28 março 2006

 

Demokratia


O que se passa neste momento em França e os relatos que ouvimos pela comunicação social vêm mais uma vez mostrar quão distorcida está esta ideia que nos tentam passar de democracia. A burguesia cilindra-nos constantemente com a ideia de que manifestações são erradas, deselegantes e não levam a lado nenhum. Paralelamente, o maior horror da burguesia reinante sempre foi que "o poder caia rua". Como aconteceu na Revolução Francesa em 1789, como aconteceu na nossa Primeira República, como aconteceu por momentos em 1974. Dizem então que se o poder cai à rua, não se sabe quem o agarra. É a reacção de quem vê o rebuçado a ser levado. O valor do poder no povo está na capacidade de retirar o poder que condicionalmente cedeu a alguém sempre que quiser. Portanto, se quem agarrar o poder não for quem o povo quer, ele cairá novamente. Podemos chamar-lhe o determinismo do poder do povo.
A manifestação é a forma maior de política, é a expressão fundamental do poder político assente no povo. Por isso é que a burguesia detesta manifestações, são demasiado democráticas...

Comments:
Por isso tb os telejornais estão cheios de referências à violência nas manifs, relegando-se muitas vezes para segundo plano o facto de nunca se ter tido tanta gente nas ruas de França.
 
Spartakus:
Hoje pode dizer-se que não ha classes. Mas isso é o que nos tentam incutir para que não haja revolta contra o poder burguês.
Se reparares, há familias que se perpetuam no parlamento. Há vários nomes que estão no parlamento, ou têm muita influência nos partidos representados no parlamento, que também estavam lá durante o estado-novo.
Essas mesmas "familias", detem grande parte, ou são influentes, nos meios de comunicação social.

O post tem muita razão de ser. Sobre estas manifestações em França, os telejornais, o arauto da direita (o público) e a rádio (pelo menos a TSF), não se cansam de referir que quem as faz são uns arruaceiros, uns vandalos sem razão. Primeiro era porque quem as fazia eram os delinquentes da periferia, os maus dos imigrantes àrabes. Depois eram apenas os calões dos estudantes. Ridiculo! ! !

Cheguei a ouvir (na TSF), a seguinte declaração:" A violência era muita. Inicialmente a policia não reagia, lançando apenas gás lacrimogénio e jactos de àgua. Mas depois teve que tomar medidas drásticas!"

Que palhaçada!
 
Se o governo mantém uma lei contra a opinião generalizada dos cidadãos, pode-se continuar a dizer que é um governo democrático e legítimo?
 
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