12 abril 2006

 

A surpresa italiana


A capacidade de Sílvio Berlusconi nos surpreender já é pouca, depois de todas as barbaridades que têm feito. Por isso, é sem surpresa que ele recusa o resultado das eleições e a vitória de Prodi. O que poderia surpreender nesta situação é o facto de os resultados terem sido tão próximos. A Itália está numa crise económica profunda, as condições de vida dos italianos pioraram durante os 5 anos de Berlusconi, os escândalos com a justiça sucederam-se, assim como a profusão de leis feitas à medida do primeiro-ministro. O apoio de partidos neo-fascistas levou a que os comícios da Casa das Liberdades tivessem reminescências dos tempos de Mussolini. A pior das demagogias imperou na campanha, com aquela cereja no topo do bolo que foi a afirmação de que os comunistas chineses ferviam crianças para fertilizar os campos. Uma campanha baseada na demagogia, na demonização do adversário (que nem sequer é comunista, longe disso), faz pensar qual o estado da cultura política dos italianos, assim como a reeleição de Bush nos fez pensar sobre os votantes nos EUA. Mas no caso de Itália, o facto de Berlusconi ser um magnata de televisão e poder controlar muito bem o enorme poder da comunicação social, terá sido certamente um aspecto determinante nos resultados destas eleições.



   

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