28 agosto 2007

 

O país mais liberal da Europa


Ouvindo os queixumes vindos de outras bandas, uma pessoa até se podia confundir, mas não hajam ilusões, Portugal está na proa do liberalismo Europeu. Senão vejamos:

Saúde - São os próprios profissionais (ou alguns deles), através da Ordem que controlam o Sector, juntamente com a Indústria Farmaceutica. O Estado retira-se do assunto, queixa-se de falta de verbas e oferece "o negócio mais lucrativo a seguir à industria do armamento" a privados.

Ensino - Ninguém se preocupe, os Portugueses são dos Europeus que menos pagam em impostos para financiar as Universidades. Além disso, poucos países podem orgulhar-se de um número tão elevado de Universidades privadas. Canudos a pedido, parece, também os há.

Transportes - Pagador-utilizador é a lógica reinante. As consessões das auto-estradas são oferecidas aos privados, Deus livre o Estado de ficar na posse de alguma coisa que dê lucro.

Planeamento Urbano - Eu tenho ali um amigo na Câmara.

Financiamento Partidário - Foi assim que eu conheci o meu amigo na Câmara.

Investimento Público - Em princípio, tudo o que tiver mais de 7 zeros é do Interesse Nacional, e o Planeamento é riscado. Se encomendarem um campo de golfe forrado a pelo de Lobo Ibérico, ficam é à espera umas semanas. Mas lá que se arranja, arranja-se.

Protecção do Consumidor - Só se as farmaceuticas estiverem de acordo é que um medicamento com defeito sai do Mercado, senão o Estado é obrigado a pagar a dívida. A DECO tem tanto prestígio como o Verde Eufémia, e os Bancos são das empresas com maior crescimento no país, ao mesmo tempo que os Portugueses nunca estiveram tão endividados.

Cultura - Fundação Berardo, Gulbenkian, Rivoli,...


O Estado foi privatizado. Pelo preço certo mudam-se leis, reescrevem-se planos, evita-se a Justiça, entra-se no negócio ou rouba-se o mesmo. Mais decreto menos decreto,... oh senhor Engenheiro...

Comments:
Caro Patrice, corrige-me se estou enganado, mas no caso das Farmácias o Estado não só se coibe de disponibilizar medicamentos aos cidadãos como protege activamente da concorrência um negócio que não é o seu (qual é o pretexto para isto?).
 
Ate' se pode ir pouco mais ale'm e ver que o Estado, atrave's do Servico Nacional de Saude, gere a clientela das Farmaceuticas, um pouco como se encurrala o gado para o matadouro...
 
isto é que é o anarco-capitalismo? ou ainda falta alguma coisinha?
 
acho que e' preciso um cordeiro quebrar uns selos ou que e', mas de resto ja' esta' tudo mais ou menos preparado...
 
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