18 maio 2007

 

Declínio


Após semanas de negociações Paul Wolfowitz apresentou a demissão de Presidente do Banco Mundial.

É histórico que o Banco sirva de ferro-velho para os indesejáveis da política Americana. Robert MacNamara que apadrinhou a guerra do Vietname também dirigiu o Banco após ter assumido culpas sobre o fracasso militar da Presidência Johnson. (Há poucos anos foi produzido um extraordinário documentário sobre o McNamara que merece ser visto e revisto, com qualidade fanhosa: aqui.) Nesta história é sem precedentes a breve estadia de Wolfowitz no Banco, de imediato envolto em escândalo e forçado a abandonar o cargo.

Será que estes neo-conservadores são a pior espécie de autocratas e que irremediavelmente o seu destino é o humilhante exílio? Esta resposta só nos serve se eliminarmos o contexto e se assumirmos que cada escândalo é individual, feito das paixões e interesses dos seus protagonistas. Colectivamente Wolfowitz é mais uma peça que cai no jogo de dominó neo-conservador. O impulso não é a personalidade dos líderes mas o projecto imperial de expansão, o New American Century que foi derrotado no Iraque. Assiste-se a momentos tortuosos em que já não se almejam combates políticos ou governativos mas meramente salvar reputações para que a vida não acabe com as Presidências de 2008.

Entretanto, os olhos dos conservadores Americanos viram-se com fascínio para Sarkozy, a ver se em França se inventa um novo programa que possam adoptar.

Comments:
Para alem do declinio neo-conservador, isto tambem mostra tao transparentemente o que e' o Banco Mundial -- uma instituicao que contrata criminosos de guerra e corruptos para o lugar de topo. A desastrosa guerra que Wolfowitz fez no Iraque adequa-se bem 'as politicas devastadoras do Banco em Africa. Livram-se agora do corrupto que aumentou o salario da namorada, mas nao se livram da arrogancia, dos crimes e dos falhancos da instituicao.
 
é o paradoxo do BM: anda a exigir dos seus financiados que exerçam transparência e boa governança na administração e gestão da coisa pública, mas depois não é capaz de aplicar a sua moral.
 
Atencao que o lugar de presidente do BM é essencialmente por indicacao dos EUA. O critério é apenas o desejo deste país.

E será que o banco mundial acredita mesmo nessa história da governanca? Ou apenas a usa para desarmar e desarticular alguma resistencia ao seu reinado?
 
não me interessa se acredita ou não. a verdade é que a exige aos outros...
 
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