13 novembro 2007

 

Desejos depois dos 65


No passado dia 28 de Outubro assinalou-se o Dia Mundial da Terceira Idade. O Público falou com 65 pessoas com mais de 65 anos para saber o que mudariam à sua volta. Aqui ficam algumas das ideias:

“A primeira coisa que fazia era aumentar as pensões. E depois dava muito carinho, muito amor... Porque os idosos são como as crianças: precisam que olhem para eles com amor”
“Eu gostaria que houvesse um espaço reservado, com um tracejado, à entrada do centro de dia, para a nossa carrinha poder estacionar e os outros carros não”
“Um 25 de Abril para o povo. E ter médico quando preciso”
“Vou morrer com o desgosto de não ter ido para a escola. Mas o que eu gostava mesmo era de ter um emprego. Continuo a trabalhar muito mas já ninguém me dá emprego”
“Era bom que não pagássemos alguns medicamentos, pelo menos os da diabetes. Metade do ordenado do meu marido vai para medicamentos para os dois”
“O que faz falta é um lar para a terceira idade. Moro sozinha. Quando estiver doente, não tenho quem trate de mim”
“Há muitos velhos que estão abandonados. Devia haver quem os visitasse em casa uma ou duas vezes por semana, quem os levasse a passear ou a beber um chazinho no café”
“Moro num quarto andar. O prédio não tem elevador. Vou pelas escadas e nem corrimão para me agarrar tenho”
“Eu já não espero grande coisa, mas ainda queria ver a estrada para a minha terra arranjada. Como está, nem passam dois carros ao mesmo tempo”
“Adoro a minha casa, está é quase toda a cair. A senhoria quer vender o prédio, mas ninguém lhe pega. Queria ao menos que me deixassem lá estar até morrer”
“Uma pessoa que me fizesse companhia, porque eu sou sozinha dia e noite”
“Quando tenho de ir a algum lado, tenho de chamar o meu sobrinho. Devia haver transportes reservados aos mais velhos”
“Receber uma melhor reforma que os 14 contos que recebo”
“Nunca ser velha e nunca estar doente”
“Gostava que me arranjassem a rua que está indecente. Até aqueles que andam bem têm medo de cair, quanto mais eu”
“Algum dia ter governantes sérios que olhem pelos pobres”
“Queria que arranjassem a minha escada. Os carros estão em cima do passeio, a carroça do lixo tem de passar e dá cabo da escada. Está toda escavacada”
“Alguém que fizesse as compras ou pudesse ajudar os mais velhos a fazer as compras. Gratuitamente ou mesmo pagando. Isso era fantástico, porque os sacos são uma coisa muito pesada”
“Há idosos que não saem de casa, nem de cadeira de rodas, porque não há uma rampa no bairro”
“Companhia. Era isso que eu desejava: não sobrecarregar os filhos e saber que estava acompanhada”
“O meu posto médico é num descampado e a paragem de autocarro fica longe. Quando está calor ou chuva, é um martírio lá chegar”
“Se pudesse, trocava o quinto andar onde moro por um rés-do-chão. Custa-me muito subir e não posso levar pesos”
“Uma pessoa que me desse apoio em casa. Sou viúvo há 17 anos. Já viu o que é não ter ninguém que diga assim: deixa lá ver se esta alma está morta... ou precisa de uma camisa lavada?”

Comments:
O que existe de mais triste em Portugal é ser velho e pobre.Os mais velhos não podem fazer greve nem participar em manifestações,as pernas já não deixam.Por isso ficam presos nas suas casas na maioria das vezes sem condições minimas de conforto,sózinhos suportando a sua miséria envergonhada,sobretudo nas grandes cidades.Os filhos se os tiverem,andam a lutar pela vida e não os podem ajudar mesmo que o queiram fazer.Que sociedade é esta que não trata com dignidade os mais velhos.Os politicos bem falam de coesão social,mas é aquilo cada vez menos existe numa sociedade cada vez mais individualista,onde as pessoas são descartáveis.Mas a culpa não é só dos politicos é de nós todos,aqueles que não tem visibilidade são esquecidos
 
É de facto desesperante...
 
Apontem-me um político ou políticos que sejam culpados pelas situações desesperantes das pessoas da terceira idade.
Apontem-me também um de nós que seja culpado.
 
Nãosãoaspessoas disse...sa carneiro,mario soares, cavaco silva,guterres,durao barroso,socrates,e jà agora para "um de nòs" podes ser tu,jà que desconfio que votaste na maioria deles.
 
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