21 março 2006
Lisboa contra a guerra
A concentração em Lisboa pelos três anos de ocupação, três anos de resistência no Iraque foi fraca. Encheu talvez meia-lua do largo de Camões e ao fim de duas horas o pessoal dispersava. O PCP enviou para o palco uma jotinha com um discurso colado com cuspo. Só disse banalidades e repetiu umas duas vezes que estávamos ali pelo trigésimo aniversário da guerra. Ou eu estava distraída ou os militantes do PCP não traziam uma única faixa, só bandeiras do partido, o que me leva a pensar que o partido comunista português não tem nada a dizer sobre a guerra. A concentração valeu pelo poema “Vão-se embora” de um poeta palestiniano que o Zé Mário Branco declamou. Ao fim da noite, no telejornal que ignorou a concentração, uma reportagem merece nota. Um jornalista português no Iraque contou que, falando com uma família iraquiana, lhes perguntou se a ocupação tinha valido a pena. Responderam mais ou menos isto: “Os americanos só trouxeram duas coisas boas para o Iraque, os telemóveis e a internet. Levem os dois de volta e tragam o Saddam”. Não acredito que a maioria dos iraquianos apoiasse e defendesse Saddam há três anos atrás, mas acredito que, face ao terror em que agora vivem, o regime de Saddam seja um mal menor comparado à ocupação americana e britânica. Para os iraquianos este é o pior dos mundos.
# Servido por
pelas 22:42 
Comments:
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colado com cuspo é o discurso que aqui tens... se o pcp não levou mensagem, o mário branco levou protagonismo e um poema dúbio na sua dimensão internacionalista, bem como pouco claro na mensagem que passa ..."passageeeeeeeiros entre palaaaaavras fugaaaaaazes"
se o pcp não levou mensagem, foi o único que não fez do iraque o pretexto para o seu "brilhantismo" e que se preocupa ainda com o povo que lá resiste, sem passar a mensagem do "depois do Iraque, para onde Irão" - que é como quem diz: o iraque já deu o que tinha a dar, o slogan agora é pa virar pó futuro!
se o pcp não levou mensagem, foi o único que não fez do iraque o pretexto para o seu "brilhantismo" e que se preocupa ainda com o povo que lá resiste, sem passar a mensagem do "depois do Iraque, para onde Irão" - que é como quem diz: o iraque já deu o que tinha a dar, o slogan agora é pa virar pó futuro!
Parece-me obvio (ate pelo teu comentario que se defende atacando as outras forcas politicas) que o Iraque nao e' tema prioritario para o PCP. Nao houve mobilizacao por parte do PC ou do Bloco para esta concentracao. Se achas que e' um tema importante e ficas tao ofendido com o que digo, entao o meio de agir e' mexeres-te dentro do teu partido para dar mais relevo a esta luta. A mim parece-me fundamental no combate anti-imperialista e lamento se o PC assim nao o entenda.
Nao sendo do Bloco, acho que ligar a questao do Iraque ao Irao e' fundamental. Sao parte do mesmo programa expansionista americano.
Nao sendo do Bloco, acho que ligar a questao do Iraque ao Irao e' fundamental. Sao parte do mesmo programa expansionista americano.
todos quanto:
1. se opuserem à "força diplomática" do imperialismo,
2. possuirem recursos naturais /energéticos / económicos,
3. for preciso,
fazem parte desse plano. a questão não é essa, a questão é que a luta do povo iraquiano ainda existe e, no dia em que assinalamos os 3 anos de ocupação, é, no meu entender, bastante mais importante valorizar aqueles que, dia-a-dia, defrontam o imperialismo.
não escrevi pelo PCP, escrevi por mim. a luta do povo iraquiano é marcante e determinante, não consideremos que o PCP a desvalorizou, porque isso seria profundamente injusto. não conheço a discussão do BE... não direi nada.
sobre o que eu entendo: http://imperiobarbaro.blogspot.com/2006/03/invaso-continuada-ocupao-por.html e muitos outros no mesmo site.
