01 julho 2006
Um rapto
Dizem que é pela vida do raptado capitão Shalit Gilad… No passado recente o governo israelita dispôs-se a negociar resgates, libertando prisioneiros palestinianos, mas desta vez a resposta foi diferente. Para salvar esta vida, o exército israelita aprisionou o governo palestiniano. À humilhação política somaram-se os bombardeamentos diários que fazem feridos, e mortos. Uma das “operações militares” israelitas arrasou covardemente uma central eléctrica. À fome imposta pela retenção da ajuda internacional e pelo actual cerco a Gaza, aproxima-se a doença imposta pelo caos no sistema sanitário.
Quando leio a notícia sou arrastado a imaginar-me em Gaza, um dos lugares mais pobres e doentes do mundo. Ser um refugiado numa prisão de cimento arranhado por balas. Viver sem emprego na corrida imediata de sobreviver à miséria e às miras israelitas. Com uma vela para me guiar no escuro aterrador, ouço o som dos helicópteros israelitas. No rasto fica uma ogiva que abana o betão armado dos prédios e que esmaga um carro anónimo, com pranto e sangue... É impossível, como alguém pode existir assim e permanecer humano?
Em Gaza anuncia-se uma guerra desigual de carros e helicópteros blindados contra o grito gaguejado de AK-47s. Em Gaza os mortos terão nomes atribuídos, com o apelido de “terrorista” em comum. Em Gaza, o governo de Israel demonstra a sua rectitude moral em não se curvar a ameaças. Para salvar o capitão Shalit Gilad? Para salvar o governo de Israel de negociar com o governo Hamas. Para perpetuar o estado de guerra contínua onde Israel traça as fronteiras, e decide sobre os bens e gentes que por as atravessam. É tudo para manter o campo de concentração de Gaza, onde há quem lute permanecendo humano.
Comments:
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Salvar o capitão Shalit Gilad é a guerra continua sob a desculpa de um suposto anti-semitismo eterno, protegida pela necessidade de um estado tampão que ajude a encher os bolsos de alguns À custa do ouro negro.
Na verdade existe muito dinheiro a pedir o ataque a este povo. Mas nos jornais nacionais apaenas aperece o jovem desesperado que se rebentou no meio de Tel Aviv
Na verdade existe muito dinheiro a pedir o ataque a este povo. Mas nos jornais nacionais apaenas aperece o jovem desesperado que se rebentou no meio de Tel Aviv
Em Gaza e fora dela existem humanos calados perante os actos TERRORISTAS dos israelitas e nome sabe lá Deus de quê! Porque em nome dele, dizem, faz-se o que eventualmente nenhum Homem de bom senso faria!
E nós permanecemos impávidos e serenos, distraídos com futebóis e a ouvir o Bush falar da legitimidade dos israelitas em prender deputados ELEITOS PELO POVO!
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E nós permanecemos impávidos e serenos, distraídos com futebóis e a ouvir o Bush falar da legitimidade dos israelitas em prender deputados ELEITOS PELO POVO!
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