29 março 2006

 

Deificação moderna


O Marcelo Rebelo de Sousa, o "Professor", já faz parte dos nossos hábitos televisivos. De tal maneira que a importância que lhe era dada diminui a cada semana - felizmente. No entanto, o culto da figura continua forte, provavelmente uma reminescência cultural dos tempos do paizinho Salazar. Pois para além da sua oração dominical, eis que vejo ontem o "Professor" a comentar o jogo entre o Benfica e o Barcelona na RTPN. A dar notas aos jogadores, como se espera de um "Professor". Um dos aspectos mais perturbadores nesta figura é a sua posição de especialista instantâneo em todas as áreas e em todos os assuntos. Mas mais grave ainda é que alguém lhe reconheça essa capacidade e lhe dê espaço para arremessar baboseiras em todas as direcções...Parece ser um caso de reconhecida omnisciência, qual deus tuga dos tempos modernos. Mas quem é que reconhece essa divindade e com que fim?

Comments:
Ainda no outro dia, chagava a cabeca do Samir com este tema. Somos um pais que aceita as vedetas, da esquerda 'a direita, ha um punhado de gente que serve para todos os comentarios, todas as reflexoes, onde se mistura politica, cultura, ciencia... e nao se tratam de "public intelectuals" gente que comenta a vida publica a partir de dada perspectiva. Eles comentam tudo com uma perspectiva qualquer, desde que preencham o silencio televisivo ou jornalistico.
 
Quem é bom, é mesmo bom! E tão à vontade comenta política como a entrada viril do Petit... Marcelo, bem vindo ao club dos políticos-comentadores-da-bola, juntando-te assim a Santana Lopes e Fernando Seara.

Ah! A política e a bola... sempre de mãos dadas! Valentins, Santanas, Bagões e afins...

O país..? Que se f###!, eu quero é que o meu clube ganhe!

JGaivota
 
to contigo na pergunta e, provavelmente, na resposta.
 
Já tive ocasião de parodiar com as intervenções do Professor, misturando alhos com bugalhos.
 
Os comentadores são figuras bastante perigosas, que dão a impressão de um amigo, alguém que confiamos ou mesmo confidente.

Evidentemente que o catapultaram de forma a terem determinado tipo de mensagem. Ainda por cima deram-lhe muito tempo e sem condicionalismos como acontece com outros comentadores. No entanto, olhem que o rapaz tem jeito para aquilo e mesmo uma certa naturalidade (não estou a falar de mensagem). A determinada altura entravas em qualquer tasco e ouvias as pessoas a falar do Professor. Veja-se o seboso do Vitorino e vê-se a diferença (é verdade que o formato da 1 também tem tido menos "sucesso popular")
 
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