17 abril 2006

 

A estatística da comunicação social


Quando se ouvem os relatos das "operações Páscoa" ou "Natal" ou seja o que for da Brigada de Trânsito, fica sempre a faltar qualquer coisa. O que nos interessa saber o número de acidentes num determinado período se não sabemos a média semanal ou mensal, ou seja o que for, para termos uma ideia da discrepância dos números? O que nos diz o dado de termos tido menos 5 mortos do que no ano passado se não temos uma ideia do desvio padrão para dizer se esta variação é normal ou corresponde a uma alteração dos comportamentos dos condutores? O que é que se pode aprender com um número absoluto de mais de 1000 acidentes num fim de semana se não temos a média dos outros fins de semana nem a relação com o aumento de tráfego, para podermos avaliar se o número de acidentes aumenta linearmente com o aumento de tráfego ou se nos tornamos ainda mais animalescos nestes períodos? Poder-se-ia argumentar que isto é material para um qualquer investigador que queira publicar um artigo científico algures e fazer umas conferências com ilustres membros do governo. No entanto, o jornalista competente e interessado numa informação crítica e esclarecedora, ao invés do sensacionalismo novelístico que temos a passar no dito horário nobre, poderia encarar isto como as questões óbvias e mais importantes a fazer aos aprumados agentes que se pavoneiam diante das camaras...

Comments:
Percebendo o que dizes, não seria tão purista.

Se queres apontar dificuldades de comparação, sugeriria que eles só consideram os mortos no acidente (ou algo parecido). Há bastantes feridos graves que morrem na ambulância ou no hospital e não são contabilizados. O tempo de espera pela ambulância também não.
 
Depois da longa discussão com pedrascontracanhões sobre a polícia (a qual tem pouca ou nenhuma utilidade), devo fazer uma excepção para a BT. Na condução acredito que a repressão (a par da prevenção) tem efeito.
 
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