27 abril 2006

 

O mito da retirada


Muito se tem falado da retirada dos colonatos israelitas da Palestina, retirada essa que representa menos de 5% dos territórios actualmente ocupados. Mas silenciosamente, Israel tem-se dedicado à anexação de mais e melhores zonas. Quem é que quer a Faixa de Gaza, deserta e seca, quando se pode ter oasis na Cisjordânia?

O governo israelita quer estabelecer as fronteiras finais de Israel até 2010 e o novo mapa foi recentemente revelado. Inclui os já ocupados territórios de Jerusalém Oriental e os Montes Golã, e vai-se extender, nos próximos anos, aos grandes colonatos na Cisjordânia, como Gush Etzion, no sul, Ariel e Kedumim, no norte, e Maale Adumim, a leste de Jerusalém. O plano inclui também a anexação de Hebron e do Vale do Jordão, que lhes vai dar controlo sobre toda a fronteira com a Jordânia.

Com as novas ocupações, Israel não só alarga ainda mais o seu domínio sobre a população palestiniana, como controla o acesso às preciosas terras férteis e fontes de água. O Sr. Katz-Oz, representante israelita para os assuntos da água, deixou claro: “There is no reason for Palestinians to claim that just because they sit on lands, they have the rights to that water.”

Israel transgride da forma mais brutal todas as leis internacionais, mata uma média de dois palestinianos por dia e já atirou para a miséria mais de 75% da população palestiniana. Tal como ouvi uma mulher israelita dizer: Israel é um exército com um país.

Comments:
A contra-informação continua por via da não informação. As próximas noticias que nos chegarão do conflito Israelo-Palestiniano serão novamente de um atentado palestiniano às forças Israelitas.
No entanto, algo muito importante aconteceu no dia 22 de Abril. (...) a ocupação violenta da Palestina por Israel prossegue, tendo os palestinianos organizado ao longo da Cisjordânia e da Faixa de Gaza protestos não-violentos para desafiar os 39 anos de ocupação ilegal da sua terra e pedir a libertação dos mais de 9.000 prisioneiros palestinianos detidos por Israel, a maior parte dos quais sem qualquer julgamento.

Em Bil'in, na Cisjordânia, palestinianos, israelitas e activistas internacionais concentraram-se em protesto Sexta-feira, 21 de Abril, junto de um dos muitos lugares onde o exército israelita prossegue a construção do Muro de Anexação ao longo da Palestina. Os protestos desencadearam-se depois da decisão do Supremo Tribunal de Israel autorizando a construção do Muro também em volta de Jerusalém, o que irá isolar em «guettos» cerca de 250.000 palestinianos
 
Que destino este que Israel reserva para a Palestina... Um estado enclave, sequestrado, um batustan, um campo de concentracao.
 
E sempre gostaria de saber que destino Hamas reservaria para Israel se para tanto tivesse poder... Double standards, friend Cabral?
 
A lógica do Hamas é um produto da agressão israelita. Das humilhações diárias a homicídios frequentes, o Estado Israel não tem poupado mimos aos palestinianos. O mais de um milhão de refugiados, já tem mais de duas gerações q
 
que não conheceram a terra natal, nem o virão a fazer enquanto Israel a praticar a sua política consistente de anos a fio. Enquanto chamam ao Hamas terrorista, o frágil Israel, apoiado militarmente e financeiramente (resolveria muita fome no mundo) pelos EUA, exportador de tecxnologia militar e detentor de provavelmente duzentas ogivas nucleares. Perante este David, o Golias do Irão quer obter uma ogivazita. No entanto, a comunidade internacional econtra-se preocupado com este perigoso Golias.

Falávamos de double standards?
 
Não que ache correcta ou sequer tolerável a postura actual de Israel, mas essa lógica parece-me a mim que serve para legitimar o estado de Israel, pois não foi o Irgun um resultado das agressões dos árabes?

C.
 
Eu não falei em justificar a existência da Palestina. Eu falei no processo que levou à criação e fortalecimento do Hamas. Num mundo em que as pessoas têm pouco a perder a posição vai-se naturalmente extremando. Perante a ineficácia da OLP em resolver os assuntos relevantes para os palestinianos e alguma corrupção. Perante este contexto, o crescendo do Hamas era inevitável. A minha opinião sobre o Hamas já a expressei anteriormente aqui. Não gosto deles, mas tem a legitimidade democrática para negociar a resolução do conflito. Isto é, caso Israel o queira fazer.

Quanto ao Irgun não conheço em pormenor a sua história. Sei que traz bastante ironia à posição "anti-terrorista" de Israel. Por menores nos ataques aos Israelitas não sei. Mas sei o contexto da altura. Os países árabes, aos quais lhes tinha sido prometida independência sentem-se enganados pelas potências coloniais, França e Inglaterra. A Palestina, que teve os seus poucos momentos de paz e tolerância sobre lei árabe, vê-se invadida por colonos estrangeiros, neste caso, judeus. Inevitavelmente, vai haver molho...
 
É, mas nem só de Árabes era a Terra Santa composta, e aos Judeus também lhes tinha sido prometida a auto-determinação. E sim, houve um êxodo em grande número de Judeus da Europa para o Médio Oriente, em fuga de uma Europa cada vez mais extremista e anti-sionista. A este êxodo, os Árabes preocupados com a mudança de poderes na Terra Santa, iniciaram uma ofensiva sangrenta contra os Judeus, recém-chegados e nativos, que levou à reacção dos Judeus, nomeadamente com a fundação do grupo terrorista (independentista?) Irgun. Não tinham os Judeus também direito à auto-determinação?

C.
 
Errata:

onde se lê: "anti-sionista", deve ler-se: "anti-semita".

C.
 
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