06 abril 2006
A sobriedade da banca
Em tempos de crise os pedidos de sobriedade dos portugueses são os que mais abundam. De Patrões ao Primeiro-Ministro, de Presidentes da República a do Banco de Portugal (tudo gente maiúscula), poucos faltaram a fazer o apelo à sociedade. Se de administração pública, de défice orçamentais estamos fartos de discutir, hoje vamos dedicar umas linhas ao sector privado.
O Jornal de Negócios de hoje noticia que “os três maiores bancos privados nacionais [BCP, BES e BPI] gastaram no ano passado 47,9 milhões de euros para remunerar os seus administradores.” Esta soma “apenas” corresponde a 4% dos lucros. O BCP lidera com 31 milhões e 340 mil euros (perdoem-me os acertos), enquanto o BES e o BPI apenas distribuíram 9 milhões e 792 mil e 6 milhões e 753 mil euros, respectivamente, ao seu conselho de administração.
Em tempos de crise os bancos viram aumentar os seus lucros: o BCP aumentou para 753,5 milhões de euros, um aumento de 24% face a 2004; o BES lucrou 280,5 milhões de euros, o que significou um acréscimo de 85% face a 2004; já o BPI ficou-se pelos 250,9 milhões de euros, um aumento de 58% face ao ano anterior. As remunerações também cresceram face ao ano anterior. No BES os administradores viram as suas remunerações aumentar mais de 40% face ao ano anterior, enquanto os do BPI apenas subia quase 10%. Já os administradores do BCP encontram-se como a maior parte dos trabalhadores portugueses, registando um aumento de 0,06% e tendo conseguido esticar o seu bolo global de 31 milhões de euros até ao final do ano. É obra!
Bem me diziam para ir para banqueiro…
Comments:
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Numa entrevista de há um ano no "Diga Lá, Excelênccia", e quando questionado sobre os lucros brutais da banca em Portugal e a percentagem reduzida de impostos que os bancos pagam, João Salgueiro foi muito claro: "Então que a mudem!" [a taxa de imposto].
Infelizmente, não posso deixar de concordar com tão pouco ilustre senhor...
Não deixando obviamente de achar que ele lá vai fazendo o seu "forcing" para que tudo fique na mesma.
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Infelizmente, não posso deixar de concordar com tão pouco ilustre senhor...
Não deixando obviamente de achar que ele lá vai fazendo o seu "forcing" para que tudo fique na mesma.
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