saudações revolucionárias
1. se opuserem à "força diplomática" do imperialismo,
2. possuirem recursos naturais /energéticos / económicos,
3. for preciso,
fazem parte desse plano. a questão não é essa, a questão é que a luta do povo iraquiano ainda existe e, no dia em que assinalamos os 3 anos de ocupação, é, no meu entender, bastante mais importante valorizar aqueles que, dia-a-dia, defrontam o imperialismo.
não escrevi pelo PCP, escrevi por mim. a luta do povo iraquiano é marcante e determinante, não consideremos que o PCP a desvalorizou, porque isso seria profundamente injusto. não conheço a discussão do BE... não direi nada.
sobre o que eu entendo: http://imperiobarbaro.blogspot.com/2006/03/invaso-continuada-ocupao-por.html e muitos outros no mesmo site.
saudações revolucionárias
Infelizmente cheguei atrasado à concentração (embora ainda tendo o privilégio de assistir a uma das referências ao "trigésimo aniversário") e pelos vistos à discussão. Pareceu-me de facto fraquita a mobilização.
Dolores:
deixa-me fazer-te um reparo. Eu vi pelo menos um papel do PCP a apelar à manifestação ou denunciando a situação no Iraque. Parte do seu (PCP) interesse viu-se na mobilização para a recepção de um dos líderes da resistência. De resto, creio que foram outras organizações "paralelas" que devem ter desempenhado o seu habitual papel de maior relevo.
Pedras contra canhões:
Conhecendo-te sei que és bom tipo e tudo o mais. Infelizmente a tua primeira dentada deu relevo ao pior da clubite dos partidos. Inclusivamente já estivemos numa situação parecida, mas em que na altura ficaste convencido duma minha conversão por ti num determinado assunto, julgando que eu era do BE.
É muito triste esta divisão: ou és do PCP ou estás contra (como os há ou és do BE ou estás contra).
A culpa também parte de quem não se identifica com esta situação e alinha nas jogatinas dos partidos (que teimam em não mudar de atitude) ou não constroi alternativas. Trabalho unitário quando é preciso. Quando não, o fundamental é criar outros espaços que não se meçam por acefalismos ou clubites agudas.
Abraço
Samir
Dolores:
deixa-me fazer-te um reparo. Eu vi pelo menos um papel do PCP a apelar à manifestação ou denunciando a situação no Iraque. Parte do seu (PCP) interesse viu-se na mobilização para a recepção de um dos líderes da resistência. De resto, creio que foram outras organizações "paralelas" que devem ter desempenhado o seu habitual papel de maior relevo.
Pedras contra canhões:
Conhecendo-te sei que és bom tipo e tudo o mais. Infelizmente a tua primeira dentada deu relevo ao pior da clubite dos partidos. Inclusivamente já estivemos numa situação parecida, mas em que na altura ficaste convencido duma minha conversão por ti num determinado assunto, julgando que eu era do BE.
É muito triste esta divisão: ou és do PCP ou estás contra (como os há ou és do BE ou estás contra).
A culpa também parte de quem não se identifica com esta situação e alinha nas jogatinas dos partidos (que teimam em não mudar de atitude) ou não constroi alternativas. Trabalho unitário quando é preciso. Quando não, o fundamental é criar outros espaços que não se meçam por acefalismos ou clubites agudas.
Abraço
Samir
ah, e peço desculpa por aquilo a que chamaste clubite, mas o post também era um bocado agreste. além disso, discursar em público, principalmente, quando se tem 20 anos e não se está habituado, não é fácil. eu só ouvi "trigésimo" uma vez, admito que possa ter acontecido mais. no entanto... espero que nenhum de vós venha a enganar-se em público no futuro, porque ser-me-á mais difícil compreender :P
A minha crítica relativamente à clubite nada tem a ver com o post inicial. Se quiseres contesta factos: distribuição de panfletos,... Não podes é responder assim sempre que as pessoas criticam algo do PCP.
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