05 maio 2006

 

Ainda o Bairro da Torre


No jornal Público a notícia (3 de Maios) sobre o cerco ao Bairro da Torre tinha relatos dos moradores:

«Tânia aponta para a porta esventrada. (...) O forro do sofá foi rasgado e numa dependência minúscula só se vislumbram tábuas desalinhadas. "Parece que andou aqui um furacão... partiram tudo e não encontraram nada".
(...)
Nas ruas, de metralhadoras ou espingardas em riste, os homens do Corpo de Intervenção e do Grupo de Operações Especiais trataram de manter a ordem. Não foi necessário utilizar a força - limitaram-se a escutar os lamentos das mulheres, queixosas dos estragos sofridos e de uma eventual demonstração de poder que terá aterrorizado as crianças e alguns idosos.

Maria do Carmo Ribeiro Lopes ainda tremia quando contou como os polícias lhe entraram em casa. Aos 89 anos, viúva e sem que ontem tivesse a companhia do filho ou da nora, perguntava aos vizinhos se sabiam de alguém que fosse capaz de lhe endireitar a as chapas metálicas da porta arrombada. "Ganho 23 contos de reforma... Não posso ficar a dormir aqui sem porta..."

(...) José da Trindade, são-tomense [mostra] (...) os casebres de madeira e lata onde mora com a família. As portas saltaram dos gonzos ou ficaram reduzidas a estilhaços. Tenta empinar algumas tábuas que "isto [o bairro] à noite não é para brincadeiras". (...)

Os lamentos sucedem-se em todas as ruelas. Todos os moradores (...) [f]azem contas aos prejuízos e ao dia de trabalho perdido.(...)»



   

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