20 novembro 2007

 

As manobras


Numa espécie de pacto de regime estabeleceu-se regras da forma de fazer greve. No entanto, desde há muito governos e patrões têm adoptado inúmeras manobras de forma a subverter estas regras, tudo ao arrepio literal ou do espírito da lei:

i) contratação ou uso temporário de trabalhadores ou serviços externos, os ditos fura-greves;
ii) requisição de serviços mínimos para tudo e mais alguma coisa;
iii) intimidação nos postos de trabalho, de listas de grevistas a...;
iv) precarização do trabalho, o que promove o medo pelos trabalhadores; não é por acaso que se ataca o contrato colectivo de trabalho, os vínculos duradouros...

Uma outra manobra, já bem velhinha, mas gerida com maior convicção no governo Sócrates é a de colar os manifestantes/opositores ao Partido Comunista, numa atitude a la caça às bruxas do pós-segunda guerra. Não é que o PCP se importe, afinal há muito que se reclama como o (único/principal) defensor da classe operária. No entanto, qual a legitimidade de um qualquer Junqueiro (1;2) de criticar a participação política de um outro deputado. Cada um escolhe a companhia dos que quer, já que a maioria do PS parece ter escolhido a dos patrões (não esquecer que a Valorsul é empresa pública, etc, etc), não me parece mal que pelo menos alguns deputados deêm a cara pelos trabalhadores. Pela actuação da polícia nos últimos tempos, até poderão ter mesmo de dar o corpo ao manifesto...

Comments:
E o que dizes é apenas uma táctica, porque o objectivo é a revisão da constituição: atacar o direito à greve pela raíz.
 
Para que o movimento sindical tenha força e uma grande base de apoio é bom que sejam os representantes de todos os trabalhadores e que sejam eles a tomar as iniciativas das greves e dos protestos.Os partidos ou movimentos politicos que queiram apoiar as iniciativas que o façam mas de forma a não permitir que o governo identifique as lutas sindicais com a agenda desses partidos e movimentos
 
Os tempos mudaram e vão mudar ainda mais, mas há quem se obstine em não o entender. O Estado português cativa e gasta metade da riqueza produzida no país pelos que investem e trabalham. Nestes últimos três anos, a luta pela diminuição do défice tem sido assegurada unicamente com o esforço destes: o Estado continua a gastar o mesmo, enquanto exige cada vez mais ao sector produtivo do país. E o grosso da despesa do Estado tem que ver com o pagamento dos salários e reformas aos seus servidores. É claro e legítimo que os funcionários públicos gostassem de receber aumentos acima da taxa de inflação. Há uma maneira de o tentarem: largar o Estado e lançarem-se por conta própria ou no mercado de trabalho do sector privado (onde, todavia, há muita gente que há anos que não é aumentada acima da inflação). Mas, cá fora, não existe a mesma segurança laboral, a mesma facilidade de 'baixas', as mesmas progressões automáticas por antiguidade, as mesmas condições de aposentação. Correm-se muito mais riscos, e, por isso, umas vezes sai-se a ganhar, outras não. Como em tudo na vida, é preciso escolher: não se pode ter a segurança do Estado e a recompensa equivalente a uma carreira bem sucedida no sector privado.
 
1 - Quem é que entre agora para o "Estado" tem segurança no trabalho???!!

Todos os que entram agora no mercado de trabalho estão a baixo de cão. O Estado não só tem recibos verdes e muito trabalho precário como ainda subcontrata trabalho a empresas privadas que contratam através de empresas de trabalho temporário.

O senhor viajante devia parar mais pelo país...

2 - Acha que agora que está tudo precário estamos melhor? Ou seria melhor haver um mínimo de condições que permitissem às pessoas VIVER!!!!!
 
Sou de obviamente de esquerda e concordo com o que afirma o viajante!
O estado está a gastar menos (14,5 por cento do PIB para 12,8 por cento em desp com o pessoal da adm pública) mas ainda tem de gastar menos!
Quem entra agora para o estado, obviamente não tem vinculo para a vida, nem para o estado nem para lado nenhum!
Muita gente não entende(ou prefere estar obstinada em não entender) é q a generalidade do sector produtivo não está para financiar aumentos acima da inflação e outros privilégios à função pública, qd eles próprios(não os patrões está claro) nem isso têm!
Os sindicatos cristalizaram em 1975 e não evoluiram nada! Excepto o da Autoeuropa pois enfrentava o fecho!
 
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