15 dezembro 2007

 

A carta “Você está livre da prisão”


Esta semana os bancos centrais dos EUA, União Europeia, Reino Unido, Canadá e Suíça, tomaram medidas excepcionais para injectar liquidez nos mercados. Substituindo “medidas excepcionais” por “juros baixos”, “injectar liquidez” por “dar moeda” e “mercados” por “bancos”, a notícia lê-se: os bancos centrais dos EUA, União Europeia, Reino Unido, Canadá e Suíça, estão a dar aos bancos privados dinheiro a juros baixos. A ansiedade nos mercados financeiros começou com a descoberta que os bancos americanos contrataram hipotecas que não podiam ser pagas. Com o isco do ideal de ser “donos” e o anzol das mas contas do agente bancário, as famílias endividaram-se além das suas possibilidades. Os bancos empacotaram estas dívidas em títulos mistos e venderam-nos a outros bancos e especuladores mundo fora.

A moeda agora entregue substitui as hipotecas que não são saldadas, paga directamente aos bancos. E para os consumidores? Para os europeus somente a promessa de que empréstimos continuarão com juro alto para compensar as perdas dos últimos meses. Para os americanos a promessa de renegociar a dívida para pagar em mais anos, e a certeza de que quem não cumprir fica sem tecto.

Os economistas contemporâneos gostam de falar de incentivos. Os incentivos neste caso são obvios, a banca pode especular e abusar do endividamento das famílias que o Estado está vigilante para os salvar de si mesmos. E quem se lixa é o mexilhão.



   

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