03 abril 2006

 

Arritmias na saúde


Uma das frases mais comum nas conversas dos portugueses refere-se às questões de saúde:
"Então, como vai a saúdinha?"
"É preciso é que haja saúde."
E não faltam outros exemplos.

Toda esta preocupação não é por acaso. Num país habituado a décadas de misérias, até os recentes progressos de Abril (já de si escassos), parecem ser postos em causa. A saúde não é de graça, e quem não tem posses corre o sério risco de se ver em maus lençois se o inevitável azar bater à porta.

Num país onde a higiene dental é tratada como luxo, os óculos estão pelo preço da morte - até esta última já está longe de ser de borla. Noutros serviços, que existem nos Hospitais Públicos, as listas de espera, de cancros a outros casos, tratam de aligeirar a conta do Estado*. Portanto, o utente, como agora se diz, anda com o coração nas mãos à espera que uma doença lhe venha competir com as prestações da casa ou do carro, ou simplesmente as contas da luz ou do supermercado.

Não satisfeito com esta situação, o Ministério da Saúde resolveu cortar nas comparticipações a medicamentos. Em vez de garantir genéricos de qualidade a baixos preços ou combater os lucros especulativos das farmácias, corta em medicamentos, vários dele sem alternativas mais baratas. O utente que já andava de coração nas mãos, vê agora medicamentos para a arritmia sem comparticipação. De facto, num país sem surpresas, sem aumentos na saúde nem na alimentação, sem aumentos do desemprego nem de terrorismo social do governo, não há razões evidentes para o coraçãozito passar a disparar de forma irregular. Perigoso, perigoso só deve ser mesmo o futebol com o Benfica na Liga dos Campeões e Porto e Sporting a lutar no Campeonato. Como diz um amigo meu: "Este país é uma merda!!!!!!!!!!!!"


*Lembram-se da solução preconizada por Cavaco Silva para Funcionários Públicos? Só mesmo a morte livrava o Estado dos encargos... Se houvesse justiça começava-se por ele, mais outros pensionistas milionários.

Comments:
Esse tipo que está sempre a comparar este país com fezes...só à pancada...porque não é uma, são duas merdas!
 
e todos (media e opinion makers, mais publicitários) estão a tentar empurrar-nos para "sistemas privados de saúde". Mas quem os usa sabe como funcionam... Encontram sempre alíneas estranhas para se furtarem às maiores despesas, perdem recibos "sistematicamente" e, sobretudo, os médicos cobertos por esses sistemas tratam os seus doentes como subhumanos, colocando-os sempre depois dos doentes que não estão cobertos por seguros de saúde. Experimentem marcar uma consulta dizendo que vêm de um seguro de saúde, desligar, e marcar novamente desta vez dizendo que vão pagar a consulta na totalidade? Aposto que de um minuto para o outro a agenda do médico fica logo imediatamente aliviada e que podem ir logo na semana seguinte...
 
Assim é que se fala! Mais nada.
 
nesne momento estão a enviar para casa velhotas com 400 de glicémia ( o máximo é 120!).
E mandam elas irem depois à médica de família....
Isto só pode ser considerado um crime!
 
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