29 junho 2007

 

O Chefe


Os casos sucedem-se. Um professor requisitado foi desrequisitado e uma Associação de Professores dispensada por críticas no exterior de uma comissão. Após os casos na Educação segue-se agora a Saúde. Uma directora de um centro de saúde é posta com ordem de marcha por não repreender com a brutalidade que a tutela queria um médico por críticas ao ministro (1 e 2).

Comentários jocosos são agora proibidos na Administração Pública e em parceiros sociais. Na comunicação social, em afixação pública ou mesmo em conversa privada tudo é deslealdade com a hierarquia. Subjacente está uma noção de que todos os cargos passam a ser de confiança política: tem de se obedecer, agradecer e fazer cumprir as ordens do chefe. Faz-me lembrar as leis do chefe

Art.º 1º O chefe tem razão.
Art.º 2º O chefe tem sempre razão.
Art.º 3º Quando não tem aplicam-se os artigos 1.º e 2.º.
Art.º 4º O chefe não dorme, descansa.
Art.º 5º O chefe não come, alimenta-se.
Art.º 6º O chefe não bebe, saboreia.
Art.º 7º O chefe nunca chega tarde, demora-se.
Art.º 8º O chefe nunca abandona o local de trabalho, é necessária a sua presença noutro lado.
Art.º 9º O chefe nunca lê o jornal durante as horas de trabalho, actualiza-se.
Art.º 10º Se entra no gabinete do chefe com ideias próprias, deve abandoná-las e adoptar as do chefe.
Art.º 11º O chefe não esbanja palavras, actua.
Art.º 12º O chefe pensa por todos.
Art.º 13º Mas se pensa como o chefe, mais perto está de ser sub-chefe.

(leis do chefe retiradas de sorriso alegre)

Comments:
por causa destas regras é que eu não quero chegar a "chefe" ;)
 
Enviar um comentário

<< Home


   

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

   
   
Estou no Blog.com.pt