05 fevereiro 2007

 

O referendo por Luís Delgado


Luís Delgado já nos habituou à sua visão particular do mundo. Desta vez, elucida-nos sobre o "problema fundamental" do referendo: "será [o referendo] vinculativo (mais de 50 por cento) ou não?

Para Intestino Delgado, "qualquer extrapolação dos resultados para uma maioria substancial e definitiva que legitime uma alteração legislativa, sem que o referendo tenha força formal e vinculativa, é um abuso inaceitável". [É] necessário obter os tais 50 por cento (...) porque só assim podem mexer na actual lei. Tudo o resto será um truque inadmissível, ultrapassar "na secretaria" o que constitucionalmente está determinado. E não há argumentos que valham: dizer que a hipotética vitória do "sim", mesmo sem essa maioria de votos expressos, é a representação da vontade nacional é excessivo, absurdo, inaceitável e "ilegal"." Em suma, uma "golpada".

Caso fosse coerente, Delgado certamente não compreenderia o passo atrás de Guterres no anterior referendo. Apoiado no parlamento, voltou atrás na lei e prefere o referendo (em acordo com Marcelo). O resultado do referendo não vinculativo, sem força formal, manteve a situação de então por mais anos a fio, atirando a decisão para um novo milénio. Para Delgado, tal não seria apenas cobardia política de Guterres ou um católico a fugir da excomungação. Seria uma excessiva, absurda, inaceitável e ilegal golpada que na prática privou milhares de mulheres dos cuidados de saúde que podiam ter tido.

Mas tal, ser coerente, não está na natureza dos camaleões...

(imagem retirada de nãovouporai, blog no sapo)



   

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