07 outubro 2006

 

Criacionismo com ovos e bacon pela manhã


Os amigos do "Intelligent Design" preparam-se para conquistar o Reino Unido. Têm um sítio bem elaborado (vê-se que há bastante dinheiro por trás da coisa), e apesar dos membros apontados por lá, há um certo cheiro a investimento dos amigos do outro lado do Atlântico. Mais uma vez atacam Darwin e a sua ciência, e defendem o direito ao ensino de uma alternativa. Esgrimem habilmente os argumentos apontando as fragilidades e as discussões à volta da evolução, ou melhor, usando o normal mecanismo de construção do conhecimento - o método científico para os amigos - contra ele próprio. O que eles não conseguem mostrar, ou se esquecem, ou não querem, é que a teoria do "Intelligent Design" - criacionismo com uma plástica para os amigos - não é uma teoria precisamente porque não tem método científico, não tem provas, não é reprodutível nem verificável . Portanto, nunca pode ser considerada em igualdade de circunstâncias com outra qualquer teoria. Não é ciência, é política (reles e falaciosa provocação interna).

Comments:
O Papa Bento XVI também já deu um piscar de olhos ao ID. Cá no nosso burgo, o jurísta Jónatas Machado também o fez nas páginas do público
http://jangada-de-pedra.blogspot.com/2006/09/desenho-inteligente-ganha-fora-na_20.html
 
ainda assim;
confesso não ser adepto do darwinismo nem do neo-darwinismo, embora aceite ser a teoria evolucionista mais avançada de que dispomos. No entanto, sublinhe-se teoria como epíteto inevítável antes de "neo-darwinismo". Também não será bom que a comunidade científica e a sociedade em geral cristalize em torno de uma teoria.
o dogma é inimigo da verdade e só a verdade é revolucionária. Tentemos, portanto, procurar as respostas às inúmeras questões que persistem fora do dogmatismo. Aceitar que o darwinismo e o neo-darwinismo podem não ser a explicação completa do processo evolutivo é tão importante como exigir que se aceite o mesmo em torno do ID ou do neo-lamarckismo.
 
Eu também tenho algumas questões com o Darwinismo, sobretudo com as suas relações políticas. Darwin era um homem do seu tempo, e no seu tempo fervilham muitas ideias - a que ele não terá sido imune. Uma coisa com que esbarro repetidamente é a teoria do simbioma (symbiomics) que um tal de Jan Sapp anda a defender.
 
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