20 maio 2007

 

Pirata do pirata do pirata


Na semana em que estreia mais um filme da série Piratas das Caraíbas, a empresa Odissey Marine Exploration anunciou ter localizado o navio afundado Merchant Royal. A empresa de aventureiros da Flórida faz da caça ao tesouro uma ciência (com tecnologia de cartografia e detecção marinha, equipas de arqueólogos e mergulhadores profissionais) e uma indústria (restaurando as moedas, vendendo-as a coleccionadores e produzindo documentários da aventura para entreter no Discovery Channel). Afundado em 1641, no porão do Merchant Royal repousam 500 milhões de dólares em ouro, prata e jóias do Novo Mundo. O nome simpático e comercial do navio confunde a sua função de nave pirata. A carga em questão foi saqueada aos Espanhóis, curiosamente depositada nos Açores antes de embarcar para os cofres britânicos. Entre a ganância e o mau tempo, ficou refém do mar.

Neste episódio, numa narrativa de mais de 400 anos, esconde-se uma feliz metáfora para a propriedade. Os índios do Novo Mundo foram saqueados pelos Espanhóis, que enquanto transportavam a riqueza para a segurança dos seus cofres, foram saqueados pelos Ingleses, a quem agora os Americanos retiram o tesouro para o levar para novo esconderijo. Afinal toda a propriedade é um rasto de piratarias.

Comments:
Este comentário foi removido pelo autor.
 
E em cada tempo há sempre um pirata maior!
 
Oh samir, eu nao queria dizer nada, mas olhando para a fotografia,...

tu nao tens ascendencia pirata?
 
No meu caso é ascendencia proletária...
:)
 
red haired ? ruivo ?
 
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