19 outubro 2006

 

Crónicas iraquianas


I. O teatro de fantoches que é o julgamento de Saddam Hussein, marcou o veredicto para 5 de Novembro, exactamente dois dias antes das eleições americanas. É a data ideal para mostrar “progresso” no Iraque. Não pode ser coincidência – nada no Iraque é coincidência. Esta é a crónica de uma morte anunciada, usada para ganhar pontos nas eleições.

II. Há coisas inimagináveis que fazem parte da realidade iraquiana. Um dos muitos trabalhos de risco em Bagdad é o dos colectores de lixo. São mortos 350 por ano, só na capital. Morrem de bombas nas estradas, de explosivos destinados à policia e aos americanos, ou simplesmente porque são um alvo fácil no campo de batalha que é o Iraque. Dos 1200 carros de recolha de lixo que a cidade tinha antes da invasão só 380 ainda não foram destruídos (estima-se que sejam necessários 1500). É este o programa de “reconstrução” do Iraque – 6 milhões de pessoas a viver no lixo. Mas como disse tão memoravelmente, Donald Rumsfeld, quando a pilhagem e detruição atingiam o pico “Stuff happens”.



   

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