03 dezembro 2007

 

Comunicado do M.A.T.A.


Com algum atraso, aqui está o comunicado do M.A.T.A. sobre os recentes incidentes:

No passado dia 28 de Novembro, em Elvas e Coimbra assistiu-se, mais uma vez, aos efeitos da praxe, desta feita não só na vida estudantil, mas também na vida de pessoas. Tal como se passou com a Ana Sofia Damião e a Ana Santos, a vida dois jovens nunca mais será a mesma depois de sujeitos às "brincadeiras" da praxe.

Em Coimbra, no contexto da "Real Praxe", Luís Vaz, 20 anos, estudante de Engenharia do Ambiente na Escola Superior Agrária de Coimbra, ter-se-á lançado de um escorrega, com um desnível de 2 metros, para um "lago" de lama e palha. A queda resultou em lesões vertebro-medulares a nível da coluna cervical, sendo que neste momento o estudante se depara com a possibilidade de uma tetraplegia permanente.

No mesmo dia, em Elvas, também no contexto das actividades de recepção ao caloiro, João Pedro Farinha, estudante do 1º ano na Escola Superior Agrária de Elvas, após o "tradicional" rally tascas, terá sofrido uma queda de uma altura de 20 metros, perante o olhar atónito dos seus colegas.

O que é apontado como uma brincadeira, moderada e desejável, é-o apenas no discurso, porque as suas práticas traduzem um total desrespeito pelas liberdades e direitos das pessoas que nelas participam. Na nossa opinião, tal apenas vem demonstrar que as estruturas que a praxe tem vindo a organizar numa tentativa de legitimização, institucionalização e moderação (que surgiram como resposta às pressões de uma opinião pública cada vez menos disposta e menos tolerante perante as "brincadeirinhas" da praxe), não são mais que uma operação cosmética a algo que na sua essência não é mascarável: a subjugação dos estudantes pelos estudantes.

É imperativo que a comunidade escolar (estudantes, professores e funcionários), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e a sociedade reflictam sobre estes fenómenos. Aliás, espanta-nos que no início da sua legislatura o ministro Mariano Gago tenha manifestado total repúdio perante estas práticas, tendo chegado a caracterizá-las como fascistas, mas que rapidamente tenha adoptado uma postura de total silêncio sobre o assunto.

Chamar brincadeira e integração a algo que permite a prática de actos bárbaros e transforma estudantes, supostamente iguais entre si, em executantes de práticas selvagens e arbitrárias obriga a que a sociedade portuguesa, que se diz livre e democrática, reflicta urgentemente e de forma muito séria sobre as praxes.

Comments:
Relativamente ao incidente ocorrido com o estudante da escola agraria de coimbra, luis vaz, é de lamentar nao só a sua condiçao de saude mas tambem o facto de esta historia servir de argumento (falso) contra a praxe academica. Este estudante nao era caloiro da agraria, frequentava sim o 3º ano do curso e pelo 3º ano consequitivo decidiu alinhar numa actividade dedicada aos caloiros e a toda a comunidade estudante. Nenhum caloiro é alvo de pressao psicologica tendo em vista a participaçao nesta actividade. Todos os caloiros assinam um termo de responsabilidade admitindo que é de sua livre e expontanea vontade que participam nesta actividade. Luis Vaz é apenas um estudante de 3º matricula que participou voluntariamente e pela 3ª vez consequtiva numa actividade de praxe destinada aos caloiros, confirmando assim que nenhuma das praxes realizadas na agraria desrespeita a integridade fisica ou moral dos caloiros.
 
São curiosas e lamentáveis as acusações e conclusões retiradas do acidente resultante do Dia da Real Praxe, na Escola Superior Agrária de Coimbra. Relativamente ao aluno Luis Vaz, que na sua 3ª matricula, pela 3ª vez resolveu participar no tradicional Dia da Real Praxe, fê-lo de espontânea vontade, sem lhe ser "praticado qualquer acto bárbaro,selvagem ou arbitrário". Nem a ele, nem a qualquer caloiro, que apenas participa se assim o desejar. Tanto no dia, como em qualquer praxe efectuada. Assim, apenas desejo muita força e sorte para o aluno.
 
" pela 3ª vez consequtiva numa actividade de praxe destinada aos caloiros, confirmando assim que nenhuma das praxes realizadas na agraria desrespeita a integridade fisica ou moral dos caloiros."

Muito pelo contrário, até os dignifica. Nota-se pelos episódios que vão acontecendo "consequtivamente", todos os anos.
 
não se trata de desrespeito nem de dignificação...é realizada simplesmente, de livre e espontanea vontade! Quem não quer, não é praxado. Além disso, a declaração anti-praxe serve exactamente para isso. De qualquer forma, o sucedido ao Luis, não teve a ver com o "ser praxado".
 
como ex-aluna desta instituição onde permaneci até á conclusão do curso em 2001, concordo com todos os comentários que li, ninguém é obrigado a nada, e os caloiros só fazem a praxe se quiserem. Posso testemunhar que o dia da minha real praxe foi um dia espetacular.
Acho que antes de publicar uma noticia difamadora como esta, deve-se fazer um melhor trabalho jornalistico, recolhendo por exemplo testemunhos das pessoas que presenciaram os factos. Depois caiem no erro de chamar caloiro a um aluno de 3ºano, que como muitos outros "engenheiros" participam todos os anos na real praxe, realizando as mesmas actividades dos caloiros.
Desejo as melhoras ao aluno Luis, que tudo lhe corra pelo melhor
 
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