29 setembro 2007

 

País Basco


Perante a proposta de Ibarretxe de um referendo sobre o futuro do País Basco, surgiram logo as respostas do costume. Porque é que uma simples pergunta enerva tanta gente?

Zapatero adverte pelo respeito da Constituição, enquanto o líder do PP diz que Ibarretxe "só pretende tirar aos espanhóis a capacidade de decidir o que é Espanha". Só mesmo os bascos esses é que pelos vistos não podem ter capacidade de decidir.

PS - Já agora talvez queiram referendar se os espanhóis acham que Portugal deve ou não fazer parte de Espanha.

Comments:
Boa,e no seguimento faziam aqui um referendo para saber se queriamos ser dependentes,atè podia ser do Paìs Basco.
 
Se a ideologia da Iberretxe fosse a mesma do governo espanhol, não se falava na independência do país basco.
 
Quem nao falava,o governo,os Bascos ou nòs?
 
O Governo não falava. Os Bascos, se liderados pela Iberretxe, também não falavam. E nós, os que tivessem a mesma ideologia da Iberretxe também não.
 
Nao estou a perceber,os Bascos alguma vez se calaram em relaçao à independencia?
 
Se bem percebi o ponto do Nilton, tenho de discordar. O problema ali não é de simples diferenças na cor partidária no governo basco vs o governo Espanhol.

PS - E não tenho a mesma "ideologia" do Ibarretxe.
 
Mas alguem acha que a questao Basca è politica?
 
a)A Iberretxe nunca se calou porque nunca teve a mesma ideologia que o governo.
b)Admitindo que "cor partidária" significa "ideologia"...............claro que a Iberretxe, nem nenhum outro movimento pela independência, vai colocar a questão em termos de "ideologia". Mas nunca assistimos à independência dum país, cujo "colonialismo" tem a mesma ideologia. Nem faria sentido!
c) Não entendo bem o que entendes por "questão política", mas que é ideológica, lá isso é. Repara que os bascos que NAO QUEREM a independência são os ideologicamente próximos do governo (mesma ideologia).
Colocando mais uma acha na conversa, não será que "independência" é uma estratégia duma luta muito mais aguda do que se ser apenas independente?
 
A questao Basca para mim è cultural,um povo diferente com horigens pròprias ,lingua cultura etc,a luta pela independencia è anterior ao aparecimento dos partidos por isso nao me faz sentido essas afirmaçoes.Politica quando muito poderà ser a soluçao,a ideologia veio "ilustrar"ou "beber" o desejo de independencia deste povo.
 
"A Iberretxe nunca se calou porque nunca teve a mesma ideologia que o governo."-È baseado nisto que afirmas que se tivesse se calàva?è poucochinho.
 
Concordo com o Busilis. O que acontece é que há os partidos espanhois e há os bascos. O PSOE Basco é uma farsa...
 
Eu não falo em partidos, mas sim em ideologia. Não há lutas pela independência devido às origens ou à língua; quanto mais, factores de mobilização, nalguns casos. Quanto dizes "cultura" entramos noutro abismo, pois existem centenas de definições de cultura. Da qual vamos falar?Concordo quando dizes que a ideologia veio ilustrar o desejo de independência.
Samir, existe algum partido espanhol que apoia a luta da Iberretxe?
 
Não faço ideia sobre a posição actual da Esquerda Unida, mas há algum tempo era relativamente comprometida com a chantagem dos políticos do centro (espanhol).
 
"Não há lutas pela independência devido às origens ou à língua;" ,nao concordo.As origens deste Povo,a sua lingua+a cultura Basca=Povo Basco.Se cocordas que a ideologia veio ilusrar ,o desejo de independencia ,donde achas que este vem?
 
Veio das condições de vida do povo basco em relação à Espanha. Ideologias, e caso queiras incluir "cultura" como parte da ideologia, não são abstractas; vêm das condições de vida, produção dos bens necessários para viver, relação dos vários elementos daquela produção, etc.
 
Desculpa là as origens deste povo sao anteriores à ocupaçao romana da peninsula,as condiçoes de vida sao a igniçao,os partidos o rastilho,o povo Basco o combustivel.Quando falas em condiçoes de vida estàs a incluir o respeito(ou falta dele)pela identidade(nao volto a dizer cultura senao nao saìmos disto) Basca?
 
Condições de vida: o que produzem, as suas relações com os meios de produção, a distribuição da riqueza nacional.
 
nilton ou tens um dicionàrio assim pò fatèla ou andas aqui a anhàr,nao conviria primeiro saberes quem sao afinal os Bascos?
 
Busilis,

Fatela e anhar não sei o que são(risos).
E a tua pergunta vai mesmo à musga. Quem são afinal os Bascos de que falamos? Como antes foi perguntado: quem são as mulheres de que falamos? Como podíamos perguntar: quem são os negros na questão do racismo? E assim sucessivamente........
Afinal o que divide os humanos cá do sítio? Países, regiões, idade, língua, origens, cor da pele, sexo ou ......ou.........ou.........o que é falta?
Diz lá que sabes bem.
 
