27 junho 2007
Intoxicação
As jóias da família CIA estão em exposição. Os planos das mais bárbaras e paranóicas conspirações fazem as manchetes de jornais cá e lá.
Apesar do ensaiado espanto, há uma inocuidade neste rol escandaloso. Este saber é um veneno que circula pelo corpo público sem provocar reacção. Ninguém levanta a voz para condenar a CIA, para desmantelar a organização ou torná-la transparente, pública e moral. Aliás, diz-se sem pudor que o pior ficou por revelar.
Estes escândalos são preparados. Meses ou anos antes, escapam semi-notícias que revelam alguns das usurpantes acções da CIA, seguem-se as rábulas de desmentidos. Fica a suspeita, e suspeita reforçada pouco a pouco concede uma certeza. Quando já tudo se sabe confirma-se com os documentos. Depois de tão medido envenenamento a dose final de verdade já não leva ninguém à revolta. A oportunidade foi irremediavelmente perdida.
É assim com os crimes Americanos, e também com a mediocridade Portuguesa. Que o candidato para a Câmara de Lisboa não distinga a EPAL da EPUL ou do IPPAR choca e espanta, mas logo se esbate contra o passar diário dos escândalos. A revolta afoga-se no conta-gotas deste veneno de comédia nacional.
Como todos os venenos bem administrados, este não deixa efeitos secundários, é uma morte lenta que vem no sono.
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A Câmara de Lisboa não tem dinheiro e, no entanto, tem mais de 10 candidatos. Claro que o pessoal sabe que o dinheiro acaba por vir sempre do outro lado, quando se fecha os olhos aos interesses imobiliários que se tardam em investigar.
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