30 agosto 2007
Da cela intelectual
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Quem serve o reanimante café é um jovem latino-americano. Soube hoje que trabalha 11 horas por jornada, começando às 6 da manhã, 6 dias por semana. Queixa-se que à noite não adormece facilmente, e por isso tem sono dia adentro. Mesmo entre o sono sorri. Prevê que o meu pedido é um denso expresso, e na ausência de testemunhas passa-me doses duplas, triplas, hoje quádrupla, ou desconta uns pennies à transacção. Não bebe café. Disse-me em inglês competente, quebrado pela interpelação "amigo", que pingou os lábios num expresso e que o deixou tonto e de peito apertado.
O intelectual adormecido é diferente do trabalhador adormecido. O sono no corpo intelectual é o que pede actividade. O sono no corpo trabalhador é o que pede descanso. A divisão social do trabalho é metabólica.
Comments:
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fazendo uma comparação semelhante com as senhoras da limpeza do meu local de trabalho (trabalham para uma empresa de limpezas): trabalham mais de oito horas por dia e também aos sábados de manhã, e nem sequer recebem o ordenado mínimo.
isto é no mínimo ilegal. não só limpam o que os outros sujam como ainda são extremamente e desumanamente mal pagas para o fazer.
o que lhes vale aqui neste edifício é que a pessoa que orienta o trabalho delas conhece a situação e recusa-se a fiscalizar a qualidade do trabalho. se não está impecável, também não é ela que vai chateá-las por isso.
infelizmente, a solidariedade das pequenas coisas não faz com que lhes paguem um ordenado minimamente justo.
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isto é no mínimo ilegal. não só limpam o que os outros sujam como ainda são extremamente e desumanamente mal pagas para o fazer.
o que lhes vale aqui neste edifício é que a pessoa que orienta o trabalho delas conhece a situação e recusa-se a fiscalizar a qualidade do trabalho. se não está impecável, também não é ela que vai chateá-las por isso.
infelizmente, a solidariedade das pequenas coisas não faz com que lhes paguem um ordenado minimamente justo.
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