22 agosto 2007
De quem é o bastardo?
É um chavalo abrutalhado que invade, destrói e pilha. É um tipinho de poucas palavras e ideias mal concebidas. O neo-conservadorismo é filho de pai incógnito. Sabe-se que foi adoptado pelo Grande Dragão Reagan e a sua revolução conservadora, no contraditório arranjo de mercado ultra-liberal e faraonismo militar. Só que morto o pai adoptivo, o bruto quis ser mais, intervencionista e evangélico. E por ter feito guerra ao Afeganistão, ao Iraque, à ONU, a Quioto, a todos os que não o amassem sem reservas, queremos perceber de onde veio esta monomaníaca América. Afinal quem pariu o neo-conservadorismo?
A escritora e jornalista Naomi Klein diz que foi a Universidade de Chicago, le-se no teaser para o seu novo livro à venda em Setembro que: "the University of Chicago under Milton Friedman, which produced many of the leading neo-conservative and neo-liberal thinkers whose influence is still profound in Washington today." (a Universidade de Chicago tutelada por Milton Friedman, produziu muitos dos lideres intelectuais do movimento neo-conservador e neo-liberal que até hoje detêm uma influência profunda em Washington.)
É quase banal que a origem das ideias são homens de ideias e fábricas de ideias. Mas como contar a história do tráfico ideológico, da sua sedução e poder? Afinal, livros geram livros, bibliotecas que procriam, mas quem os le? A maioria dos livros que uso na biblioteca estão por abrir, ninguém os leu. (Com receio de que a última frase possa soar pedante garanto que eu também não os iria ler se não fosse por encargo profissional.) Será que os intelectuais e suas obras são assim tão influentes?
Duvidando que livros e autores contem para muito, vou ler a Klein, porque na ausência de testes de ADN para movimentos políticos, livros é tudo o que temos.
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