18 outubro 2006

 

Rivolição


Porque não querem que um espaço cultural seja gerido com base na eficiência económica, um grupo de pessoas (artistas e espectadores) mantêm-se no interior do Rivoli há vários dias.

Entretanto, a Câmara do Porto vai fazendo tudo o que pode para os demover: cortou a luz, pôs o ar condicionado no máximo do frio, fechou-lhes a porta da rua vedando o contacto com os jornalistas e impedindo que a comida entre sem limitações. Agora tem que passar por um guarda que verifica a comida antes de a entregar aos sitiados. Também deslocou o espectáculo de caridade do Rui Represas para a Casa da Música alegando falta de condições, quando sempre as houve e nunca foi intenção dos manifestantes interferir com o mesmo. A última que se soube foi a da apresentação de uma queixa-crime contra dois dos ocupantes.

O Público criou um blogue para acompanhar a situação. Entre aparentes volatilizações de textos lá colocados (explicáveis pelas regras que o Público adoptou), ia-se sabendo o que se passava lá dentro. Vi há pouco que a própria CM Porto foi convidada a participar.

Mas agora as pessoas dentro do Rivoli não têm como contactar fisicamente com o exterior. Não há electricidade, não há chuveiro, não há comida senão a que puseram de reserva enquanto recebiam alimentos de fora.

Mas a luta faz-se sem luz, sem água, sem alimento. Faz-se com as condições que há, com as condições que se querem alterar. Porque não vale a pena esperar que as mudem em nosso nome.

Solidariamente com a Rivolição,
Mystique



   

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