18 fevereiro 2007
Menos pão, menos circo

Um dos responsáveis pela reconstrução de Nova Orleães é o empresário Donald “Boysie” Bollinger, que viu o seu negócio crescer. Não está nada preocupado com as centenas de milhares de pobres que tiveram de abandonar as suas casas e ainda não voltaram. Aliás tem contribuído activamente para isso e explica que o Katrina teve um lado positivo: afastar as drogas, o crime e a pobreza endémica dos afro-americanos. Fala mesmo em “efeito de limpeza do Katrina”. Este racista, amigo de George Bush, está à frente das principais comissões de ajuda a Nova Orleães. Se os negros e pobres da cidade já tinham sido abandonados no seu próprio país, pelo seu governo aquando do furacão, são agora mal tratados uma segunda vez, impossibilitados de voltar para casa.
Antes do Katrina, a festa de Carnaval chamava à cidade mais de um milhão de visitantes. Em 2006 foram menos de 700 mil. Quanto ao Carnaval deste ano, ainda não se sabe como vai ser, mas a festa foi precedida, na quinta-feira, pelo assassinato de duas pessoas em Ninth Ward, uma das zonas mais afectadas pelo Katrina, e por um tiroteio numa discoteca na sexta-feira que deixou 6 pessoas feridas. Assim se passa na nova Nova Orleães. Assim se passa no país mais rico do mundo.
Comments:
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A classe média exausta da miséria e da falta de apoio está a fugir da cidade . Washington esqueceu Nova Orleães, e o orçamento se chega para matar iraquianos não chega para salvar americanos. A cidade está condenada a uma assimetria social cada vez maior. Se o racismo foi já patente naqueles que ficaram a morrer nas cheias, a situação só pode piorar.
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