17 abril 2007

 

I love my gun


Foram trinta mortos em meia hora. Um jovem percorreu o campus da Virgina Tech University, ordenou aos colegas que se encostassem à parede e executou-os. Houve quem, entre o pânico, contasse mais de cem disparos.

Não é a primeira vez que em escolas e universidades americanas ocorre uma chacina de arma automática. As autoridades reagem com um calendário de missas, vigílias, e emotivos discursos. As televisões oferecem as previsíveis narrativas saturadas de cores e gráficos dinâmicos, relatando segundo a segundo o terror, com testemunhos de estudantes de olhos arregalados. Estas operetas enfartam a ilusão de que estamos a ser informados, que estamos a conhecer o problema, que assim o vamos resolver.

Entretanto, nem uma palavra proferida pelo controlo e proibição das armas automáticas. O culto do pistoleiro, do autonómico chefe de família que protege a sua descendência e a sua propriedade com a lei da pólvora, permanece incólume. O sitio da National Rifle Association está rubro de indignação e fúria mas pelas violações do direito constitucional ao porte de arma. Os trinta mil mortos ao ano por armas de fogo são um custo que a NRA aceita “pagar” por esta estranha forma de liberdade e segurança.

A par com os milhões do lobby da indústria de armamento, o que preserva a cultura do balázio privado é a cultura do balázio público. O culto do pistoleiro é o culto da tropa. É o culto do Rambo que ontem à noite era exibido num canal adjacente à CNN. É também a convicção que todos tem de amar a América como os americanos a amam, e que se não o fazem são seus inimigos. Este pais julga-se isolado pelo ódio do mundo e alvo de todos os perigos. Entende que a sua única possibilidade de sobrevivência é disparar primeiro.

Com toda a minha pose de Old Europe, acho que a América é adolescente.

Comments:
O velho Mundo será sempre o Velho Mundo.
Bom Artigo
 
Segundo o Gabinete de Estatística do Departamento de Justiça dos EUA, entre 1996 e 2005 pode contabilizar 52031 mortos por disparo de armas no país, mais 5,765,090 vítimas de... em crimes NÃO FATAIS.
No total, são 5,817,121.
Graças à Business Wire (ver chazadas.blogspot.com) que, na edição do mês passado, alertava os potenciais investidores para o crescimento dos lucros da indústria americana de armas de pequeno porte, junto ainda outros números:
Estima-se que atinja os 5 triliões de dólares de facturação em 2006.
2,150,000,000 dólares, é o rendimento do mesmo ano.
5 a 7% é o crescimento esperado em 2007.
Vendo a coisa pelo prisma destes senhores, cada vítima “valeu” 859,5 dólares.
Ou rendeu, depende do ponto de vista.
 
Deixemo-nos de histerias...
O xá verde diz que a indústria das armas ligeiras deverá atingir os cinco triliões de dólares de facturação em 2006?!
Cinco triliões de dólares são um cinco seguido de dezoito zeros. Isso daria uns míseros 16.666.666.667 dólares por habitante (os States têm 300 milhões de habitantes).
Isto é, quase 350 mil vezes o PIB per capita...
Mas o que o xá verde deveria querer dizer era 5 biliões pois 5 biliões são 5 trillions na terminologia anglo-saxónica.
Mas mesmo 5 biliões dariam 16.667 dólares por habitante, isso é um terço do PIB o que é ridículo.
Quanto à histeria das armas, talvez em Portugal a posse de armas seja muito controlada, isto é, a posse legal de armas pois, armas ilegais é o que há mais por aí e qualquer pessoa as pode comprar. Já me propuseram a venda de uma no Martim Moniz em Lisboa, por exemplo.
Na realidade o que a Lei portuguesa e a da maior parte dos países europeus, diz é que a posse legal de armas é muito restringida. Quanto á pose ilegal é mais ou menos livre.
 
Duvido que o fenómeno belicista que existe nos EUA possa ser recriado num pais onde as armas apenas possam ser compradas ilegalmente.

É o pai de familia que tem uma arma em casa, os filhos que vivem com essa arma em casa, o ir treinar com essa arma, a ideia generalizada de que se deve ter uma arma, que ela garante a seguranca, é impossivel de concretizar só com mercado negro. Para mim, ter uma arma em casa seria aumentar a minha inseguranca. E só o comercio generalizado de armas privadas é que poderia desequilibrar as balancas. Claro que há crimes em Portugal com armas de fogo, mas ninguem fica com a ideia que estaria mais seguro andando com uma arma na rua.
 
estranhamente, a crítica ao sistema de porte de arma americano na sequência do massacre de 2.ª feira veio de John Howard.
Claro que foi na óptica de mostrar que na Austrália tinham lidado com o assunto há 11 anos para evitar chegar ao ponto que se chegou nos EUA. Mas mesmo assim, ele há coisas...
 
Parece que na Austrália também querem ser pioneiros na forma de lidar com a SIDA.

Smimplesmente revolucionário este John Howard...
 
Obrigado pela correcção, o Raio.
Foi gentil na forma como rectificou a minha grave imprecisão. Aprendi. Já agora,mantenhamos o rigor: os créditos referentes aos dados que apresento acima têm autor identificado no meu comentário. Se transcrevê-los lhe pareceu histeria, também aceito. A liberdade de gritar é saudável, legal... e muito mais inofensiva que uma 9mm. Um abraço a todos.
 
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