16 fevereiro 2006

 

Silogismos


As mulheres constituem 51% da população mundial.

40% dos jornalistas são mulheres.

Logo, as notícias nos meios de comunicação mostram uma população de 80% de homens.

E esta, hem?

Comments:
E quantas sao editores, ou chefes de redaccao?
 
o relatório não tem dados sobre isso... porque não os procurou!

Mas dá informações interessantes:
- quando as mulheres aparecem nas notícias é primeiramente como "estrelas" (celebridades, realeza) ou como pessoas comuns. Isto é, não aparecem como pessoas com autoridade num determinado assunto. Aliás, nesta condição as mulheres mal aparecem nas notícias.
- a idade é um factor determinante na inclusão de mulheres nas notícias. Por outro lado, na TV, há mais mulheres jornalistas que homens a apresentar notícias na TV até aos 34 anos, mas aos 50 só 17% dos jornalistas e 7% dos apresentadores são mulheres.
- quando uma mulher é objecto de uma notícia, tem três vezes mais hipóteses de ser identificada em termos do seu estado civil.
 
E nao parece haver muita perspectiva de mudanca -- nos ultimos 10 anos, noticias sobre mulheres so aumentaram 3% (de 17 para 21%). Isto numa altura em que se gosta tanto de dizer que as mulheres nunca tiveram tanto poder...
 
talvez nunca o tenham tido mesmo tanto como agora. a questão é a diferença para aquele que os homens detêm...
 
Em alguns aspectos as mulheres tem hoje mais direitos/poder do que antes tinham, mas ha casos em que estamos efectivamente a perder direitos. Por exemplo, o direito ao aborto conquistado em muitos paises nos anos 60/70, esta hoje a ser perdido em sitios como os EUA, em que cada vez mais estados o tornam ilegal. Outro exemplo, e’ a participacao das mulheres na politica que nunca foi tao activa como na Russia, a seguir a revolucao. Hoje nao se ve nada disso. Nestes casos, a perda de direitos nao e’ so relativa (em relacao aos homens), e’ absoluta. Estamos hoje a lutar por coisas que ha 40 anos atras achavamos que nunca mais teriamos que voltar a lutar por elas.
 
Tens razão. Outra coisa que se passa nos EUA (e que até é facilmente visível comparando filmes americanos dos 70s com os actuais) é que a sociedade americana de certo modo regressou aos tempos do pós-guerra, em que as mulheres deviam corresponder a um ideal que se limitava ao marido, filhos e casa (a tal "Feminine Mystique" da Betty Friedan). Mas o que dizes também dá que pensar. Infelizmente, não podemos dar uma série de coisas por adquiridas. É preciso não baixar os braços pois o que é garantido hoje pode não o ser amanhã.

A luta continua.
 
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