22 junho 2007
Liberais sempre no mau sentido II
Escreve André Azevedo Alves:
Só existe liberdade se for possível a cada um, no âmbito das suas escolhas individuais, discriminar segundo os seus próprios critérios.
Eu poderia discutir o conteúdo da frase, mas nem o vou fazer por agora. Vou até aceitá-la como dogma. Possuindo alguém critérios ou uma moral individual, isto no sentido mais amplo possível, incluindo escolhas sobre aborto e a cor do carro tudo no mesmo pacote, esse indivíduo só será livre se poder exercer as suas escolhas com base nos mesmos. Os pássaros chilreiam no mundo dos silogismos...
O problema está em que a frase só tem a ver com um dos pontos propostos pelo CDS (habitação).
Vamo-nos centrar nos restantes pontos, a formação que o CDS vinha defender. Tais acções não pretendem travar descriminações homofóbicas bloqueando os actos, mas sim eliminando os preconceitos. Não se trata de criar um thoughtcrime, o grito de sirene dos nossos liberais (e dos conservadores trans-atlânticos), ninguém vai ser preso por ser homofóbico. A formação não limita as escolhas individuais, pois não se trata de criar quotas ou outros mecanismos de regulamentação. Trata-se de discussão, de informação, de colocar preconceitos em dúvida.
Assim, na verdade, parece-me que o que aqui e aqui se teme, não é a restrição da liberdade, mas o avanço de uma moral que não é a deles. Sendo liberais (e diria mesmo, por se entitularem liberais), deveria ser à partida claro que informação é necessária para formar uma moral que dirija a bem-dita e suprema escolha individual.
Or did I stutter?
P.S: e se me obrigarem outra vez a vir para aqui defender o CDS-PP,...
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