01 março 2006

 

Convite à leitura


A última revista Política Operária apresenta a qualidade a que já nos habituou. Nesta edição aborda assuntos como o rescaldo das eleições presidenciais portuguesas, o congresso proibido do Batasuna ou um debate sobre o capitalismo chinês. Vladimiro Guinot aborda a recente discussão sobre a AutoEuropa, fornecendo dados interessantes sobre o que se passou na SEAT: benesses governativas, cortes “inevitáveis”, corrupção de alguns sindicatos. António Barata descreve a acção do Grupo Direito à Habitação da Associação Solidariedade Imigrante para tentar evitar os recentes desalojamentos de alguns bairros clandestinos. Outros temas são as eleições no Iraque, a Palestina e a situação no Nepal, enquanto Nuno Pereira dá um relato da sua passagem pelo Afeganistão. Ana Barradas descreve o percurso da resistente Enriqueta Otero Blanco sobre o tema Mulheres na Guerra Civil Espanhola e faz também um historial da relação entre os comunistas e a homossexualidade. Dos artigos sobre a América Latina gostava de destacar a contribuição de A. Lobo sobre a base dos EUA no Paraguai. Francisco Martins Rodrigues aborda ainda ao XX congresso do PCUS.

A secção Visor aborda livros publicados (por exemplo: o livro Conspiradores e Traficantes de António louçã), imprensa, etc. De salientar ainda a habitual acutilância de Telex e Verruma e a escolha de bons e pertinentes poemas para a última página.

Deixo-vos algumas pérolas:

«As palavras
“Os impostos sobre os lucros das empresas deveria ser reduzido para zero. Com isto Portugal seria o primeiro país da UE a ter uma economia competitiva imbatível para trazer mais investimento” (Filipe Botton, industial, Público 15-12)

Demasiada tolerância
“O que torna a Inglaterra vulnerável ao terror não é a nossa tolerância para com o multiculturalismo; é a nossa tolerância para com a barbárie cometida em nosso nome” (Naomi Klein, Contradictions)

(…)

Antologia
“A globalização produziu uma nova classe de multimilionários e, ao mesmo tempo, uma subclasse de pessoas que são excluídas das oportunidade criadas supostamente para todos. Será isto uma coisa má? Muita gente pensa que sim. Muita gente vê mal os chefes de empresa que recebem centenas de milhares de dólares… De qualquer modo, ao mesmo tempo que as sociedades livres reconhecem os limites de desigualdade, também aceitam que as desigualdades existem porque isso é um factor de esperança para muitos sobre aquilo que eles próprios podem conseguir. A desigualdade acrescenta cor e variedade às sociedades. Se queremos a liberdade, então as desigualdades sociais e económicas são um preço legítimo e necessário que temos de pagar por ela.” (Ralf Dahrendorf, Público, 21/1)»

Comments:
Esqueceste-te da melhor, na verruma:
"O PAI
Apelidado popularmente "A Mumia" e "O Tosco", o Professor [Cavaco] esforcou-se por mostrar que tem um lado humano. Mas o que melhor que conseguiu foi gritar, ja em fim de campanha, arrebatado, que "a vida dos vossos filhos e netos depende do voto na minha candidatura". Em face disto, quem se atreveria a recusar-lhe o voto? Mais sobrio foi o pai do candidato, camponio de Boliqueime, a falar a televisao no dia seguinte ao voto: "Nunca achei que o meu filho tivesse capacidade para chegar a Presidente". Ele la sabe."
 
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