03 maio 2006
As entranhas do PSD
As eleições directas para a liderança do PSD têm sido relativamente publicitadas e apontadas com um grande exemplo de espírito democrático. Mas o que lhe tem dado a grande relevância tem sido a polémica com a candidatura do militante de Coimbra. Perante a defesa deste, que alega que o tal Conselho de Jurisdição Nacional lhe nega a informação relativa aos erros e que terá havido uma dualidade de critérios na análise das candidaturas, sendo a de Marques Mendes aprovada na hora (está na moda?) e a dele minuciosamente escrutinada (o que por si só é um argumento frágil), o espectador tuga só tem de levantar o sobrolho perante a cena que se desenrola. Se realmente o PSD procura dificultar uma candidatura de base contra o plesbiscito mendesiano, aprendemos muito sobre o funcionamento democrático do partido e dos seus membros, assim como descortinamos imediatamente (se tal fosse ainda preciso) a demagogia mediática que representam estas "directas". Se o militante de Coimbra for realmente o trapaceiro que o PSD espera fazer dele, levanta-se também a ponta do véu sobre a podridão da máquina partidária pelo país, os pequenos feudos e as prepotências, as ilegalidades e favorecimentos que tanto caracterizam o funcionamento da coisa pública em Portugal.
|
|
|
|