17 março 2006
Luto
Os blogs íntimos não me entusiasmam. Vejo o meio blog como um espaço público, adequado à performance e à política. Daí que envergue uma máscara para desarmar qualquer análise pseudo-biográfica do que escrevo. Neste post faço uma pausa no auto-domínio do que deixo ver de mim, preciso dar um grito através da máscara.
A minha avó morreu. Deu-se em mim uma mudança que mal entendo. Não são as lágrimas de tristeza e raiva ou as memórias que magoam porque não podem ser revividas. É um terrífico eco que me ressoa no peito como se algo tivesse sido arrancado.
Penso que talvez me tenham levado a meninice, é que agora já não ficou mais ninguém que me chame de neto.
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