09 julho 2007

 

Afinal...


Depois de ler esta notícia, quase que fico a gostar do governo Sócrates:

"Bispos muito zangados com Governo"

A não perder também a discussão nos comentários. Como já vem sendo hábito, é ainda mais interessante do que a própria notícia.

Comments:
Eu quase que fico a gostar do governo Sócrates quando: "Sindicatos muito zangados com Governo"
 
Ena, provocação barata! Consegues elaborar?
 
Camarada

zangados mas de barriga cheia
é a concorrência da Maçonaria
dos bancos
dos patrões

não se pode agradar a estes todos ao mesmo tempo, mas ele coitado bem tenta

Deus o acompanhe ao nosso Sócrates

que Deus te gurade a ti também
 
os sindicalistas querem passar a ideia que todos os patrões são uns capitalistas exploradores, o que naturalmente está muitíssimo longe da verdade. Há patrões a receber menos que muitas pessoas que trabalham por conta de outrém e a quem, por exemplo, a falta de um trabalhador causa um transtorno e um prejuízo enorme. E eles ainda reivindicam que não se pode diminuir o número de faltas injustificadas. Sim, injustificadas. Além disso, nem toda a gente imagina o filme que é preciso fazer para, por exemplo, despedir com justa causa um empregado que é apanhado a roubar da caixa registadora.

Não vou dizer que todos os trabalhadores têm as condições que deveriam ter, porque não é verdade. Mas também é preciso olhar com olhos de ver e admitir que em muitas coisas eles exigem regalias demais. Regalias que, aliás, a maior parte dos patrões não tem. Fazer greve está na moda e contestar o sistema dá estilo... haja bom senso.
 
O bom exemplo da Fenprof:

A Fenprof marca greves coladas a fins-de-semana e pontes. A Fenprof apoia o regabofe das faltas, dos artigos, das juntas médicas, dos horários zero. A Fenprof não apoia só o status quo: gostaria que TODOS os candidatos a professores dele beneficiassem. Os alunos? Quais alunos?

A propósito do horário zero, e dos professores que com ele ficam - e dos quais a Fenprof tanto gosta -, alegando falta de condições psicológicas, sempre gostaria de ver qual seria a reacção do meu chefe se eu lhe aparecesse com uma conversa, a pedir para ficar sentado à secretária a ver mails, ou seja, para deixar fazer aquilo para que fui contratado e para que sou pago, mas a receber o meu ordenadinho por inteiro ao fim do mês. No mínimo dizia que eu era maluco, no máximo que eu era um ladrão e punha-me - e muito bem - no olho da rua. Ora, porque diabo há-de um professor, cuja função é dar aulas, ser pago para não o fazer?

É muito simples: não podem, não conseguem, não querem dar aulas, mudem de emprego. Lamento, mas ser professor com emprego para toda a vida não é, ou não devia ser, um direito. Como em tudo na vida, deveriam dar aulas os mais capazes para tal e não quem não consegue, ou não quer, ou não está para isso.
 
Caro viajante,

Com inigualavel eloquencia apresentou o problema e a solucao. Se os pequenos patroes estao mal a aturar a gatunagem do assalariado, porque nao mudar de emprego? Talvez uma carreira como professor...
 
Viajante,
Vamos a uma regalia entre tu e o teu chefe: a receberes o teu "ordenadinho no fim do mês".
Como vai ele reagir se lhe disseres que gostavas de receber a tua força de trabalho no princípio do mês?
Há diferença entre princípio e fim de mês?
 
E se a pedagogia dos nossos patrões é lendária...
 
A ministra da Educação fez uma proposta simples: que os professores entrem e progridam na carreira, não em função de um direito natural ou da antiguidade, mas do mérito. Dos resultados obtidos, das aulas dadas, das provas prestadas. Antes mesmo de conhecerem os detalhes da proposta, já os Sindicatos dos Professores estavam a ameaçar com “a maior greve que o país jamais viu”. Nesta resposta sindical, além da intragável atitude sistemática da Fenprof e do indigerível Paulo Sucena, encontramos a própria resposta à razão da decadência continuada do movimento sindical. Porque o mundo mudou, mas eles continuam a defender o mesmo de sempre: o “colectivo”, a “luta de massas”, os que têm emprego garantido até à eternidade, os que acham que todos devem ser tratados por igual, quer trabalhem e se esforcem quer vivam de meter “baixas” e fazer greve sem razão. Só um mau trabalhador teme uma selecção baseada no mérito; os bons não temem, e, por isso, os bons não estão hoje nos Sindicatos. Não é uma boa notícia, é uma má notícia: os maus patrões agradecem.

Há 30 anos que a política de educação neste país está sequestrada pelos Sindicatos dos Professores. E essa é uma das razões evidentes do nosso atraso e desenvolvimento.
 
E nos 48 anos anteriores teve sequestrada por uma ditadura estúpida e bolorenta que ainda jaz no pior de todos nós.
 
E' deturpada a ideia de que os Professores controlam o sistema educativo. O ministerio tem um poder desmesurado sobre os programas e tem sido um factor de instabilidade com constantes reformas que gozam do narcisismo ditatorial do ministro em funcoes. Nao ha ministro que nao queira refazer curriculos e mudar o sistema de avaliacao.

Parece-me que a solucao nao e' transferir a culpa para os professores como se fossem uma forca de oposicao que boicota os belos designios do ministerio mas democratizar realmente o sistema educativo.

Para alguns aqui no blogue isto pode soar a neo-liberalismo: dar mais autonomia aos professores para definir curriculos, e 'as escolas com pais e comunidades envolvidas no processo decidir sobre que disciplinas prioritizar e que contratacoes fazer. Se os professores e as comunidades nao tiverem controlo sobre as reformas educativas nunca as sentiram como suas, e portanto estao sempre destinadas ao fracasso.
 
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