Decididamente nao ès "dos bairros"...,o que por um lado sò te abona, saìste-te bem.Um bem haja,mas por enquanto "equenopi".
 
Bem haja Busilis!
Admira-me o Amílcar Cabral não ter entrado no diálogo. Pois o seu nome faz-me lembrar um dos maiores pensadores revolucionários africanos do século passado. Teorizando sobre o contexto histórico, desde o imperialismo até ao maior pormenor do modo de produção na Guiné, fundou o partido que levou aquele país à independência.(Quais as semelhanças entre a Guiné de outrora e o país basco de hoje?)
Preferiu oferecer-nos uma postagem sobre a superestrutura vigente dos princípios do capitalismo......................um bom bocado de carne que não vai levar mais do que meia dúzia de dentadas. Tacticas de talheiro.
 
Um referendo em que de um lado estão a ETA e os nacionalistas, a permanente violência de rua, as ameaças e o tiro na nuca, e do outro lado o medo a expressar uma única opinião discordante do nacionalismo vigente. Segundo o último euskobarómetro (Junho de 2007), apenas 30% dos bascos defendem a independência, contra 34% que defendem a actual autonomia e 29% que defendem a evolução da Espanha para um estado federal. Apesar destes resultados, no actual País Basco nacionalista, quem se manifestar publicamente contra a independência, sem estar protegido por escolta policial, arrisca seriamente a sua integridade física...
Seria muito democrata esse referendo, sem dúvida...

Se o senhor Ibarretxe e os nacionalistas bascos se empenhassem realmente em acabar com a ETA, isso sim seria uma boa novidade. Depois de extinguida a ETA e a violência de rua e depois de a liberdade de opinião e expressão ter voltado a Euskadi, sem perseguições de qualquer tipo, então sim seria possível e desejável negociar e agendar um referendo de auto-determinação. Com a ETA a matar à bomba, o referendo seria um prémio (e que prémio!) para a banda terrorista. Outras ETAs apareceriam como cogumelos por esse mundo fora.
 
E o que acontece a quem expressar o direito à independência? Esqueces a opressão a tudo que que não esteja a favor de Madrid? Prisões, proibição de manifestações e coisas bem mais horríveis que têm acontecido ao longo da história...

A maioria dos políticos de Madrid está contra o referendo, ponto final. Não estão dispostos a ceder a posse do país basco. E não estão dispostos a ouvir os bascos.

Mais a mais, se as sondagens forem assim tão favoráveis, não se percebe o autismo de Madrid. Eles não aceitam mesmo é o referendo.
 
Meu caro Samir,
surpreende-me a tua pergunta: o que acontece a quem expressar o direito à independência???
Resposta: Nada. Como deves saber, há partidos independentistas legais que têm uma actividade perfeitamente normal e livre: por exemplo, o ARALAR ou o euskoalkartasuna (EA), que até faz parte do governo basco e tem representação parlamentar em Madrid. São "oprimidos"? Basta visitar Euskadi para observar "in loco" que eles são os donos das ruas e que o independentismo é livremente defendido no País Basco. Se os independentistas são "oprimidos" que dizer dos não nacionalistas de Euskadi, que têm que ser protegidos por escoltas para não levarem um tiro na nuca ou uma bomba lapa no automóvel? Provavelmente são os "opressores"...
Quanto à Batasuna, foi ilegalizada e muitos dos seus dirigentes foram presos porque, para além de não condenarem os atentados da ETA, há fortes suspeitas (que serão confirmadas ou não em tribunal) de que actuam em cumplicidade e ajudam logisticamente e financeiramente a ETA. É claro que eles dizem que são perseguidos politicamente, mas isto também dizem os nossos nazionalistas em prisão preventiva, os da frente nacional e PNR. Acreditas neles?
Finalmente, não confundas o estado democrático espanhol com o estado franquista. Isso é pura demagogia e é equivalente a confundir o actual estado português com o estado salazarista. Desculpa lá, mas a diabolização de Madrid: "opressão por parte de Madrid", "os políticos de Madrid", etc., tudo isso soa a cassete ouvida junto dos nazionalistas... Cuidado com as tuas fontes de informação sobre Espanha e Euskadi. Muitas das fontes são fortemente parciais .
Volto a apresentar os meus principais argumentos, os quais não rebateste: a presença da ETA, as ameaças, a violência permanente e a perseguição a que são submetidos os defensores da actual autonomia do País Basco, não permitem promover actualmente um referendo minimamente justo e democrático, onde as partes tenham as mesmas oportunidades e a mesma liberdade de expressão pública. Além disso, a convocação do referendo seria a vitória histórica da banda terrorista. Talvez estes argumentos permitam perceber o "autismo de Madrid"...
 
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