a fazer-nos perder poder de compra?

Serão tão voluntariosos quando os patrões (estado e privados) aterrorizam os trabalhadores com a perda de emprego?

Comments:
Os "cibernautas", e leitores do Público em particular fazem parte de uma classe média egoísta que ainda acha que se consegue manter à tona se andar de cornos baixos junto aos grandes e fodendo o próximo e os mais pequenos.

É normalmente dessa classe que se fala quando nos media se caracteriza "os portugueses".

É uma cultura de muitos anos de subserviência, de "p'ra pensar está cá o patrão" e "p'ra mandar está cá o sô polícia".

Hão-de ter a pila dos grandes a chegar-lhe ao estômago antes de os verem como inimigos. Por ora é mais inimigo o marroquino que cheira mal do que o patrão dos recibos verdes.

Como dizia o Niemöller, os "cibernautas" só hão de protestar quando já não sobrar ninguém "abaixo" deles.
 
vendo os comentários que povoam o site do público também se fica com essa ideia do tipo de gente que lá anda

queria ver esses heróis a chegarem-se à frente para denunciar tubarões. ou então mários machados ou brunos pidás
 
Oferecer uma posta sobre "os mesmos", "quem" e "quantos" é outro tipo de bufaria.
Não à e/imigração!
 
Sacco e Vanzetti diz não à imigração? Irónico...
 
Samir,

Nada de irónico. Aliás, considerando que muitas vezes é difícil comunicar num blogue, nunca uso ironia para não confundir os responsáveis e leitores deste vosso blogue que tanto gosto de ler e comentar.
Mas vamos ao assunto. Será irónico um pessoa considerada pobre dizer "Não à pobreza?"
Será irónico uma pessoa sem trabalho dizer "Não aos despedimentos?"
Será irónico um homossexual dizer "Não ao homossexualismo?"
Será irónico uma pessoa de cor dizer "Não ao racismo?"
Da mesma maneira, não acho irónico eu, emigrante, dizer "Não à e/imigração."
Se te referes ao Sacco e Vanzetti, lá por eles serem emigrantes, não acredito que eles fossem a favor da emigração, mas sim como eram tratados.
Há mais para dizer sobre o assunto mas fica para outras ocasiões. Recebe aí um abraço dum bocado de mão de obra barata.
 
Concordo contigo no sentido de que é necessário resolver as questões que levam as pessoas a serem forçadas a mudar de país, o qual pode ser um processo relativamente simples ou chegar a arriscar ou perder a vida.

No entanto, se disseres não há e/imigração serás sempre mal-entendido. Confundir-te-ão com os 60% de bufos que denunciavam imigrantes às "autoridades". Espero nunca coibir-me de apontar o dedo a comportamentos vergonhosos e desumanos. Isto não é bufaria.

Samir
 
(Sei que posso ser mal-entendido, mas também sei onde, como e quando usar tal afirmação)

Também pode-se levar ao mal-entendimento quando dizes que as pessoas são forçadas a mudar de país. Dás a entender que os FACTORES DETERMINANTES DA EMIGRACAO são os que empurram as pessoas a emigrar.
Eu acho que os FACTORES DETERMINANTES DA EMIGRACAO residem no país de destino e não no de origem. Os maiores interessados na emigração são os que aproveitam a força de trabalho do emigrante. Claro que não nos vão dizer isso porque soa ao tempo da escravidão( e aqui não exagero) e não é lucrativamente correcto. É fogo-de-vista quando dizem que não querem emigração, que vão vigiar as costas, fronteiras,e blá-blá-blá; queriam eles muitos milhares deles! Tal como eles procuram onde vender os seus produtos mais caros, eles procuram os emigrantes mais baratinhos. (Veja-se o sistema de cotas nos países mais experientes em imigração)
 
São os mesmos que se calam quando na porta ao lado o macho bate na mulher!
 
Parabéns ao Tárique por caracterizar tão a dita classe média.dans la mouche
 
Será que as pessoas que responderam ao inquérito e que disseram que chamavam a policia teriam em mente a denuncia?Eu não chamaria a policia mas provavelmente,dado o estado de saúde grave das pessoas que chegam naqueles barquitos á Europa,teria que chamar o INEM,será que tambem me vão considerar no rol dos bufos?
 
patrões aterrorizam trabalhadores? Este gajo anda ver demasiados filmes do stephen king!
 
Anónimo,

Os patrões não aterrorizam os trabalhadores........vamos lá.......vamos partir do princípio que não.
Mas achas que os trabalhadores se sentem aterrorizados ou não? Por favor, sê sincero.
 
Enviar um comentário

<< Home


   

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

   
   
Estou no Blog.com.pt